Millie Quint, é uma jovem de 21 anos que cresceu em Cambridge, Massachusetts, imersa na fé e tradições de sua família religiosa. Determinada a seguir seus sonhos, ela ingressa na prestigiada universidade de teologia em Boston, onde espera encontrar...
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Millie.
Depois que cheguei ao campus, fui diretamente para o dormitório, largando minhas coisas sobre a cama.
Billie ainda não havia chegado, e, pra ser sincera, eu não estava nem um pouco a fim de vê-la depois do que havia acontecido na cafeteria.
Ela simplesmente agiu como uma das pessoas mais idiotas do mundo.
Abri minha mochila e comecei a desfazê-la, colocando as roupas de volta no armário. Guardei também algumas viandas que minha mãe havia feito para mim no frigobar. Ela sempre cozinha alguma comidinha para eu almoçar ou beliscar durante a semana.
Eu queria muito ficar em paz e parar de pensar. Mas eu simplesmente não conseguia parar de remoer os últimos acontecimentos na minha cabeça.
Já bastava Oliver enchendo o meu saco, agora Billie também estava me chateando.
Depois de organizar algumas coisas, peguei meu celular e percebi que havia uma mensagem de Sophia. Fazia alguns dias que não falava com ela, e confesso que estava com saudades.
Sophi: Oi amiga, como você tá? Nem veio me ver esse final de semana, né?
Mas eu tô mandando essa mensagem porque quero saber se você vai na ação social do próximo sábado na igreja?
Ah, verdade, a ação social. Tinha esquecido completamente disso.
A cada dois meses, minha igreja organiza uma ação social para ajudar comunidades carentes na cidade. É algo que sempre gostei de participar, não só pelo impacto positivo que se tem, mas porque me faz sentir bem. Sempre gostei de estar envolvida com essas atividades.
Olhei para a mensagem por alguns segundos, considerando se deveria responder logo ou não. Por um lado, seria bom passar o final de semana que vem fazendo algo que eu gosto, próximo aos meus amigos. Mas, por outro, eu sabia que tudo isso só aumentaria a pressão. A pressão de fingir que estava bem, a pressão de manter uma fachada perfeita para não decepcionar mais ninguém.
Suspirei, tentando ao máximo me sentir melhor. A minha vida parecia estar em um constante estado de desequilíbrio, como se estivesse sempre a um passo de desabar. Talvez ir à ação social fosse uma maneira de me lembrar do que realmente importava, de me reconectar com a fé que sempre guiou minhas escolhas.
Mas, ao mesmo tempo, eu não conseguia ignorar o incômodo que Billie estava me causando. Por mais que eu quisesse afastar esses sentimentos e ignorar o que havia acontecido entre nós, tudo ainda estava fresco demais na minha mente. A frustração, a raiva, a tristeza; tudo estava misturado, me impedindo de ficar em paz.
Pensei em como ela me tratou, como se minhas questões fossem pequenas e insignificantes. Será que era assim que todo mundo via minha vida? Será que eu estava mesmo exagerando, como ela insinuou?
