• 16 | Divergent paths.

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Millie

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Millie.

O barulho dos sinos em cima da porta ecoou por todo o ambiente ao se abrir. No entanto, minha atenção foi completamente desviada de Oliver quando a figura conhecida de cabelos loiros passou pela porta.

Ai... Meu Deus.

Meu coração deu um salto, e na mesma hora minha respiração se prendeu no peito. Billie andou até o balcão e se sentou em um dos bancos, apoiando os cotovelos na bancada e deixando suas chaves sobre o mármore.

Ela vestia um conjunto de moletom surrado, que parecia velho e estava um pouco sujo de tinta. Ela trocou algumas palavras com a mulher grisalha que nos atendeu, e logo seu olhar se direcionou diretamente para mim.

Fiquei olhando para ela em choque, e só então percebi que a mão de Oliver ainda estava sobre a minha, em cima da mesa. E ela notou. Notou nossas mãos juntas e franziu o cenho antes de desviar o olhar, voltando a conversar com a mulher do balcão.

Ela me ignorou? Fingiu que não me conhecia? Nem um sorriso ela abriu para mim?

- Millie? — Oliver chamou minha atenção, e rapidamente tirei a minha mão da dele. — O que aconteceu, você travou... — Ele comentou sem entender.

Eu engoli em seco.

Simplesmente não conseguia tirar meus olhos de Billie, que continuava conversando com a mulher no balcão. O que elas tanto falavam? O que Billie estava fazendo aqui, na cafeteria perto da minha igreja?

Os pontos começaram a se conectar na minha cabeça quando a mulher beijou a testa dela e entregou um rolo de tinta em suas mãos. Talvez a mulher de cabelos grisalhos e olhos azuis à sua frente fosse sua mãe ou sua tia. Isso poderia explicar a semelhança entre elas.

Me pergunto se aquela mulher é realmente a mãe dela, já que Billie disse que as duas não tinham uma relação muito boa. Olhando assim, elas parecem ser bem próximas. E são muito, muito parecidas.

Billie sorriu para ela e pegou o rolo de tinta, levantando e começando a caminhar na nossa direção.

Meu coração definitivamente explodiu dentro de mim e eu não sabia onde enfiar a minha cara. Ela continuou avançando com passos calmos, sem desviar os olhos dos meus.

Pensei que ela iria falar comigo, mas quando chegou perto de nós, apenas lançou um olhar demorado, analisando cada detalhe, desde minhas mãos, que eu rapidamente tinha tirado das de Oliver, até o sorriso dele. Seus olhos azuis me encararam com uma expressão indefinida, quase como se estivesse se divertindo com a situação. Então, ela olhou para Oliver, depois de volta para mim, e sorriu levemente, com um toque de ironia que fez meu estômago revirar.

Ela não disse nada. Nem sequer parou. Apenas deu aquele sorriso torto e provocante, sem interromper sua caminhada em direção à parede atrás de nós. Ela se agachou, e começou a pintar com movimentos lentos e despreocupados, como se estivesse completamente à vontade.

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