Millie Quint, é uma jovem de 21 anos que cresceu em Cambridge, Massachusetts, imersa na fé e tradições de sua família religiosa. Determinada a seguir seus sonhos, ela ingressa na prestigiada universidade de teologia em Boston, onde espera encontrar...
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Millie.
- Millie? O que está fazendo aqui a essa hora, filha? Pensei que estivesse na faculdade.
Apertei as mãos uma contra a outra, sentindo meu coração começar a acelerar. É claro que meu pai não acharia nada demais me ver em um supermercado com uma amiga. Mas o problema é que eu sabia que Billie não era apenas uma simples amiga.
- A gente estava... m-mas ficamos com vontade de comer algumas besteiras que não vendem no campus... — Foi o que consegui falar.
Meu pai sorriu, ele estava com um semblante relaxado, claramente não desconfiando de nada. O olhar dele se voltou para a loira ao meu lado, que até então, estava quieta com um expressão indefinida.
- Essa deve ser sua colega então? — Ele estendeu a mão para Billie, que prontamente apertou a mão dele.
- É... colega de quarto. — Corrigi.
Billie apertou a mão do meu pai com firmeza, mantendo um sorriso cativante.
- Prazer, senhor. Billie O'Connell — ela disse, com um sorriso confiante.
Meu pai assentiu, ainda sorrindo, mas havia algo em seus olhos que me deixava desconfortável. Era como se ele estivesse avaliando ela, tentando entender quem era aquela pessoa que estava comigo, mesmo que de maneira sutil.
- O'Connell, hein? — Ele comentou. — Não é um sobrenome muito comum por aqui.
Billie deu de ombros, soltando a mão dele com uma expressão relaxada.
- Não mesmo, mas acho que isso faz parte do charme, né? — Ela respondeu com uma piscadela, tentando manter o tom leve.
Meu Deus, ela estava agindo de forma muito gay. Meu pai com certeza iria desconfiar. Engoli em seco, vendo o homem à minha frente dar uma risadinha leve que não durou muito.
- Estava com saudades, minha filha. — Ele passou o braço por cima do meu ombro, me abraçando e sorri retribuindo o abraço. — O que iam fazer agora?
Olhei para Billie que deu ombros, então virei para o meu pai também dando de ombros.
- Íamos apenas voltar e comer todas essas besteiras. — Falei e ele sorriu.
- Já jantou, filha? Não quer jantar lá em casa? Eu e sua mãe vamos fazer um churrasco para receber uns amigos... pode levar sua amiga para jantar conosco se quiser.
Franzi o cenho na mesma hora com o convite.
A ideia de levar Billie para casa, para um jantar com meus pais e seus amigos, parecia um cenário impossível. Eu sabia que Billie jamais se sentiria confortável em um ambiente como aquele, sem contar que meus pais começariam a fazer perguntas, e isso era a última coisa que eu queria.
