CAP 25 - trabalho bimestral

31 3 9
                                    

Enquanto eu tentava organizar meus pensamentos, Victoria apareceu na porta da sala. Ela tinha um sorriso malicioso no rosto, o que me deixou imediatamente desconfiado já que eu a conheço muito bem.

— Thalles, posso falar com você? — Ela entrou sem esperar resposta e se aproximou, sentando-se na minha mesa em frente à mim quase batendo os joelhos no meu braço. —  Anderson disse que do time de campo, você foi selecionado para o campeonato nacional. — Ela sorriu ainda mais ao contar a fofoca de seu irmão. — Pra quem queria desistir do futebol, você tá mandando muito bem.

Eu a encarei, tentando entender qual era a dela.

— Obrigado. Mas agora não tô com cabeça pra isso, Victoria. — disse sério.

Ela pareceu notar minha tensão.

— Ei, relaxa. Só queria te dar os parabéns. Você merece isso!

— Valeu — respondi, sem muito entusiasmo. Eu realmente não estava no clima para comemorar nada. Tudo o que conseguia pensar era em como lidar com a situação com André e proteger minha irmã da forma que eu conseguisse, eu sei que não sou uma boa pessoa em relação a ela e que tive atitudes brutais com a mesma, mas ela ainda é minha irmã e eu me importo com ela.

— Vai ficar tudo bem, Thalles — Victoria disse, seu tom mudando para um mais sério. — Se precisar de alguma coisa, tô por aqui. — Ela sorriu como se estivesse forçando simpatia.

Eu assenti, sem saber o que dizer.

— Obrigado — murmurei.

Ela ficou sentada lá, parecia sem intenção de sair tão cedo.

— Sabe, às vezes a gente precisa de um tempo para processar as coisas. Mas você tem amigos aqui que se importam com você. — Ela disse, Victoria nunca foi minha amiga, nem quando ainda namoravamos, e agora vem com essa conversa, tá bem nítido que quer algo.

— É, eu sei. Só... tem muita coisa acontecendo agora. — Eu olhei para ela, ainda sem entender totalmente sua intenção.

— Sei que não é fácil, mas tenta não carregar o peso do mundo sozinho, tá bom? — A garota inclinou-se um pouco mais perto.

— Vou tentar. — Eu suspirei.

— Boa. E, sério, parabéns pelo campeonato. Isso é grande. — Ela deu um pequeno sorriso de incentivo.

— Valeu — respondi novamente, desta vez com um pouco mais de sinceridade. —Você quer alguma coisa ? Porque eu quero mesmo ficar sozinho! — disse com meu tom mais duro de sempre.

Victoria deu um sorriso malicioso e se inclinou ainda mais para perto.

— Sabe, Thalles, adoraria ajudar você a aliviar esse estresse. Vai ser bom pra você também. — Ela disse Sem esperar resposta, a garota se aproximou e me beijou, no começo, fiquei parado, sem retribuir e cheguei até a pensar em empurrar ela pra bem longe, eu não queria aquilo  naquele momento. — Pensa no quanto você sabe que eu mando bem. — Ela se afastou um pouco e sussurrou.

Aos poucos, comecei a retribuir o beijo, meus pensamentos pareciam em um espaço vazio naquele momento e isso talvez fosse bom, talvez me deixasse com menos raiva, talvez ela estivesse certa sobre isso.

— Você se lembra de como nós éramos bons juntos? — A ruiva perguntou, o rosto ainda próximo ao meu e sua boca bem rente a minha.

— Victoria, pra você, a gente só era bom enquanto eu jogava na quadra e no campo — disse, afastando-me um pouco. — Quando deixei a quadra, tudo desandou, porque segundo você, demoraria pra fazer sucesso no campo.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora