Capitulo 6 - Angel Castellani
Minha cabeça acordou um turbilhão, se é que eu dormi em algum momento, não paro de pensar em quantas mentiras meu pai escondeu de mim todo esse tempo.
Ontem deveria ter sido o melhor dia da minha vida, de fato estava sendo até o momento que eu fui me deitar resolvendo ler a carta que encontrei no escritório do meu pai na noite anterior.
Até eu descobri que recebi um sangue importante que não sabia, que meu pai mantém contato com um tal de lobo e que meu pai também está precisando de mais sangue, não sei para que, já que tudo que os pacientes precisam é resolvido no hospital sem cartas anônimas.
Essas milhares de perguntas rondaram a minha cabeça toda a noite e eu cheguei a conclusão que meu pai me esconde muita coisa, inclusive sobre o meu acidente na noite que a minha mãe morreu, que ele sempre fingiu que nunca existiu e me colocou como louca.
Mas agora irei recuperar as forças que eu tenho, com uma noite sem dormir e me levantar para não ficar ainda mais atrasada para o primeiro dia de aula.
— Bom dia meu bem — Maria diz entrando no quarto — Eu bati mas você não respondeu, então fiquei preocupada e resolvi entrar para você não perder a aula — ela falava enquanto abria as cortinas para o sol entrar
— Tudo bem Maria, eu realmente não dormi muito bem, por isso não ouvi bater na porta — falei enquanto levantava para ir tomar um banho.
Assim que saí do banho encontrei Maria organizando a minha cama e passei direto para o closet, poderia estar com a cabeça a mil, mas não iria feito um mulambo no meu primeiro dia de aula.
Enquanto vestia a saia aproveito a oportunidade para perguntar a Maria sobre o dia do meu acidente, mas como quem não quer nada para ela não ficar desconfiada.
— Mari, as vezes me pego pensando na noite em que minha mãe morreu, principalmente em dias importantes como esse, acredito que ela amaria estar aqui — digo sem me virar para ver sua expressão.
— É claro que ela estaria muito orgulhosa da mulher que você se tornou e tudo que conquistou nesse percurso — ela caminha até onde estou para acariciar minhas costas, mas continuo sem parar o que estou fazendo.
— E que percurso confuso, sinto que minha mente não é mais a mesma depois daquele dia — dou um suspiro fundo e continuo — ficaram muitas lacunas abertas.
— Que lacunas meu bem ? — ela reage meiga mas com um tom um pouco preocupado.
— Aquele dia é meio confuso na minha cabeça. Não me lembro nem como cheguei em casa — dessa vez me viro para olhá-la no fundo dos olhos — Mas você estava lá naquela noite né !? — avalio sua reação diante da minha pergunta.
— Você não é a única que fica confusa com relação a aquele dia — ela responde tensa, mas sinto verdade em suas palavras
— O que você quis dizer com isso ? — instigo mas com um tom dócil para ela não fugir da minha pergunta.
— Vimos seu pai entrar correndo com você nos braços toda ensanguentada, e ele estava acompanhado de outro homem, mas no dia seguinte você estava bem, sem um único arranhão. Então comecei a me questionar se não tinha ficado confusa e imaginei ter visto coisas pelo nervosismo da noite — havia confusão na voz de Maria enquanto ela me relatava os fatos.
Resolvi não dar continuidade a esse assunto se não iria me atrasar ainda mais, e eu já tinha muitas informações para pensar em um único dia. Decidi que continuaria essa conversa em uma outra oportunidade, é bom saber que apesar de Maria ser uma das poucas pessoas que tenho ela não esconde nada de mim.
— Esse dia foi muito difícil para todos nós — finalizo a conversa e saio do quarto avisando que iria tomar café e ela vem atrás de mim.
— Vou colocar seu café meu bem. Vai querer mais alguma coisa ? — ela já foi colocando o café antes que eu recusasse e resolvesse sair sem comer.
— Não obrigada. Cadê Ana? Ainda não vi ela hoje — questionei enquanto passava o olho no apartamento em busca da minha amiga.
— Ela já foi para aula, estava ansiosa e com medo de não se atrasar. Pediu para que olhasse o celular para vocês se encontrarem na hora do almoço — Maria me entregou o café e seguiu para cozinha me deixando sozinha na sala.
Tomei o café rápido e peguei o celular para checar se tinha alguma mensagem de Ana, encontrei apenas um "Bom dia, nos encontramos para o almoço". Já vi que terei que me acostumar a não ter minha amiga a todo momento ao meu lado.
Peguei as chaves do carro e segui caminho para Universidade, em poucos minutos estava lá, pois ela não fica tão distante do meu apartamento. Estacionei em meio a tantos carros e peguei meu material correndo, iria me atrasar se eu não conseguisse pegar minha grade de horários rápido.
Não consegui observar muito a universidade pois estava praticamente correndo nos corredores para não perder o primeiro tempo quando me esbarro em alguém e caio com tudo no chão.
Já estava com raiva por estar vivenciando essa situação com frequência os últimos dias, mas quando olhei para cima, encontrei uma coreana linda, com os olhos brilhando e longos cabelos pretos com a mão estendida para mim. A minha raiva se dissipou na hora com tanta gentileza.
Me levantei e arrumei minha roupa enquanto ela pegava minhas coisas que tinham caído.
— Me desculpa, eu estou com um pouco de pressa para pegar meu horário — ela falou super agitada, mas com um sorriso tímido — Ahh, eu me chamo Clarissa Vale.
— Tudo bem, eu também estou com um pouco de pressa para pegar meu horário. Me chamo Angel Castellani — digo e estendo a mão para pegar a dela.
— Então vamos andando para não perder mais a hora — Clarissa falou me pegando pelo braço e me guiando ao nosso destino como se fôssemos íntimas. — Eu sou aluna de Moda e você ?
— Também, que coincidência — falei esbanjando um sorriso no rosto, realmente estava feliz de encontrar alguém aparentemente legal e do meu curso.
Fomos caminhando para coordenação e por sorte não levamos muito tempo para pegar os horários, quando voltamos para sala o professor já estava na sala e muito dos lugares já estavam ocupados, então acabamos sentando juntas.
— Agora que a maioria já está com a sua dupla do semestre, saibam que todos os trabalhos serão feitos juntos — Ele valou enquanto escrevia no quatro - Sejam bem vindos a aula de Gestão de Moda.
A aula passou rápido, e assim que terminou recebi uma mensagem de Ana me chamando para o refeitório, resolvi convidar Clarissa para ir comigo, para compensar a gentileza dela ter me guiado até a coordenação.
— Vamos para o refeitório minha amiga está nos esperando — falei enquanto pegava minha bolsa — A não ser que tenha outro compromisso.
— Na verdade eu aceito o convite, não tenho outro compromisso — ela disse enquanto suspirava alto — Eu sou nova aqui em Los Angeles e não conheço ninguém além de você e a minha família
— Você já veio aqui antes ? — perguntei enquanto caminhávamos para o refeitório.
— Já sim, mas não conheci muitos lugares, e agora viemos para morar, seria bom ter uma amiga como você — ela deu um meio sorriso sem graça.
Ao chegar no refeitório Ana estava acenando de uma das mesas, sinalizei que pegaríamos as comidas e voltaríamos, mas pude ver o semblante dela quando olhou na direção de Clarissa.
Ao chegar na mesa e apresentar as duas, logo começou a surgir assuntos em comum, na verdade somos grandes artistas, apesar de Ana cursar publicidade, uma área diferente da nossa, meche muito com criatividade e arte também.
Ana não podia ouvir falar em uma festa que já se empolgava e Clarissa estava muito interessada em conhecer a cidade e pessoas novas.
— Amiga, ouvi falar que amanhã vai ter a primeira calourada para dar início às aulas e toda universidade vai estar lá, precisamos ir — Ana falou com a maior empolgação do mundo.
— Você sabe que a única coisa que me empolga é minha música, minha dança e meus livros me amiga !? — respondi com zero animação mas dando um risinho para ela.
— Eu quero muito ir, vamos Angel, por favor — Clarissa diz dando pulinhos na cadeira do refeitório e Ana aproveitou para fazer o coral junto com ela.
— Tudo bem, mas só se pararem de chamar tanta atenção no refeitório — resolvi aceitar para que elas acabassem com essa cena.
Afinal uma calourada não vai me matar, mas um vexame dessas meninas no primeiro dia de aula sim. Depois de entrarmos em um consenso, eu e Clarissa fomos para nossa última aula do dia e nos despedimos de Ana.
Assim que a aula acabou troquei meu número com Clarissa pois iríamos nos encontrar no próximo dia a noite, e faríamos uma ligação em grupo para decidir o que cada uma iria usar. Logo me despedi e segui o caminho de casa, até procurei o carro de Ana no estacionamento mas não encontrei.
Ao chegar no apartamento encontro o carro dela na garagem e subo correndo pois estava louca para tomar um banho. Entro no apartamento e encontro Ana contando a Maria sobre seu primeiro dia de aula.
Dou um sorriso para as duas e passo direto para o banho.
— Vou me trocar e volto para fazer parte dessa conversa — aviso dando um risinho e elas devolvem a mesma risada de volta.
— Te esperamos aqui — elas dizem em um coral.
Coloco uma roupa de moletom confortável e volto para sala, encontro nosso jantar pronto e me junto a Ana e Maria para fazermos a refeição juntas. Assim que acabamos o meu celular e da minha amiga toda em conjunto, era Clarissa para decidirmos o que usar na próxima noite.
Passamos a noite toda dando ideias de roupa e contando sobre o nosso dia de aula, Ana deu ideia de assistirmos aos jogos de futebol quando começasse, mas eu já sabia bem o que ela queria. assim que eu desliguei estava tão exausta que fui direto para cama, mas estava mais relaxada depois de conversar com as meninas e logo apaguei.———————————————————————-
❤️ Oi amores, me conta o que vocês estão achando da história!
📚 Essa história não seria publicada aqui, ia direto para o Kindle, mas a opinião de vocês é MUITO IMPORTANTE 🥹
💥 NO INSTA @ autoranicollym vai sair arte do casal Oficial, e os looks que Angel usa no livro 💥 acompanha lá 🥰
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FAITH - Reivindicando seu Anjo
Fantasi" Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria" Em um mundo onde ela acreditava só existir humanos, ela descobre o grande segredo do seu pai ( traição dói, imagine vindo da última pessoa que lhe re...