Chegada ao Rio pt1

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A semana seguinte à premiere trouxe uma enxurrada de rumores nas redes sociais e tabloides. Wagner tentava se concentrar nas reuniões para promover o filme, mas a imagem dele ao lado de Cailee estava em todo lugar. As manchetes não eram apenas sobre o filme; "Wagner Moura, 48, e a jovem promessa Cailee, 22: um par improvável?" A frase ecoava em sua mente, como se cada palavra tivesse sido escolhida para provocar.

Em um jantar de gala promovido pela produção, onde veteranos do cinema se reuniram para discutir o filme e sua recepção, Wagner sentou-se com Lucas, seu agente, e alguns colegas de elenco. O ambiente estava iluminado, com um ar de celebração, mas a tensão em Wagner era palpável.

— Precisamos conversar sobre as notícias — Lucas começou, com um tom sério, enquanto um garçom passava com bandejas cheias.

Wagner olhou para ele, já sentindo um frio na barriga. — O que mais pode ser falado? É só mais um dia na vida de um ator, certo?

— Não exatamente. A mídia está focando na diferença de idade entre você e Cailee. E muitos estão questionando suas intenções — Lucas disse, evitando os olhos do ator.

Wagner sentiu um peso no estômago. — E o que você acha disso? Você também está preocupado que eu não seja um exemplo? Que eu esteja me aproveitando dela?

Lucas suspirou. — Não se trata disso. É mais sobre como a percepção pode afetar sua carreira e imagem. E, para ser honesto, a maneira como a Cailee tem falado sobre você em entrevistas não ajuda.

Ele revirou os olhos. — Ela é uma garota jovem tentando fazer seu nome. Isso não tem nada a ver comigo. E a diferença de idade é um fato, mas não é o que define a minha carreira.

— Você não acha que poderia dar uma chance a ela? — Lucas perguntou

— Não estou dizendo que não podemos ser amigos ou colegas de trabalho. Mas isso não é o que ela realmente quer. Ela quer mais. E eu não sou o tipo de cara que se envolve em relacionamentos com segundas intenções — Wagner exclamou, elevando a voz levemente antes de se recompor.

Lucas observou-o, percebendo a frustração que Wagner tentava esconder. — Só cuidado, beleza? O público gosta de histórias de amor, mas a história que você está contando pode não ser a que você deseja.

A conversa era interrompida por risos e brindes ao redor da mesa, mas Wagner não conseguia se concentrar na celebração. Ele sabia que precisava manter sua imagem, não só como ator, mas como homem. O que a mídia estava fazendo com sua imagem o incomodava profundamente. Ele não era um velho tentando se agarrar a algo que não era dele; era um artista comprometido com seu trabalho.

No final do jantar, enquanto os convidados trocavam elogios e histórias sobre a produção, Wagner se afastou um pouco da mesa, tentando se recompor. Ele queria que essa noite fosse uma celebração do filme e do trabalho de todos, mas a situação com Cailee e a perspectiva de viajar para o Brasil deixavam um nó em seu estômago.

...

Wagner e a equipe do filme estavam a caminho do Brasil, a expectativa no ar era palpável. Ele olhava pela janela do avião, pensando em como seria a recepção do público brasileiro. A ideia de reencontrar sua terra natal o deixava animado, durante o voo, enquanto a equipe conversava e ria, Cailee se sentou ao lado dele. Ela parecia radiante, cheia de energia e entusiasmo.

— Mal posso esperar para conhecer o Brasil! — disse ela, olhando para Wagner com um sorriso largo. — O que você mais ama lá?

Ele virou-se para ela, tentando ignorar a foto que ainda passava pela sua cabeça. — A comida, com certeza. E as pessoas, é um lugar cheio de vida.

Doce demais pra mim | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora