Após ouvir as palavras dela, Haru a encara, tentando processar o que acabara de ouvir.
Haru: S/n, você está me acusando de algo que eu não fiz. Eu sei que temos problemas, mas eu nunca te traí.
S/n: Isso não importa mais, Haru. Nosso casamento é uma farsa, estamos juntos por conveniência e nada mais.
Haru: S/n, por que você está tão agressiva? O que está acontecendo com você?
S/n: Eu estou cansada, Haru. Cansada de fingir que está tudo bem, cansada de viver nessa mentira.
Haru: Mentira? Sobre o que você está falando?
S/n: Sobre tudo. Eu sempre soube que não poderíamos ter filhos, sempre soube que minha saúde estava deteriorando. Mas eu nunca te contei porque... porque eu sabia que você não se importaria.
Haru: Como assim? Claro que eu me importo!
S/n: (Com lágrimas nos olhos) Não, Haru. Você se importa com a imagem que passamos, mas não comigo de verdade. Eu estou morrendo, Haru. Tenho uma hemorragia no cérebro e preciso de uma cirurgia que pode me matar ou fazer com que eu perca a memória.
Haru: Por que você nunca me disse isso?
S/n: Porque eu não queria que você ficasse por obrigação. Eu queria que, se ficasse, fosse por amor. Mas agora vejo que nem isso resta entre nós.
Haru: S/n, me desculpe. Eu não sabia que você estava sofrendo tanto. Vou ficar com você, vamos superar isso juntos.
S/n: (Suspira) Não sei se quero continuar lutando. Nosso casamento foi uma constante batalha e, francamente, estou exausta.
Haru: Então vamos começar de novo. Vamos nos dar uma segunda chance. Eu prometo que vou me esforçar, vou mudar.
S/n: Haru, as palavras são fáceis. Prove que você realmente se importa. Estou cansada de promessas vazias.
Haru: Eu sei que falhei, mas estou disposto a fazer qualquer coisa para que você melhore. Amanhã é a sua cirurgia, e eu estarei lá ao seu lado, o tempo todo.
S/n: Vamos ver, Haru. Por agora, eu preciso de um tempo para mim. Boa noite.
Haru: Boa noite, S/n.
Enquanto S/n sobe as escadas, Haru fica olhando para o vazio, refletindo sobre tudo que ouviu. Ele sente uma mistura de arrependimento e determinação. Decide que fará de tudo para provar seu amor e apoio a S/n.
S/n: Você não entende, Haru! Você nunca entendeu! Perdemos nosso bebê e você me culpou, como se fosse minha culpa que ele não tivesse sobrevivido.
Haru: E não foi? Você escolheu salvar nossos irmãos em vez do nosso filho! Como posso não te culpar por isso?
S/n: (Gritando) Você não sabe o que aconteceu! Eu fiz o que tinha que ser feito! Eles estavam em perigo, e eu... eu não podia deixar que morressem! Você acha que foi fácil para mim? Acha que não sinto essa dor todos os dias?
Haru: E eu? Eu também sinto essa dor! Perdemos nosso filho e nosso casamento começou a desmoronar desde então. E agora você me diz que está morrendo e nem sequer me deu a chance de estar ao seu lado?
S/n: Porque você não estava ao meu lado antes, Haru! Você estava sempre distante, sempre preocupado com seu trabalho e sua imagem. Nunca comigo!
Haru: Isso não é justo, S/n! Eu estava tentando nos manter, tentando fazer o nosso casamento funcionar!
S/n: Tentando manter as aparências, isso sim. Você se importava mais com o que os outros pensavam do que com o que eu sentia. E agora que estou à beira da morte, você quer bancar o marido dedicado?
Haru: Eu me importo com você, S/n! Eu sempre me importei!
S/n: Então por que você nunca me perguntou como eu me sentia? Por que você nunca tentou entender a minha dor?
Haru: Porque eu tinha medo! Medo de enfrentar a realidade, medo de te perder. E agora vejo que já te perdi há muito tempo.
S/n: (Com voz trêmula) Haru, eu estou cansada. Cansada de brigar, cansada de sofrer. Só queria que as coisas fossem diferentes. Mas não são, e agora estamos aqui, nesse ponto sem retorno.