CAP 23 - Confuso.

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THALLES MARQUÊS NARRANDO*

Quando segurei o punho de Gabriel, podia sentir a tensão em seu corpo. Ele tentou se desvencilhar, mas eu não deixei. Queria respostas, queria entender por que ele permitia que aquilo acontecesse.

— Por que, Gabriel? — pressionei, minha voz baixa, mas firme.

Ele hesitou antes de falar, a tristeza estava  evidente em seus olhos que já lacrimejavam.

— Meu pai se irrita facilmente comigo — disse ele com a voz trêmula. — Porque acha que é minha culpa minha mãe não ter resistido ao parto. — algumas lágrimas já desciam em seu rosto e eu senti pena dele pela primeira vez.

Soltei o punho dele lentamente, ainda estava absorvendo suas palavras. Não sabia o que dizer de imediato. A raiva que eu sentia por ele deixar isso acontecer se misturou com um tipo de empatia que eu não estava acostumado a sentir.

— Isso não é justo — disse finalmente, mais para mim mesmo do que para ele. — Ninguém deveria ter que carregar essa culpa.. Seu pai é um idiota. — afirmei com a voz baixa e firme enquanto olhava Gabriel bem de perto .

O menor tentou desviar o olhar, mas a proximidade forçou-o a me encarar.

— Não vou ficar lá por muito tempo — disse ele, com determinação. — Logo você também não poderá me chantagear.

Fiquei surpreso com a sua audácia.

— Ainda estou pensando no que aconteceu no meu quarto após a festa aqui na minha casa — disse, tentando manter a calma.

— Eu não sei do que você está falando — Gabriel respondeu, a voz agora tremendo um pouco.

— Não aja como se eu fosse idiota — disse, caminhando em direção a ele. — Lembro bem que você estava bem sóbrio.

— Você não pode me culpar. Eu não fiz nada. — Ele se afastou, batendo as costas no armário.

— Não estou te culpando! — disse, suavizando o tom.

Eu não sei porque mas abracei Gabriel, sentindo sua resistência inicial. Mas então ele relaxou, talvez por necessidade de conforto.

Enquanto segurava Gabriel, percebi como a vida havia sido cruel com ele. O ódio que eu sentia por ele não se comparava ao que ele já enfrentava em casa. Meu próprio ressentimento começou a diminuir, substituído por uma sensação de compaixão. Gabriel já sofreu o suficiente, e ele não precisava do meu ódio também. Porém eu não conseguia parar de senti-lo.

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GABRIEL RAMSÉS NARRANDO*

Eu não esperava que ele dissesse isso. Thalles, o cara que sempre me intimidou, estava ali me dizendo que meu pai era um idiota. A proximidade forçada me fez encará-lo, meus olhos fixos nos dele, sem conseguir desviar o olhar, tinha um medo e uma confusão crescendo no meu peito, tudo misturado.

— Não vou ficar lá por muito tempo — disse, tentando soar mais confiante do que eu me sentia com ele tão próximo de mim, meu coração estava disparado, batendo tão forte que eu mal conseguia me concentrar.  — Logo, você também não poderá me chantagear.

A reação de Thalles foi surpreendente, poderia jurar que estava vendo compaixão em seus olhos maldosos. A voz dele estava calma, mas tinha algo por baixo, como se estivesse segurando um monte de sentimentos que estavam prestes a explodir.

— Ainda estou pensando no que aconteceu no meu quarto após a festa aqui na minha casa — disse ele, sua voz cheia de um desespero sutil.

— Eu não sei do que você está falando — menti, minha voz tremer.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora