Cap 11: Praia das estrelas

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O bom de ir ao cinema em uma segunda-feira é porque ele não é badalado, e sim, vazio, e por isso, não corro o risco de encontrar muita gente. Não quero pensar, se por acaso, eu encontrar algumas pessoas, tipo: Naruto e a sua esposa. Ai, sim, a sonsa da Uzumaki apontaria o dedo e falaria ainda mais sobre a minha vida.

Entramos na sala de número sete e após nos acomodarmos nas nossas namoradeiras, Kakashi tocou o sinal pedindo um atendimento.

— O que você quer? — me pergunta enquanto tira a carteira do bolso.

— Pipoca! Metade doce e metade salgada, gosto de misturar.

Ele sorri e acho que posso me acostumar a ver esse sorriso sempre.

— Vou pegar uma salgada pra mim.

— Não, divide comigo. — Mordo meu lábio inferior e Kakashi os encara, soltando um pouco de ar pela boca. Sei que ele está querendo me beijar, mas o esperarei dar o primeiro passo.

— Senhora, uma pipoca grande meio a meio, por favor. E para beber... Coca-Cola? Cerveja? — Vira-se, confuso.

— Coca-Cola tá bom.

Se bem que qualquer bebida alcoólica me daria coragem de agarrá-lo aqui.

O Hatake paga e em poucos minutos a atendente volta com o nosso pedido, bem a tempo dos trailers começarem.

Não consigo fingir que não me encontro ansiosa, pois estou. No entanto, curto o filme e o meu acompanhante é um bom parceiro no cinema. Inclusive, mais perceptivo do que eu em algumas cenas, que por estar esperando ele tomar alguma iniciativa, acabo não tendo foco.

Não há uma divisória nas nossas cadeiras, é justamente para casais e completamente reclinável, eu me encontro muito à vontade, e apesar de estar frio, a minha jaqueta me aquece, porém, finjo frio nas pernas e me aproximo mais dele, já na metade do filme, colando lateralmente os nossos corpos. Ele fica com o tronco um pouco duro e tenso, que acho até graça.

— Está com frio? — Seu rosto se aproxima um pouco e a sua voz tem um tom baixo, porém firme.

— Um pouco nas pernas.

Kakashi parece pensar um pouco, eu quero que ele as puxe para o seu colo e alise passando calor. No entanto, o que faz é colocar as suas por cima das minhas e levar um pouco mais para si.

— Tá melhor assim?

Não! Ao fazer isso, ele acabou me afastando um pouco dele. Movimento esse que me deixou estranha e me recrimino, um pouco por ter gostado de sentir o calor do seu corpo.

— Sim, obrigada.

O filme acaba e o máximo que consigo dele é um encostar de dedos, até tive que entrelaçar os meus nos seus.

"Ele é devagar!"

— O que achou? — me pergunta, visivelmente curioso, enquanto abre a porta do carro para que eu entre. Dá a volta e entra também no banco do motorista, esperando a minha resposta.

— Gostei e acho que vem uma guerra pela frente novamente. Bem que os humanos poderiam dividir o mundo com os macacos.

Kakashi gargalha um pouco jogando a cabeça para trás.

— Imagino que sim, que vem uma guerra. — Liga o veículo, dirigindo para a saída do estacionamento. — Porém, uma divisão do mundo entre os dois não deve ser possível. O ser humano é muito dominador.

— Hm...

Nosso encontro está acabando, mas eu não quero isso. Não posso finalizar essa noite sem uma investida. Direciono a minha atenção a Kakashi, que mantém o seu foco dirigindo, e vejo os seus traços; o nariz bem alinhado, os lábios bonitos, os olhos focados e o cabelo prateado na nuca, a parte que o boné não cobre. Percebo o pomo de adão subir e descer e de repente o rapaz me encara. Inicialmente correspondo ao seu olhar escuro, a cicatriz lhe confere um charme másculo. Ofereço a minha atenção para a boca aberta e a pinta no lado esquerdo do queixo.

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