Capítulo 5

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Capítulo 5 - Angel Castellani

Acordei cedo para conseguir levar todas as coisas para o apartamento ainda hoje. Maria e Lúcia estava me ajudando a colocar as coisas no fundo do carro quando meu pai apareceu na porta da casa.
— Bom dia filha, estava indo sem se despedir de mim ?— reviro os olhos diante do seu comentário, mas não deixo de responder.
— Não, ainda nem tomei café — respondi e me virei para colocar a última caixa no fundo do carro.
— Ótimo, então aproveite e venha comer comigo — ele não esperou uma resposta, deu uma ordem e entrou na casa.
Aproveitei para falar com Maria que iria embora comigo, ela ficaria morando no meu apartamento agora. Levamos apenas os meus pertences, pois os móveis já estavam todos lá, que compramos novos.
— Maria, aproveite para comer e rever se esqueceu algo seu, teremos muito o que fazer quando chegar lá — falei enquanto fazia uma carícia no braço dela, que eu tinha como uma mãe.
Caminhei até a cozinha e a mesa de café já estava posta, com meu pai se servindo. Ele fez uma pequena pausa para olhar em minha direção e voltou a se servir.
Entendi o seu olhar como uma ordem, e me sentei ao seu lado para poder comer também. Eu me perguntava em que momento ele teria se tornado tão frio e autoritário, mas logo encontro a resposta na minha própria mente. Foi no mesmo momento que eu me afundei no Balé, piano e o mundo de livros que passaram a ser a minha vida quando a minha mãe deixou um buraco enorme neste lugar.
Engoli o café com muita velocidade e levantei para me despedir e ir até o carro.
— Juízo Angel, estarei de olho em você mesmo que não estejamos na mesma casa, e eu quero que passe alguns dias aqui com frequência, afinal, ainda é a sua casa — meu pai falou se levantando para me dar um abraço.
Franzi o cenho com o comentário de ter alguém me vigiando, mas devolvi o abraço e corri em direção a porta. Estava fazendo de tudo para não entrar em questionamento com meu pai hoje, só queria sair dessa casa logo.
Marquei com Ana para nos encontrarmos aqui na frente de casa e pegarmos caminho juntas mesmo cada uma indo no seu carro.
Quando estava no carro lembrei que esqueci a chave reserva do apartamento no escritório do meu pai, e precisei voltar correndo para pegar.
— Maria, esqueci as chaves que vão ficar com você, as do apartamento, espera só um minuto — Maria apenas assentiu com a cabeça e deu um leve sorriso de sempre.
Ao entrar na casa, percebi que meu pai já tinha saído da cozinha, então resolvi subir e ir direto para o escritório dele. Entrei na sala e fui direto para sua mesa, passei o olho na parte de cima mas a chave não estava lá, então resolvi abri a única gaveta grande que tinha na mesa do meu pai. Eu sei que ele odiava que qualquer pessoa entrasse lá, mas era um caso de urgência e eu já estava de saída.
Abri a gaveta e logo encontrei a chave do apartamento, assim que fui fechar vi um papel aberto, mas o que chamou atenção foi o meu nome escrito ali, mas eu não tinha tempo para ler ali, meu pai poderia entrar a qualquer momento, e eu também poderia acabar me atrasando, então peguei a carta coloquei no meu bolso e saí do escritório na mesma velocidade que entrei.
Quando cheguei na parte de fora da casa encontrei Ana e Maria me esperando, entrei no carro e seguimos caminho para o meu apartamento.
Depois de um tempo de viagem finalmente chegamos, sigo o caminho para o elevador depois de termos tirado todas as caixas dos dois carros. Meus olhos brilham de ver aquele prédio, um símbolo de liberdade e recomeço, finalmente consegui sair daquela casa com todas as lembranças da minha mãe, e literalmente fugir das ordens do meu "pai" já que era o que ele era, só não água como um.
As vezes eu me perguntava se ele sabia o quanto tinha acabado de quebrar o que ficou do meu coração quando minha mãe morreu e ele me deixou de lado junto.
— Vamos Angel, o elevador chegou — fui interrompida dos meus pensamentos por Ana que já caminhava com um dos carrinhos de mudança para subir.
— Vamos sim — respondi um pouco ainda inerte.
A todo momento Maria nos acompanhou e deu todo apoio que precisamos, passamos todo o dia colocando nossas coisas no lugar, era mais as roupas e utensílios pessoais, pois a arquiteta já tinha feito todo o restante e logo depois o pessoal da limpeza feito finalizar o serviço.
Finalmente a noite chegou e o nosso trabalho terminou, entrei no meu quarto que não poderia expressar mais a minha alma, ele era repleto de mim. Com o piano, as sapatilhas, e uma parede cheias de livros, finalmente o meu próprio mundo.
Tomei um banho, coloquei um pijama e fui jantar na sala com Ana e Maria que provavelmente já teriam finalizado as suas coisas também.
E eu estava certa, assim que cheguei na sala encontrei com elas se servindo.
— E então Maria, o que achou da sua nova casa ? — perguntei enquanto ocupava um lugar ao lado da minha amiga e comecei a me servir.
— Um sonho Angel, e meus aposentos não poderiam ser melhores — Maria disse sem graça e bebeu um pouco do suco.
— Poderia dizer que temos um pouco mais de paz aqui ? — falei dando um sorriso
— Minha querida, a paz mora dentro da gente, mas poderia dizer que temos mais tranquilidade aqui — disse dando um leve sorriso.
Sua resposta me pegou de surpresa, mas ela estava completamente certa. O que me falta é a paz interior, mas tranquilidade aqui não vai faltar.
Respondi Maria apenas com um leve sorriso e aceno de cabeça e continuei.
— Amiga, estou achando você tão calada — me virei para Ana enquanto falava, minha amiga é super animada, e pouco falou hoje.
— A verdade é que eu estou extremamente ansiosa para o dia de amanhã, e saber que não teria você o dia todo, me dá uma certa tensão, mas estou bem — Ana responde com os olhos marejados.
— Você sempre vai me ter, mesmo que agora a gente estude cursos diferentes, podemos almoçar juntas quando der, e já moramos juntas — falei enquanto lhe dava um abraço reconfortante — vai dar tudo certo Ana.
— Você está certa, já deu tudo certo — ela respondeu agora mais tranquila.
Terminamos de comer, colocamos as coisas na cozinha e cada uma seguiu para o seu quarto depois de se despedir, eu já estava muito cansada e não via a hora de ir para cama, mas assim que deitei me lembrei da carta que encontrei no escritório do meu pai e levantei para procurá-la.
Rodei meu quarto a procura da calça que eu estava usando, encontrei a calça e voltei para cama com a carta na mão, decidida a ler.

Abri a carta e me deparei com as seguintes palavras:

" Lobo,

Preciso que me consiga mais sangue do que você me conseguiu a quatro anos atrás para utilizar em Angel, tenho um projeto importante e o sangue que usei nela depois daquele acidente foi o melhor já encontrado.

Mantenha as coisas como estão, aguardo retorno!

Ass: C.C "

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😱 Agoraaaa o acidente de Angel está ficando mais claro... O que será que aconteceu com ela naquela noite ? 😳
❤️ Me conta o que vocês estão achando ❤️
📚 Essa história não seria publicada aqui, ia direto para o Kindle, mas a opinião de vocês é MUITO IMPORTANTE 🥹
💥 NO INSTA @ muricynick vai sair arte do casal Oficial, e os looks que Angel usa no livro 💥 acompanha lá 🥰
Deixa sua estrelinha para que mais pessoas vejam e me ajude a continuar

FAITH - Reivindicando seu AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora