CAP 24 - Suspenso

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THALLES MARQUÊS NARRANDO*

Quando minha mãe chegou em casa de manhã, eu estava na cozinha, tentando me recompor após uma noite complicada.

— Bom dia pra você também Anastácia, achei que só chegaria mais tarde. — afirmei.

— Estava no hospital. E você? Onde estava que não protegeu a sua irmã? — Minha mãe, com o rosto marcado pelo cansaço, respondeu com um tom cansado e irritado.

Eu fiquei confuso, pensando que ela estava falando sobre o hematoma no pescoço de Talita.

— Anastácia, você está maluca? O que eu tenho a ver com isso? Pode ser mais clara por favor? - esbravejei enquanto olhei para minha mãe, frustrado e confuso. — Então, o que aconteceu? Por que tanta confusão? - perguntei.

— Foi o garoto com quem você anda. Ele fez algo horrível. - Anastácia, com um olhar irritado, respondeu.

A notícia caiu como uma bomba, e eu senti um frio na espinha, o corpo todo ficou rígido, quase paralisado pela sensação de traição e pânico.

— Que garoto? Do que você está falando? — perguntei, tentando entender a situação.

Ela aumentou o tom de voz, quase gritando — André violentou Talita ontem à tarde! E você, Thalles, onde estava com a sua cabeça, trazendo esse tipo de pessoa para dentro de casa?

— Eu nem estava em casa ontem à tarde! — eu disse, começando a ficar bravo. — Você tem certeza disso?

— Tenho certeza! — Anastácia respondeu, visivelmente irritada. — Sua irmã disse e o hospital confirmou. E o pior é que você nem se importa com isso!

O desespero me fez querer explodir, a raiva estava quase fora de controle.

— Merda! — eu gritei, sentindo a raiva e a impotência dominarem. — Eu não posso acreditar nisso!

Anastácia tentou me seguir, mas eu já estava saindo de casa.

— Thalles, onde você vai? - ela gritou mais eu não parei.

— Me deixa em paz! — eu gritei, batendo a porta atrás de mim e saindo para a rua. As emoções se misturavam em mim, entre a raiva e a confusão. Eu precisava de um tempo para processar tudo o que estava acontecendo.

Algum tempo depois eu entrei na escola com a cabeça explodindo de raiva. As palavras da minha mãe ecoavam na minha mente, e cada passo que eu dava parecia carregar uma carga de ódio ainda maior.

Foi então que Esaú apareceu no meu campo de visão, vindo em minha direção com uma expressão confusa.

— Thalles, o que tá rolando? Você tá com uma cara péssima. - ele questionou.

Eu parei e o encarei com tanta raiva que ele deu um passo para trás.

— Vai se foder, Esaú. Cuida da tua vida. - esbravejei.

Esaú parecia chocado, levantando as mãos em sinal de rendição.

— Ei, calma, cara. Só tô tentando ajudar.- Ele disse me encarando. — Mas parece que você está prestes a explodir.

Eu dei um passo à frente, o peito arfando de raiva.

— Só sai da minha frente! — gritei furioso, o  sentimento de que estava prestes a perder o controle era quase paralisante.

Esaú me olhou com olhos arregalados, claramente sem entender a gravidade da situação. Eu me afastei dele, sentindo a tensão aumentar a cada segundo. Quando finalmente vi André, no meio do pátio, minha visão ficou vermelha e meu sangue ferveu instantaneamente. Ele estava rindo e conversando com alguns alunos, totalmente alheio ao furacão que eu trazia comigo. Caminhei rápido em sua direção, sem ouvir mais nada ao meu redor.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora