𝟎𝟐𝟗

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🇧🇷 𝟎𝟐𝟗

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🇧🇷 𝟎𝟐𝟗. Remédio para doido é um doido e meio;

MANTENHO MEUS OLHOS fitos no retrovisor, observando silenciosamente a porra da coluna de concreto através do reflexo espelhado, pensando firmemente o que fiz para merecer tanta desgraça em minha pobre vida.

Como eu posso ser tão fodida? Desde o dia primeiro de dezembro de dois mil e três, o mundo conheceu o ser humano mais azarado já visto: Helena Cecília da Silva Santos.

Está aí mais um motivo pelo qual Charles e eu devemos nos afastar o mais rápido possível. Dois fodidos juntos iria desconfigurar o universo, causando um paradoxo. Paradoxo esse que irá destruir o mundo, como em The Umbrella Academy.

— Helena, você está bem? — Indagou Charles, retirando rapidamente o seu cinto de segurança e inclinando o seu corpo em minha direção, segurando meu rosto entre as suas mãos e checando meu estado com cuidado. — Não bateu nada?

Nada além do seu carro, penso.

— Ai, meu Deus! — Arregalo os olhos, desesperada. — Charles! Eu bati o seu carro! Meu Deus do céu! A coluna! O seu carro! Eu! Meu Deus!

— Calma! Calma! — Reverbera, tão desesperado quanto eu, mas tentando assumir o controle da situação. — Você está bem?

Reflito por alguns segundos, me pergunto como deveria responder a sua pergunta. Eu estou bem? Fisicamente, sim. Psicologicamente? Também, considerando que o carro não é meu. Então a resposta só pode ser uma: Eu estou maravilhosamente bem.

Mas...

Sem dizer uma palavra, olho de um lado para o outro, atordoada. Meus olhos passeiam pela lateral do carro até os vidros, notando que o estacionamento se mantinha vazio mesmo depois do impacto, reafirmando que não tinha ninguém ali, tampouco nas redondezas.

— Canalhas! — Revérbero, retirando as mãos do monegasco do meu rosto e destravando o cinto. — Quem colocou essa coluna aqui? Isso é lugar de colocar coluna? Vão se foder!

Não me dou ao trabalho de ouvir Charles quando minhas mãos se apressam para abrir a porta e meus pés trilham seu caminho para fora do carro.

— Desgraçados! — Praguejo, caminhando até a parte traseira do carro, pronta para checar o estrago. — Que tipo de engenheiro planeja isso? Ou arquiteto, sei lá que tipo de imbecil faz isso.

Crispo os lábios, analisando o estrago feito na parte traseira do carro do monegasco, enquanto o ouço se aproximar a passos apressadamente.

— Helena, você está bem? — Indaga seriamente, segurando os meus ombros e me chacoalhando minimamente, agarrando o meu rosto entre as mãos e analisando-o com atenção. — Sua cabeça está doendo? Pode ter batido. É melhor que passemos no hospital.

— Charles...

— Está meio vermelho aqui. — Inclina minha cabeça para o lado, checando a minha bochecha. — Droga! Me desculpe, Helena! A culpa foi minha.

𝐈𝐏𝐀𝐍𝐄𝐌𝐀 𝐆𝐈𝐑𝐋, Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora