Capítulo 10

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Capítulo 10 - Angel Castellani

Na manhã seguinte resolvi voltar para minha rotina como se nada tivesse acontecido, mas não iria sair para correr hoje, achei melhor tirar esse tempo para fazer as coisas com mais calma antes de ir a aula.
Quando cheguei na cozinha encontrei Ana sentada à mesa tomando café e percebi a movimentação de Maria na cozinha. Resolvi fazer o mesmo e me sentei para comer.
— Bom dia Ana — falei enquanto colocava o café na xícara.
— Bom dia amiga. Antes que a gente não se veja pelo resto do dia, deixa eu perguntar. — falou me encarando — Deis de quando você tem tantos amigos e porque eu não conhecia eles ?
Lá vai por água abaixo todo o meu plano de fingir que a noite passada não aconteceu e que eu não saí da festa como uma fugitiva permitindo que minhas amigas fossem levadas pro caras altos, gatos e estranhos.
— Eu não tenho na verdade — respondi e dei um gole no café, não queria render essa conversa.
— Não ? E quem eram os três deuses que nos trouxeram para casa aparentemente ao seu pedido ? — ela disse com um tom sarcástico, mas animadinho.
— Conhecidos de um conhecido. Longa história e eu preciso muito ir — falei e levantei às pressas para não continuar com o assunto.
Não dei espaço para que Ana falasse mais nada eu apenas peguei a minha bolsa e saí porta a fora, quando entrei no elevador adivinha quem eu encontro, pois é o próprio, Raven Grey. Descemos e eu tentei manter a discrição e fingir que não conhecia ele, mas assim que colocamos o pé para fora do elevador ele resolveu falar.
— Vamos no meu carro, eu preciso falar com você no caminho — disse como uma ordem, como se eu não tivesse escolha.
Resolvi ignorar e sair andando em direção ao meu carro, mas ele me parou no meio do caminho segurando meu braço direito e pela força e diferença de tamanho eu fui obrigada a parar.
— Não foi um pedido Angel, entra no meu carro, e vai ser melhor para você assim — ele disse sério e sem sarcasmos, o que soou estranho para mim.
Eu estava aproveitando o silêncio e apenas fiz o que ele mandou caminhando logo atrás dele, entrei no carro e não pude deixar de notar quando ele passou o cinto sobre mim.
— Não precisa, eu sei fazer isso bem — falei empurrando a mão dele, que não se mexeu.
— Se você soubesse se cuidar tão bem, não me daria tanto trabalho — resmungou e acabou de me prender no cinto, se virando para o volante.
— Nunca pedi para fazer nada por mim — resmunguei — Inclusive não gostaria de estar aqui.
— Vou ignorar a primeira parte e dizer que também não gostaria que você estivesse aqui, mas vai ser melhor assim — Raven falava de uma forma sombria e não sarcástica como sempre, e mandona.
— O que você quer comigo ? — perguntei finalmente
— Achei que nunca iria perguntar — ele falava mas não tirava os olhos do volante.
— Com você nada, mas eu quero de você. E estou pensando em uma forma menos dolorosa de ter isso — quando ele respondeu já estávamos próximos da universidade, mas não deixei de sentir medo, e apertei a mão em volta do cinto.
Ele olhou em minha direção de uma forma incrédula em quanto estacionava o carro e deu uma gargalhada de uma forma que eu nunca vi antes, mas não deixava de ser fria.
— Acha que quero te matar ? Eu preciso de uma coisa que você tem, então não se preocupe. — Raven se virou para mim como se eu já soubesse o que era, mas eu de fato não sabia.
— E o que você quer ? — achei melhor não responder a primeira parte, vai que ele resolve me matar por todas as vezes que eu lhe contrariei.
— Informações Angel, que você tem demais — Raven estava com um semblante sombrio, mas eu de fato não sabia o que ele queria de mim.
— Sobre? Não temos nada em comum — respondi verdadeiramente.
— Se você não me der o que eu quero de uma forma fácil, vai ter que ser de um jeito que eu não gostaria nada, não com você — ele me ameaçou e eu já estava nervosa
— Eu não sei mesmo o que você quer Grey — falei tentando sair do carro, mas a porta estava fechada, então apenas suspirei fundo
— Quero os mapas do seu pai Angel e toda documentação — ele foi direto, e suas palavras me cortaram como uma faca, parecia que abriam feridas que eu não sabia que tinha.
— Eu não tenho mapas e nem documentos sinto muito — abri a porta e saí correndo para o campos
Raven não veio atrás de mim, ele apenas me deixou ir depois da resposta que eu dei, mas eu fiquei muito intrigada com o questionamento dele.
Comecei a me perguntar se ele tinha fechado algum negócio com meu pai que não deu certo. Mas não entendia a história dos mapas.
Fui para aula mas passei todo o dia me questionando e repassando os últimos acontecimentos da manhã. Precisava descobrir sobre esse mapa e se era um engano, aparentemente minha vida tinha muitos segredos, começando no meu sangue, e eu estava perdida em todos eles.
Então resolvi que começaria a investigar, não poderia ficar cega no meu próprio mundo, sobre minha própria vida, onde parecia que todos sabiam mais do que eu.
Não tive muito contato com Clarissa o dia todo, fiquei mais tempo tentando pensar por onde começar e achei melhor passar o final de semana na casa do meu pai, para ver se eu conseguia descobrir alguma coisa.
E para não gerar dúvidas em Ana e Maria, direi que foi uma ordem do meu pai para eu tentar manter a paz e evitar mais questionamentos, que nem eu sabia responder.
As aulas terminaram e fiquei me perguntando como voltaria para casa já que eu fui para a universidade com Raven, mas antes que eu pudesse chamar um carro, encontrei Ana no estacionamento.
— Amigaaa — Ana grita acenando para mim
Caminhei em sua direção e lhe cumprimentei de volta.
— Oi, já está indo para casa ? — já estava preparada para pedir uma carona.
— Na verdade não, ficarei para o treino para os escolhidos do time, vai ser hoje, e você deveria ficar também, já que seu namorado vai jogar. — falou com um risinho.
Eu não queria ficar, mas precisava da carona, então resolvi ir com Ana. E só fui me lembrar agora que não falei com Valentim o dia todo depois de ontem, deveria estar focado no treino.
Aceitei o convite de assistir a seleção dos jogadores, então fui caminhando com Ana até a quadra do campus. Quando chegamos lá percebi que os jogadores estavam aquecendo, mas o que me pegou muito de surpresa foi ver quem estava no campo.
Valentin estava no campo, mas não foi ele que me suspendeu, Raven estava lá, com os seus dois amigos, aquecendo para entrar no campo.
Meu coração estava em saltos de uma forma tão frenética que eu achei que poderia cair ali mesmo, e comecei a me perguntar quantas surpresas eu poderia ter hoje.

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É Angel, você tem muita coisa para descobrir e vocês também 💥🙊
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FAITH - Reivindicando seu AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora