CAP 12 - O que dá pra fazer em um mísero minuto?

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CÁTIA NARRANDO*

Enquanto caminhava pelos corredores da escola, minhas mãos tremiam de raiva, as palavras de Miguel, Gabriel, Talita e Eithan pertubavam a minha cabeça, eu tinha que me afastar, precisava de um momento para processar tudo o que havia acabado de acontecer, porque em menos de cinco minutos eu tinha perdido todos aqueles que eu considerava que eram meus amigos. Encontrei um banco vazio em um canto isolado do pátio da escola e me sentei deixando as lágrimas que eu segurava finalmente escorrerem livremente pelo meu rosto, se eu ainda tinha algo era o meu orgulho, ninguém me veria chorar por algo assim.

- Cátia, o que está acontecendo? Eu vi você saindo da cantina toda perturbada. - Thalles perguntou enquanto ele se sentava ao meu lado no banco, respirei fundo ao notar sua presença que eu nem sabia de onde havia vindo.

- Thalles, você tinha razão.. - comecei e ele olhou para mim com uma curiosidade explicita esperando por uma explicação sobre o que estava acontecendo e o que eu estava falando.

- Sobre o Gabriel.. - expliquei desviando o olhar por um momento antes de encará-lo novamente. - Ele não teve vergonha de dizer na minha cara que é gay Thalles.. E sinceramente, isso mexeu comigo. - minha voz saiu embargada enquanto Thalles permaneceu em silêncio, eu sabia que ele era um cretino mas era alguém que não me julgaria por querer distância.

- E não é só ele.. Todos os outros também são... como você disse uma vez "arco-íris" um arco-íris inteiro.. Incluindo à sua irmã ! - admiti deixando escapar a verdade que estava entalada em minha garganta, a vontade que eu tinha era de sair gritando por aí o quão asquerosos eles são. Thalles olhou para mim com uma expressão séria, seus olhos refletiam nitidamente um sentimento de raiva.

- Cátia, não ouse mentir sobre a minha irmã! - ele disse com firmeza, sua voz rude e fria enquanto ele me encarava oque me fez sentir um calafrio percorrer minha coluna do início ao fim compreendendo a gravidade de suas palavras e o impacto que as minhas poderiam ter sobre a sua família.

- Thalles, eu não estou mentindo! - respondi rapidamente, minha voz no mais puro tom de sinceridade. - Eu.. só estou compartilhando o que sei.. oque eles mesmos disseram, e espero que você possa entender de onde estou vindo.

Thalles permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos buscando os meus em busca de qualquer sinal de falsidade, ele não exitariaria em acabar comigo caso notasse qualquer sinal.

- Eu não estou acusando você de mentir Cátia.. Só estou pedindo para tomar cuidado com o que diz sobre a minha família, afinal coisas ruins podem acontecer derrepente! - ele disse com um tom perverso enquanto sua voz estava ficando mais suave agora, era assustador.

- Eu entendo Thalles e eu respeito a sua família, eu só... - minhas palavras foram interrompidas por Thalles, que colocou uma mão em meu ombro e o apertou com força como se estivesse me mandando calar a boca.

Eu me encolhi um pouco com o aperto firme em meu ombro, sentindo um novo arrepio percorrer minha espinha enquanto o olhava com cautela percebendo a intensidade em seu olhar e a ameaça implícita em suas palavras.

- Eu só estou tentando te proteger Cátia.. peixes morrem pela boca e as piranhas também! - disse o de olhos esverdeados com um sorriso que não alcançava seus olhos, sua voz soando suave, mas carregada de ameaças veladas.

Engoli em seco, sentindo-me desconfortável com a proximidade repentina de Thalles que estava muito perto de mim agora e a tensão que pairava entre nós. Apesar de suas palavras aparentemente amigáveis falsamente eu sabia que estava lidando com uma pessoa perigosa, alguém capaz de manipular e intimidar para conseguir o que queria e eu já tinha sentido na pele antes.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora