Capítulo 4

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Capítulo 4 - Angel Castellani

— Angel — Escuto a voz do meu pai e as batidas na porta — Você já organizou todas as suas coisas ? O jantar é logo á pouco e você já vai amanhã.
— Está tudo pronto, passei os últimos dias organizando tudo — respondi de forma calma apesar de estranhar o fato de meu pai está presente e preocupado com as minhas coisas.
— Ótimo, então se arrume para o jantar, teremos grandes empresários da cidade aqui hoie - falou saindo e fechando a porta.
Claro que ele estava muito preocupado com a imagem que eu iria passar para essas pessoas, como se eu fosse adepta a fazer cenas. Apesar da vontade, não faria, passaria por mais essa com a cabeça erguida, deixando o caos bem preso dentro de mim.
Escolhi minhas roupas, depois fui direto para o banho, após um tempo comecei minha maquiagem, coloquei meu vestido preto de seda.
Resolvi deixar meus cabelos em cascatas de cachos pelas minhas costas e hoje apenas hoje, colocaria um salto, que eu não era muito fã mas tentaria fazer esse esforço.
Assim que fiquei pronta mandei uma mensagem para Ana pedindo que ela viesse, não demorou muito e ela retornou a mensagem avisando que estaria aqui em poucos minutos.
Não desceria até que minha amiga chegasse, ficaria completamente deslocada no meio dessas pessoas que eu não fazia ideia de quem fosse.
Mas os meus planos foram por água abaixo segundos depois, quando Maria bateu a minha porta avisando que alguns convidados teriam chegado e meu pai estava solicitando a minha presença lá em baixo para que ele pudesse me apresentar.
Fechei a cara e inspirei todo o ar que os meus pulmões poderiam suportar, mas não faria uma cena bem agora, apesar de estar a um passo de explodir com essa cena de pai presente, dedicado e orgulhoso. Pior que eu me sentia tão falsa quanto ele, seguindo toda essa encenação.
Mas a verdade é que eu não via a hora de acabar com tudo isso e seguir a minha vida bem longe dessa casa e desse ciclo de grandes nomes que meu pai fazia muita questão de estar envolvido, não suportava carregar todo peso do nome dele.
Sem protelar mais, dei uma última olhada no espelho e passei as mãos no cabelo para ajeitar uns fios que estavam fora do lugar, logo desci para evitar qualquer discussão que eu pudesse ter com meu pai.
Quando cheguei a sala de jantar tinha muitas velas espalhadas, tudo muito bem arrumado com uma decoração imperial e mais pessoas do que eu esperava ver ali. Caminhei até o meu pai que já estava com um dos braços estendidos na minha direção como um sinal de convite, cada segundo que se passava eu poderia acreditar menos naquela grande encenação, mas fui até ele e apoiei as mãos em seu braço, assim que encostei ele depositou um beiio no meu lado direito e começou a falar.
— Angel, esse é Henrico Furtado, um dos médicos chefe do nosso hospital, e um braço direito — Meu pai falou dando um sorriso na minha direção — Ele comentou comigo que tem uma filha da sua idade, que também estudou a vida toda no seu colégio, provavelmente vocês seiam amigas.
Meu pai fez uma pausa, mas antes que pudesse abrir a boca, Henrico resolveu falar, e deixar apenas os sorrisos de lado.
— O nome dela é Karen Furtado. Vocês eram da mesma sala ? — Henrico fez a pergunta, mas parecia que ele já sabia a resposta.
Assim que ele pronunciou o nome dela, virei o rosto na direção da ampla sala de iantar a procura da menina que fez a minha vida no colégio um inferno, mesmo quando minha mãe morreu. Não parava de pensar em como essa noite não poderia ficar pior, mas assim que conclui o pensamento, foi como uma maldição, meus olhos encontraram Karen conversando com Valentin em um dos cantos da sala, e a minha surpresa não poderia ter sido maior, não fazia ideia que eles eram tão íntimos assim.
Virei o rosto rápido antes que eles me pegassem espiando, me afastei um pouco do meu pai e fui até um dos garçons a procura de água.
Assim que estava virando a taça sem respirar, ingerindo todo o líquido, sinto uma mão no meu ombro, quando me virei bruscamente encontrei minha amiga, com os olhos bem abertos me encarando assustada, talvez por conta da minha reação ao seu toque.
— Desculpa — disse rápido — Hoje não está sendo um bom dia - conclui abraçando Ana.
— O que houve? O que aconteceu que você está tão assustada? — perguntou se encostando no meu ouvido sem largar o abraço.
— Karen está aqui, vi ela conversando com Valentin no canto da sala, imaginei que ele estaria aqui, pois meu pai tem negócios com os dele, mas ver ela aqui e tão próxima dele, me pegou de surpresa — falei soltando Ana devagar.
Ela me olhou com uma cara de poucos amigos, aquela que dizia o mesmo que eu, sua total indignação por Karen está aqui, pois já não bastava tudo que ela fez, ainda tinha que está na minha casa.
— Ela veio com Valentin? — Ana perguntou enquanto nos afastava para um canto da sala.
— Acredito que ela veio com o pai, que tem negócios com o meu pai, coisa que eu só descobri agora — falei com um tom mais baixo.
Enquanto conversávamos mais pessoas chegavam e finalmente Valentin perdeu um pouco da atenção que estava depositando nela e se virou para dar uma olhada na sala, me virei para Ana e continuei conversando sobre a nossa mudança que já seria amanhã, não lhe daria o gosto de saber que eu estava olhando.
Poucos minutos depois senti uma mão passando pela minha cintura, e dessa vez não me assustei, eu reconhecia esse toque de longe, fora que eu já estava mais calma com a presença da minha amiga, e o olhar dela entregou na hora quem estava atrás de mim.
Não me virei, apenas conclui o que estava falando.
— Oi pequena, chegou faz muito tempo ? —
Valentin perguntou e se moveu para ficar visível aos meus olhos.
— Sim — respondi seca, já estava cansada do teatro dessa noite e só estava começando.
— Então qual o motivo de não ter ido falar comigo? —ele perguntou dando um passo para trás, provavelmente querendo ter uma visão mais ampla de mim.
— Não te vi, estava entretida com Ana — menti tentando relaxar
— Hum — resmungou mas logo mudou de comportamento — Você está ainda mais linda hoje, venha aqui — ele disse todo galanteador e me puxou pela cintura para cheirar o meu cabelo.
Valentin e essa mania de me pegar como se fosse dele, palavras dóceis e toque autoritário.
Meus pensamentos foram atrapalhados pelas conversas no ambiente que estava um pouco mais alta do que antes, e vários suspiros espalhados pela sala, então resolvi me virar para ver o que estava acontecendo, e acabei me deparando com um homem alto, provável 1,90 todo vestido de preto, muito forte mas não consegui ver seu rosto para identificar quem era, pois ele estava de costas para o lugar onde estou. Mas consegui ver que os olhares eram todos direcionados a ele, menos o do meu pai que se encontrava conversando com os Davel pai e mãe de Valentin.
Depois de alguns minutos conversando com Ana e Valentin, vejo meu pai avisar a todos no salão que o jantar será servido e que podemos nos sentar, então caminhamos para a mesa de jantar e meu pai pediu para que me sentasse ao seu lado, que se encontrava na cabeceira da mesa como um bom anfitrião, antes que Ana pudesse se sentar ao meu lado, Valentin o fez jogando um sorrisinho de lado para minha amiga, que olhou para ele franzindo o rosto, então se sentou ao lado do nosso amigo.
Enquanto conversava com os dois, meu pai chamou minha atenção e quando me virei na sua direção me vi de frente para o homem todo de preto que acabei de confirmar ter seu 1,90 de altura, mas o que me pegou de supresa é que eu sabia quem ele era, mas antes que pudesse continuar envolvida nos meus pensamentos, meu pai começou a falar.
— Angel, esse é Raven Grey dono da Night of The Crows e de muitas grandes empresas aqui de Los Angeles. Ele acabou de se mudar para cidade, mas já tem empresas aqui a muitos anos. — ele finalizou me olhando com um sorriso.
Quando olhei para Grey ele estava me olhando de cima abaixo dando um meio sorriso, mas logo se sentou na cadeira a minha frente ocupando o outro lado do meu pai, e eu apenas assenti com a cabeça dando um meio sorriso.
Agora eu entendi o motivo de agir daquela forma na boate, como se fosse o dono da cidade.
Me virei para voltar a conversa com meus amigos, mas antes que a conversa pudesse começar vi muitos garçons chegando com diversos pratos, cheguei a conclusão que meu pai está mesmo querendo surpreender alguém aqui hoje. Começamos a comer e vez ou outra pegava o olhar de Valentin sobre mim, terminamos o jantar e todos se levantaram, passei todo o momento sem olhar para frente, por não querer encontrar Grey ali, ele me dava calafrios e emanava um poder que jamais vi antes, então achei melhor evitar.
Assim que saímos da área do jantar Valen passou em volta do meu corpo e me chamou para uma conversa sozinhos.
— Pequena, quero falar com você — falou me dando um sorriso safado e eu logo entendi
— Tudo bem, vamos no meu quarto — chamei, acho que as taças de bebida me deram muita coragem
— Certo — ele respondeu com um sorriso e deu um beijo no topo da minha cabeça.
Todo estavam dispersos então ninguém notou que estávamos subindo. Caminhamos para o meu quarto e quando entramos no cômodo
Valen fechou a porta atrás de si, o que me fez tremer.
Eu estava sentada na ponta da cama quando ele veio caminhando até mim, passou minhas pernas em volta de si e sentou-se comigo no colo, essa proximidade fez com que eu quisesse sentir cada centímetro da sua pele, e assim eu fiz.
Tomei sua boca tentando tirar dele tudo que eu desejei todos esses 4 anos, e a batalha entre nossas línguas foi doce mas com muita presa.
Valen pressionou meu quadril contra seu corpo e eu pude sentir sua ereção entre as minhas pernas
— Valen — tentei dizer mas saiu mais como uma respiração ofegante
— Rebola em mim pequena — ele disse enquanto gemia no meu pescoço e passava os dentes na minha pele
E assim eu fiz, mas quando ele começou a chupar o meu pescoço, escuto batidas vindo da porta e dou um pulo assustada, saio do seu colo e vou em direção a porta.
— Oi — respondo seca, mas quando vejo é Ana vindo se despedir, e na hora mudo meu semblante.
— Você desapareceu do nada, nem se despediu de ninguém — Ana falou resmungando
— Eu estava cansada — não queria as provocações de Ana, então não falei sobre
Valentin, fora que ele estava em um ângulo que não dá para ver.
Me despedi da minha amiga que já voltaria pra casa, amanhã seria o dia da nossa mudança, então não poderíamos perder a hora.
Trocamos palavras breves e logo fechei a porta atrás de mim para me despedir de Valentin. Voltei caminhando lentamente em sua direção e aproveitei para ir ajeitando o vestido que estava um pouco fora do lugar devido à pressão de suas mãos.
Valentin continuou me olhando sem piscar, mas não saiu do mesmo lugar que se encontrava no canto do quarto, dando uma olhada no celular. Chamei para vir até mim e assim ele fez.
Parei no pé da cama mas dessa vez não me sentei para que Valen não entendesse como um convite, quando ele se aproximou passei a mão com carinho no seu braço, mas sem nenhuma maldade, precisava me despedir dele, amanhã um novo ciclo se iniciaria, eu precisava me sentir pronta e nada cansada. Então resolvi falar.
— Valen, preciso descansar — falei inclinando a cabeça para o lado, tentando parecer meiga — eu estava mesmo cansada, mas o principal é que se continuássemos ali, claramente eu me arrependeria amanhã e não queria dar um passo que não estava pronta.
Valentin deu mais alguns passos em minha direção até nossas respirações ficarem bem próximas, sem desviar os olhos do meu, como se quisesse mesmo ler a minha mente.
— Tem certeza que não quer que eu fique ? — Ele disse com um olhar safado depositando vários beijos pelo meu rosto e finalizou com um na boca.
— Tenho certeza, amanhã preciso levar as coisas para o meu apartamento novo, e não quero estar cansada — fiquei um pouco em silêncio, mas resolvi dizer — Também não quero tomar uma atitude precipitada, tal qual me arrependeria amanhã — falei corando imediatamente.
— Eu entendo. Já vou então, e a gente se ver na universidade — Valen falou enquanto me abraçava carinhosamente.
Mas antes que ele pudesse me soltar, ouvi o ranger das fechaduras e a minha porta se abriu, imediatamente empurrei Valentin para longe de mim, não tínhamos nada sério, e seria embaraçoso alguém nos ver nessa situação.
A minha sorte é que não foi ninguém que me importasse. Quando olhei na direção da porta era o Grey que estava lá, e tinha dado apenas um passo para dentro do quarto, mas demonstrava uma expressão estranha, que eu nunca tinha visto antes. Ele não disse nada, então eu resolvi quebrar o silêncio.
— Posso ajudar ? — perguntei cruzando os braços na frente do corpo, olhei na direção de Valentin mas ele
continuava petrificado no mesmo lugar.
— Eu estava procurando o banheiro. Mas é bom saber que pelo menos dentro da sua casa você tem educação — Grey diz provocativo.
— Lá embaixo você encontra um — resolvi ignorar a provocação e deixá-lo ir. — Olhei mais uma vez para checar a expressão de Valentin, mas agora eu tinha lhe encontrado com o olhar semicerrado encarando Raven Grey.
— Você não vem ? Parecia estar de saída — Grey se virou próximo da porta, literalmente convidando Valentin para se retirar do meu quarto.
Eu não posso dizer o quanto fiquei surpresa com essa cena, principalmente por Valentin não ter dito nada e apenas ir sem falar muito, e logo os dois sumiram atrás da porta. Não posso disser quer não fiquei feliz, até porque a situação já estava muito embaraçosa, e um problema cheio de fofocas é o que eu menos preciso nesse momento.
Saí dos meus devaneios e caminhei direto para o banho, chequei todas as coisas que eu levaria para o meu apartamento com Ana e fui direto para cama.

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📚 Essa história não seria publicada aqui, ia direto para o Kindle, mas a opinião de vocês é MUITO IMPORTANTE 🥹
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FAITH - Reivindicando seu AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora