Eu Vou Cuidar de Você (COMPLETA)

IX

Para compensar o atraso da semana passada um capítulo maiorzinho pra vocês. Não me batam por atiçar a curiosidade de vocês, me perdoem kkkk ♥ 

Curtam, comentem e deliciem-se :) 

***

Olívia adormeceu novamente, algumas horas depois acordou com sua cama afundando, relutando abriu os olhos e viu Catarina dormindo ao seu lado e Emmy em pé olhando-a:

— Eu preciso ir, tenho que abrir a confeitaria já que você ainda está com o pé machucado, como a Cat ainda está de atestado não quis acordá-la. — a prima falou — Estou atrasada agora mas você não me escapa, venho almoçar aqui hoje e você vai me contar cada detalhe, tim tim por tim tim. — soprou um beijo e saiu, sem esperar por respostas.

Livie riu do jeito estabanado da prima, aliás, estava rindo de tudo. Arriscaria dizer que a noite anterior fora uma das mais felizes da sua vida. Desde a morte da mãe, se fechou para o mundo. A matriarca da família Antunes morreu de uma forma bruta sendo refém de um assalto onde o ladrão não pensou duas vezes em fazê-la de escudo para se entregar à polícia. Depois desse fatídico episódio a relação com o seu pai foi ladeira abaixo, o homem ficou extremamente superprotetor com ela e por vezes entregou-se ao álcool e a depressão. Olívia preferiu se afastar a ver a vida do seu amado pai se esvair. Vestiu suas calças de gente grande, assumiu a confeitaria da mãe junto a prima e saiu de casa. Atitude egoísta, ela sabia, porém preferia não perder outra pessoa importante. Não o via há 2 anos, desde que sua mãe morreu, ele casou-se novamente, falavam-se ao telefone apenas nos aniversários de ambos e no Natal, e olhe lá.

Deixou os pensamentos tristes de lado e resolveu se levantar, fez sua higiene matinal, tomou banho e foi fazer um café da manhã reforçado para ela e pra Cat, que ainda precisava se recuperar da transfusão. Estava acabando quando a menina entrou na cozinha sugando sua chupeta, que tinha uma fralda amarrada arrastando no chão.

— Bom dia, coisa linda. — pegou a garota nos braços e a beijou — Você não acha que é grandinha demais para ainda chupar chupeta? — a garotinha negou com a cabeça e deitou no ombro da mulher — O que foi? Tá triste?

— Eu gosto muito do meu bubu, minha mãe também queria que eu parasse de chupar. — coçou os olhos e tirou a chupeta da boca, mostrando um enorme bico — Eu sinto falta dela.

— Sabe que eu também sinto falta da minha mãe? — sentou a menina na bancada da cozinha e a encarou — Fazem dois anos que ela foi morar no céu também.

— Sério, tia? — Catarina perguntou surpresa.

— Sério. — confirmou — E quando eu estou triste sabe o que eu faço? — a menina negou com a cabeça novamente — Eu tomo um copo bem grandão de leite com chocolate.

— Eu gosto de leite com chocolate. — Cat se animou.

— Eu sei disso e fiz um copo bem, bem, bem cheião pra você. — pegou a garota novamente no braço e a sentou numa cadeira — Agora vamos comer e esquecer tudo de triste, hoje está um dia lindo e meninas lindas não podem ficar tristes. — concluiu fazendo cócegas.

Estavam tomando café tranquilamente quando Catarina resolveu quebrar o silêncio fazendo Olívia engasgar com o suco de laranja que estava tomando:

— Agora você e meu tio são namorados? — perguntou.

Pensou, pensou bastante. Ela e Eric haviam combinado na noite anterior de deixar a vida os levar mas ela sabia que na prática não era bem assim. Depois do que rolou, três prováveis coisas poderiam acontecer: ou arruinariam de vez o convívio deles, ou virariam amigos com benefícios ou se tornariam namorados. E as três opções a incomodavam bastante, para facilitar: