• 22 | We don't need all the answers now.

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Millie

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Millie.

Desci do carro com o coração martelando no peito. Eu não sabia o que meu pai falaria assim que me visse. Ele provavelmente estava desconfiado e me encheria de perguntas.

Billie desceu logo atrás, e eu a esperei para nos aproximarmos da igreja juntas. Não a deixaria para trás em um ambiente desconhecido para ela.

Ela ainda estava séria, com o maxilar levemente travado e uma postura tensa. Eu sabia que ela não estava bem. E eu também não estava, e aquilo estava me matando.

Parte de mim queria segurar sua mão, dizer que tudo ia ficar bem, que eu resolveria isso de algum jeito. Mas eu mesma não sabia se acreditava nisso.

Quando chegamos à entrada, vi algumas pessoas já nos observando de longe, sussurrando umas para as outras. Eu sabia o que elas deviam estar pensando. Eu podia sentir os olhares curiosos e críticos.

Me pergunto por quê? Não deveria ser assim, certo? Já que estávamos na igreja, em um ambiente em que deveríamos nos sentir tranquilos e acolhidos.

Engoli em seco, tentando ignorar.

- Millie. — Billie chamou, com a voz baixa o suficiente para que só eu escutasse. — Eu não quero te colocar numa situação difícil... se for dar merda, eu posso-

- Você não tá me colocando em nada, Billie. — Minha voz saiu baixa. — Tá tudo bem. Vamos fazer isso.

Ela olhou para a porta da igreja, depois para mim, seus olhos suavizando por um breve momento antes de endurecerem de novo.

- Eu não quero ser o motivo de mais problemas entre você e sua família. Se você achar melhor eu ir... — Ela começou, mas eu a interrompi rapidamente, sentindo um pânico súbito crescer dentro de mim. Não queria que ela fosse embora.

- Não! — Eu disse rápido demais, talvez com mais urgência do que pretendia. — Eu quero que você fique. Tá tudo bem. — Reafirmei.

Ela me estudou por um segundo, como se estivesse pesando suas opções. Eu sei que ela podia muito bem ir embora e me deixar ali, para facilitar tudo. Mas foi ela quem quis vir na ação social, e querendo ou não, eu me animei com a ideia. Me animei em ter a presença dela ao meu lado.

Bill respirou fundo e finalmente assentiu, embora a expressão em seu rosto ainda fosse cautelosa.

- Tudo bem. Mas se você ficar muito desconfortável, me avisa. Eu não quero ser a causa de uma briga entre você e eles.

Balancei a cabeça, apenas concordando.

Quando cruzamos a porta da igreja, o ambiente mudou drasticamente. A familiaridade do local, as paredes que tantas vezes me trouxeram conforto, agora pareciam mais opressivas.

Eu sentia a maioria dos olhares em nós, e meu coração acelerava a cada passo que dávamos. Era como se cada movimento meu fosse analisado, questionado, e a presença de Billie ao meu lado só aumentava essa sensação.

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