• 07 | Inner struggles of the soul.

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Mais um final de semana em família onde Millie Quint não sabia nem ao menos como se sentir

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Mais um final de semana em família onde Millie Quint não sabia nem ao menos como se sentir.

A semana foi corrida e, mesmo dividindo o quarto com Billie, ela conseguiu escapar lindamente da loira em todos os corredores e escadarias do campus. Nas aulas também, ela fazia questão de se sentar bem distante e não desviava o olhar do professor por nada.

Já no quarto, ficava meio difícil se esconder; não tinha como fugir da linda menina de olhos azuis ali. Mas Millie conseguiu, deu o seu jeitinho e conseguiu. Encontrando com O'Connell apenas quando ela já estava dormindo no quarto e vice-versa.

Então, finalmente, o fim de semana chegou e, com ele, vieram também todas as perguntas e curiosidades de seus pais sobre a faculdade.

Apesar de Millie estar feliz de estar com a família depois de uma longa semana de estudo, ela se sentia de certa forma culpada por suas últimas escolhas.

Um beijo.

Um simples beijo, e foi como se tudo tivesse mudado na vida dela. E literalmente, havia mudado. Mas ela obviamente estava tentando se convencer do contrário.

Ela sentia como se algo dentro dela não estivesse certo, como se, de alguma forma, ela estivesse errada. Sentindo uma culpa estranha dentro de si ao ver seus pais alegres orando por suas vidas enquanto agradeciam pelo almoço à sua frente.

Ela se sentia como uma impostora, sentada à mesa com sua família, ouvindo as palavras de agradecimento e louvor que seus pais entoavam com tanta devoção. Cada frase de gratidão parecia pesar sobre seus ombros. A culpa era como um nó em seu estômago, uma sensação que de forma alguma ela conseguia parar de sentir ou ignorar.

Millie olhava para o prato de comida à sua frente, sem realmente vê-lo. A imagem de Billie, com seus olhos azuis penetrantes e sorriso provocante, não saía de sua mente.

Lembrava-se do calor do beijo, da sensação gostosa de ser tocada de uma forma tão íntima e nova. Era como se uma parte dela tivesse sido despertada, uma parte que ela nem sabia que existia, mas que sua vida toda esteve ali, debaixo do seu nariz.

O que mais a preocupava também era que, apesar de toda culpa e todo medo, ela queria de novo. Queria a sensação dos lábios de Billie nos seus novamente, queria suas mãos em suas pernas e talvez até mais que isso.

Isso a assustava, a fazia questionar que tipo de pessoa ela era. Sendo que durante toda a sua vida ela tentou viver em total santidade e comunhão com Deus.

E Deus... o que ele pensava dela? Uma menina depravada, desviada, fora dos caminhos? Ela não tinha como saber. Mas, de alguma forma, ela não estava conseguindo se importar tanto com isso como antes.

Millie já não conseguia mais fazer suas orações diárias. Tentava fechar os olhos, mas alguma coisa a impedia de se conectar naquilo que estava fazendo e até mesmo com Deus.

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