Se me perguntassem que raio de loucura me acometeu para mandar uma mensagem para Sakura alguns minutos após ela sair, não saberei responder. Agi por impulso. Não acreditei que ela fosse responder. Uma mulher bonita como ela não olharia de verdade para um homem como eu. No entanto, o fato dela aceitar que eu a ajude, somado ao seu interesse em saber algo sobre mim, atiçou-me da mesma forma que me fez ter um pé atrás. Foi assim com Hanare e temo que Sakura possa ser igual.
Quando ela respondeu a minha mensagem sugerindo que nos encontrássemos em um café eu quase não pude acreditar.
No momento que ela encarou o meu rosto e analisou-me, senti-me despido e seus olhos absurdamente verdes pareceu desvendar cada traço meu. Já vi muita gente encarar a minha cicatriz e algumas pessoas não fizeram as melhores expressões. Com o tempo a carne cicatriza até ficar mais clara, mas antigamente era uma coisa feia e viva a ponto de sair de casa apenas com óculos escuro.
Não que eu seja vaidoso, ou coisa do tipo, mas já fui tanto alvo de chacota que com o tempo só quis me proteger das línguas afiadas.
Minha mãe sempre me disse que foram os cabelos do meu pai que a fizeram se apaixonar e o sorriso, e sentiu-se grata quando nasci tão parecido, só que ainda mais bonito e charmoso com a pinta no queixo, porém eu tive essa fantasia enterrada quando na escola fui zuado de velho, bruxo e demônio, ou quando as meninas chamavam-me de estranho. Pior aconteceu quando nos mudamos inicialmente para Manhattan, que além de asiático, fui chamado de vários outros nomes.
Meu alívio foi conhecer Gai e Obito, principalmente o primeiro que passou a me defender de vários valentões. Não que eu não soubesse me defender, era campeão em Tóquio de caratê, mas porque fui ensinado pelo meu mestre do dojo a não utilizar meu conhecimento para desavenças. E nunca fui uma pessoa de revidar comentários, por já ter me machucado bastante no colégio.
Gai é um exímio artista marcial, muito melhor do que eu, mas ele faz jiu-jitsu e muitas vezes testamos as nossas artes para ver quem é o melhor. Eu perco na maioria, acredito que o nosso placar atual seja 32 x 25 para ele.
Já Obito é um cara mais tranquilo e pragmático, porém com melhores relações humanas que nós dois. Também treina caratê, mas se chateia porque dificilmente ganha de mim. E assim somos, os três e o nosso trio se juntou para cursar em Stanford. A diferença é que os dois continuam lá e eu larguei.
Apesar deles continuarem lá, eu não consegui. Foi covardia ter fugido? Talvez, mas acho que sinto-me melhor aqui escondido e na paz de um lugar que ninguém me conhece do que lá.
Há mais de um ano eu não interajo com outras garotas, com exceção de Hana, com quem trabalho na ONG e compartilha comigo o amor pelos caninos, e as duas empregadas da casa do meu pai.
Não saio muito, a não ser quando Gai e Obito vem para a cidade e por isso não socializo. Agora estou olhando novamente e pela trigésima vez a mensagem do meu celular sobre o encontro que terei com Sakura, sem ainda realmente acreditar.
Assim que bati os olhos dela na loja que trabalha, a achei linda. Os cabelos cor de rosa em contraste com os olhos grandes e verdes. Um nariz tão afilado que parece ter sido moldado por um artista, os lábios carnudos na medida certa e desenhado com um batom levemente rosado e brilhante. O vestido preto que cai perfeitamente no corpo pequeno, mas com curvas e o laço vermelho no topo da cabeça. Sakura pareceu-me uma princesa saída dos contos da Disney.
Sua voz gentil e doce soou como música clássica nos meus ouvidos e o som do seu sorriso foi a nota que completou a sinfonia. Ela é uma garota perfeita e por isso não acredito que possa, minimamente ter tido interesse em mim.
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Proposta Indecente
Fiksi PenggemarSakura é uma jovem mulher de 29 anos, viúva de Sasuke Uchiha, que mora numa casa bastante confortável. Desde a morte do seu marido, a Uchiha não conseguiu se reencontrar novamente, levando uma vida desorganizada: desde os seus relacionamentos casuai...