— Na-namorar o seu filho? — Eu esperava que ele quisesse me contratar como acompanhante. Claro que colocaria ressalvas, mas o filho? — Que tipo de oferta é essa, sr. Hatake? Eu não sou uma prostituta!
Estou indignada, é claro! Minhas mãos tremem para não fazer um barraco nesse lugar porque não quero gastar o meu réu primário agredindo o homem. Afinal, ele é um juiz e rico. Seria a minha palavra contra a dele. Posso não ter a cabeça exatamente no lugar certo, mas consigo pensar.
— Me desculpe, senhora Uchiha. — Ele arregala os olhos, aparentemente constrangido. — Não penso nisso ou não faria essa proposta em relação à pessoa que mais amo no mundo. Pensei em você porque mesmo sendo um pouco mais velha, não aparenta, no entanto, pode trazer maturidade ao Kakashi. — Nesse momento ele cerra os olhos como se duvidasse das próprias palavras, ou é o que eu penso. Céus, maturidade é o que me falta ultimamente. — Não tem ninguém há um tempo e está precisando bastante. Além de ser uma moça muito bonita que gosta de viver.
Arqueio uma sobrancelha com essa última parte.
— Suponho que pesquisou sobre mim — acuso séria.
Claro que fez isso, Sakumo Hatake é o juiz mais poderoso de New Leaf desde que a sua família se mudou do Japão há quatro anos.
— É uma das minhas especialidades. — Tento não sorrir, mas logo lembro da proposta e volto a ficar chateada. — Veja só, Sakura. Posso chamá-la assim? — Aceno positivamente. — São seis meses por um ano de pagamento da sua hipoteca e o meu filho é um rapaz gentil, mas muito tímido e retraído.
— Caso eu aceite, imagino que haverá regras.
— Obviamente haverá um contrato. — Claro, ele é um homem de Direito e esperto demais. — As regras gerais são simples: Kakashi não pode saber que existe um contrato; você deve se envolver amorosamente com ele por seis meses; convencê-lo a voltar a Stanford para finalizar a faculdade de Direito; ao fim do período, ele deve acabar o relacionamento com você a fim de ganhar confiança, mas você não poderá trair o meu filho.
— Quando você diz amorosamente, é preciso ter sexo? — pergunto e o homem fica ereto em sua cadeira.
— Obviamente.
— Ou seja, você está querendo me contratar como uma mulher da vida.
Não sou uma referência, mas transo apenas com quem eu quero. Claro que já transei por benefícios, mas ainda assim, preciso querer.
— Kakashi não é um rapaz de se jogar fora, Sakura — alertou-me com um olhar sério.
— Então você não faria uma proposta dessas a mim. Me mostre uma foto, por favor.
Sakumo suspira audivelmente e vira o porta-retratos da sua mesa e o que vejo é um rapazinho com um boné de Stanford que cobre parte do seu rosto abraçado a viúva Hatake. A única coisa que detecto é que é alto e magro.
Arqueio a minha sobrancelha para ele, deixando entendido que preciso de mais material.
— Kakashi não gosta de ser fotografado. Tenho essa no celular. — Me mostra uma parte da mão do menor tapando a câmera e um pedaço dos olhos e cabelos brancos desgrenhados. — Essa tentei tirar ontem, mas ele não deixa.
— Quantos anos ele tem? — pergunto analisando o porta-retratos. — Ele ao menos é maior de idade?
Imagino que sim por já estar cursando a universidade, mas vai que né?
— Vinte e dois anos. Essa fotografia foi tirada há quatro anos quando ele recebeu a resposta de Stanford. Foi um dia feliz para a mãe dele.
— Imagino. E por que deixou a universidade? — Na imagem não consigo ver se ele sorri porque o boné faz sombra.
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Proposta Indecente
Fiksi PenggemarSakura é uma jovem mulher de 29 anos, viúva de Sasuke Uchiha, que mora numa casa bastante confortável. Desde a morte do seu marido, a Uchiha não conseguiu se reencontrar novamente, levando uma vida desorganizada: desde os seus relacionamentos casuai...