Proposta Indecente

Kakashi Hatake

No momento que saio de casa a fim de correr um pouco, afinal faz tempo que não me exercito, um SUV preto para em frente, olho para todos os lados, mas não sei o que pensar. O vidro traseiro abaixa e a cabeleira branco prateada de Sakumo Hatake torna-se visível.

— Bom dia, Sakura. Aproveitei que tive um tempo e vim pessoalmente recolher o contrato e entregar o que combinamos. — Mostra-me um envelope um pouco mais gordo e aproximo-me do carro.

— Não é arriscado vir aqui?

Esse homem deve estar desesperado para que o garoto perca a virgindade, Deus.

— A partir de agora não teremos mais contato, até que o meu filho decida apresentá-la a mim. Espero que isso aconteça.

— Hum... — Recolho o pacote e volto para o interior da minha residência deixando-o em cima da mesa e pegando a via do contrato que devo entregá-lo.

— Hoje você conhecerá Kakashi — alerta e não estou pronta para algo tão rápido. Achei que seria do meu jeito, um que ainda não sei qual é. — Iremos à loja encomendar ternos para um jantar beneficente da associação de advogados. Sua amiga me atenderá, mas dê atenção ao meu filho. Escolha algo elegante para ele.

Concordo sem nem mesmo conseguir captar a mensagem.

Antes que o vidro suba cobrindo totalmente o rosto do meu contratante, coloco o meu headphone e começo a minha corrida ao som de Pearl Jam, com a música Alive.

Estou fora de forma e não consigo mais manter o ritmo como antigamente, então corro e caminho, aumentando o tempo para quase uma hora em cinco quilômetros.

— É como dizem, depois dos vinte cinco é só ladeira abaixo. Ano que vem chegarei aos trinta.

Sorrio ao pensar que não tenho mais a mesma disposição até mesmo dos vinte cinco. Não que eu troque a minha idade, afinal eu fui muito ingênua, mas sinto o tempo passar tão rápido que em breve chegarei aos trinta e cinco e tenho medo de quando completar essa idade eu continue da forma que estou ou pior.

(...)

Pela primeira vez chego ansiosa no trabalho. Não tive tempo de olhar o envelope, pois demorei mais do que queria correndo e ainda busquei Ino para irmos juntas. Além de gastar um tempo explicando a ela que consegui uma prorrogação do débito, o que é uma mentira, mas não posso dizer que o mês já está pago e não preciso preocupar-me com isso por um ano.

— Mude essa cara de desânimo, sinto que hoje será um bom dia.

De onde ela tira tanta positividade? Se soubesse que estou nervosa porque vou conhecer o meu futuro caso amoroso por seis meses, o que diria? E que é um fedelho que não tirou a catinga do mijo.

Já estou arrependida por ter assinado o contrato. Mentira! Dormi super bem essa noite só pelo fato de estar com a hipoteca paga, só mais vinte três meses agora.

— O que te faz pensar nisso? — Mei aparece finalizando uma trança nos seus cabelos ruivos. Olha-me com a cara enjoada, mas sorri triste para Ino. — Os clientes já deveriam estar voltando, mas a cidade permanece parada.

Acho que todas temos os nossos problemas e por mais que não goste da Terumi, pois ela já me sacaneou com antigos fregueses, eu não fico para trás quando recordo-me de que já transei com o seu ex-namorado apenas porque quis vingar-me e mostrar que podia.

"Somos duas vadias."

— O cheiro do sol está mais presente hoje, não sentem?

Pela primeira vez eu e Mei nos olhamos e sorrimos concordando que grávidas possuem suas idiossincrasias.