CAP 16 - Festa no inferno - parte 03

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O coração martelava no meu peito, eu tinha sentido medo quando Thalles havia feito algo parecido comigo antes, mas Thalles recuou quando se deu conta de que estaria a forçar um garoto em algo que ele tanto abomina. Mas, Esaú.. tenho notado que ele não é assim, desde que ninguém veja, pra ele não parece fazer diferença se eu sou uma garota ou um garoto, se eu quero ou não, ele normalmente só se importa com oque ele quer ou ele mesmo pensa.

Suas mãos me apertavam com força enquanto senti ele esfregar seu membro contra as minhas nádegas, ele era repugnante e aquilo me deixava enjoado e fazia com que as lágrimas descessem de forma descontrolada pelo meu rosto.

-Esaú, não faça isso por favor! - implorei enquanto senti ele rir com os dentes cravando devagar na minha nuca, sua língua deslizando por baixo do meu cabelo me causava uma vontade imensa de vomitar.

-Eu vou foder você, e quanto mais você chorar mais eu irei querer. - ele diz pouco antes de dar um chupão forte na minha nuca enquanto eu me debatia.

-Deveria ao menos me beijar então! - eu disse baixo, eu precisava de uma chance de me livrar dele, minhas mãos estavam presas e eu estava de costas sentindo ele roçar em mim, essa era minha melhor chance de talvez conseguir empurra-lo ou algo do tipo.

-Acha que eu vou beijar um viado? - ele pergunta irritado.

Um minuto após Esaú calar-se foi quando ouvi a voz de André ecoando no corredor, chamando por Esaú. Em um momento de desespero, Esaú se afastou rapidamente mas sem me soltar, vestindo-se às pressas, enquanto me lançava um olhar ameaçador e um arrepio percorreu minha espinha quando ele se inclinou em minha direção, seus olhos ardendo com uma intensidade assustadora.

-Calado e sem emitir som algum ! - Ele sussurrou em um tom baixo, mas carregado de ameaça e raiva.

O medo tomou conta de mim mais uma vez, e eu assenti com a cabeça, estava temendo o que poderia acontecer se eu desafiasse suas ordens. Minha mente girava com possibilidades terríveis, mas eu sabia que precisava encontrar uma maneira de sair dali antes que as coisas piorassem ainda mais e talvez aquela fosse uma chance para isso.

Sentia ainda o coração descompassadamente disparado, observei Esaú sair do banheiro, deixando-me ali sozinho, aconteceu tão rapido que só me dei conta que ele havia saído quando a porta se fechou, o alívio momentâneo de sua partida foi rapidamente substituído pela onda avassaladora de angústia e desespero que me consumia por eu ainda estar aterrorizado com tudo que aconteceu.

Enquanto me recuperava do choque daquela experiência traumática, pude ouvir Esaú dizer a André que precisava "se aliviar" por ter bebido demais, enquanto se afastavam pelo corredor. As palavras ecoaram em minha mente, aquilo estava aumentando minha sensação de impotência e humilhação, era como se eu fosse um brinquedo descartável para todos eles, como se eu não fosse gente, era doloroso pensar que existe gente tão nojenta assim.

Com as mãos trêmulas, ajeitei minha roupa, estava tentando recuperar um pouco da dignidade que havia sido arrancada de mim. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, silenciosas testemunhas da dor, do medo e de tudo que eu passava e estava enfrentando.

Em meio ao caos emocional que me consumia, senti um nó se formar lenramente em minha garganta, era como se eu pudesse sentir sufocando qualquer tentativa de expressar minha dor além das lágrimas que ja faziam minha cabeça doer, eu estava completamente sozinho, preso em um pesadelo e tudo, exatamente tudo indicava que eu não conseguiria escapar de tudo isso sempre.

Ao sair do banheiro, minha respiração estava voltando ao ritmo normal, foi quando ao levantar o olhar me deparei com Thalles, cambaleando saindo da escada e então entrando pelo corredor. Seus olhos turvos encontraram os meus e, com um gesto desajeitado, ele estendeu a chave do quarto em minha direção.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora