Página Virada

Desesperado

Helena foi diretamente onde Antônio estava, ele levantou da cadeira e ela o abraçou, depois o puxou para um selinho. Irene via a cena com ciúmes e raiva por ter que presenciar mais uma vez uma mulher entre ela e Antônio, mas percebeu que a mulher não era uma pessoa má, ela realmente deveria gostar dele.

Helena: Estava com saudades amor, já que você não respondeu minhas mensagens ontem, eu resolvi pessoalmente checar como você está. - Falou sorrindo e olhando pra ele.

Antônio estava confuso, envergonhado e sem saber como agir ali com Helena na frente de Irene.

Antônio: Pois é, eu passei o dia ontem organizando essa festa do pijama aqui pra trazer as crianças, acabou que não tive nem tempo de olhar o celular, me desculpe!

Helena: Ah sim, claro! Mais tarde a gente coloca a conversa em dia.... - Abraçou e beijou as crianças cumprimentando cada uma, depois viu Irene. Você deve ser a Irene... acertei?

Irene: Sim, prazer em conhecê-lá!

Helena: Sou Helena. Prazer também!

Irene: A Petra e o Caio me falaram muito bem de você.

Helena: Ah, que bom... eu adoro os seus filhos Irene. E os seus netos então nem se fala! São uns amores... os meus finais de semana já não são mais os mesmos desde que fico aqui com o Antônio e eles...

Irene percebeu que a mulher queria marcar território falando daquele jeito, então resolveu que iria colocar as cartas na mesa.

Petra: A Helena ajuda muito o pai quando os meninos vem pra cá..

Helena: E amo fazer isso, me lembra o meu neto. Tenho só uma filha e um netinho de 6 anos, infelizmente eles moram no Canadá. Então vou duas vezes por ano lá visitar, eu sei o quanto é difícil morar longe de quem a gente ama.

Irene: Eu pretendo mudar essa situação em breve, não aguento ficar tanto tempo longe deles assim... já pensei em deixar a empresa com alguém.. se der certo volto a viver perto deles.

Antônio: Nem perguntei como ficou a empresa já que você está aqui. - Irene nem olhou pra Antônio. Ele sabia que ela iria ficar com raiva, com ciúmes, mas não tinha como evitar Helena ir até a casa dele.

Irene: Deixei com o administrador, quando voltar vejo o que vou fazer. Eu gosto muito de trabalhar, preciso encontrar alguém que faça pelo menos parecido com o que eu faço lá.

Helena viu as flores perto de Irene e não deixou de perguntar.

Helena: Que lindas as flores! Não querendo ser invasiva, mas foram de quem? Seu namorado?

Irene: Ah, são lindas mesmo. Foi o Antônio que me deu.

Helena entendeu a mensagem que Irene quis passar, ficou surpresa e decepcionada mas não quis passar fraqueza. Irene estava satisfeita por ter conseguido desestabilizar a mulher. Antônio percebeu que o clima na mesa estava ruim.

Antônio: É! A Irene me ajudou com os nossos netos ontem e eu quis agradecê-la por todo o cuidado com essa família por mais de 30 anos a presenteando com as flores que ela mais ama.

Helena: Muito delicado da sua parte meu amor, ficou feliz que tenha mostrado sua gratidão assim- A mulher que estava perto de Antônio e começou a acariciar o cabelo dele olhando diretamente pra Irene. Como forma de dizer que ele pertencia a ela.

Irene: Eu concordo com você Helena, jamais dormiríamos aqui na sala em um colchão no chão junto com as crianças se o Antônio não tivesse mudado tanto e demonstrado o quanto ama essa família que nós construímos juntos- Irene conseguiu exatamente o que queria! Antônio olhou pra Helena como se quisesse se explicar, mas desconversou e a convidou pra sentar a mesa.