CAP 11 - Cara amiga.. eu não esperava isso de você!

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- Gabe o que foi isso lá na sala? Por que você concordou em fazer o trabalho do Thalles? ‐perguntou Miguel com uma expressão de preocupação.

Eu me senti encurralado pela pergunta direta do meu amigo, ele sempre conseguia enxergar através de mim, mesmo quando eu tentava esconder meus verdadeiros sentimentos.

- Eu sei que parece estranho, mas, eu tenho meus motivos. - respondi, desviando o olhar para o chão, não queria encarar a decepção nos olhos de Miguel.

- Motivos? Gabriel, ele não tem o direito de te obrigar a fazer as coisas dele. - Miguel disse com firmeza, sua voz estava cheia de indignação.

- Eu sei Mih, mas é que... Seria mais fácil assim sabe? - tentei justificar, embora soubesse que minhas desculpas não eram suficientes para convencer Miguel já que ele é sempre muito atento. -Talvez assim ele resolva fazer o trabalho. - menti um motivo.

Ele olhou para mim com uma expressão de incredulidade, como se não conseguisse entender minha lógica tortuosa.

- Gabriel, isso não faz sentido. Ele não pode condicionar a ajuda dele a você a fazer as tarefas dele, isso é manipulação e você não precisa se sujeitar a isso. - Miguel argumentou, sua voz estava carregada de preocupação.

- Eu sei que não é certo, mas às vezes parece que é a única maneira de conseguir algo dele.. Eu só quero evitar mais problemas. - admiti com um suspiro, sentindo-me derrotado pela situação.

Miguel suspirou, parecendo entender minha angústia, ele se aproximou e colocou uma mão em meu ombro.

- Ceder às chantagens dele não vai resolver nada... Você tem que se impor, mostrar que não vai se deixar manipular desse jeito. - ele disse, sua voz suave e reconfortante.

- Eu sei Miguel, você tem razão, eu só... não quero lidar com tudo isso. - confessei, sentindo-me vulnerável diante da pressão de Thalles já que não se tratava só de tarefas escolares.

- Não se preocupe Gabe, estamos aqui para te apoiar, sempre.. e vamos encontrar uma maneira de lidar com essa situação juntos, você não está sozinho nisso. - assegurou o ruivo com um sorriso

Ele então estendeu os braços me puxando para um abraço caloroso, primeiro, seus braços envolveram meu corpo suavemente, como se quisesse me proteger e então senti o calor do seu corpo próximo ao meu, seu abraço era firme, mas ao mesmo tempo gentil e meus braços automaticamente se envolveram ao redor de sua cintura, retribuindo, Miguel era um ótimo amigo.. um dos melhores que eu havia feito desde que havia chegado a essa cidade.

- Esses seus olhos castanhos Miguel, vão te dar o mundo um dia. - murmurei, deixando escapar um sorriso tímido assim que nos afastamos.

Miguel riu suavemente, parecendo envergonhado com o elogio inesperado.

- Ah, para com isso Gabe, você é o único que tem o poder de me fazer corar. - ele brincou, bagunçando meus cabelos de maneira afetuosa.

- Vamos lá, antes que o intervalo acabe, eu estou faminto e tenho certeza de que você também está. - ele sugeriu me convidando para sairmos da sala juntos e concordei com um aceno de cabeça.

Saímos do auditório juntos, e seguimos em direção à cantina da escola, o corredor estava movimentado, com alunos indo e vindo, mas o único lugar que eu queria estar naquele momento era em casa na minha cama.

Chegamos à cantina e nos juntamos à fila para comprar nossos lanches, enquanto esperávamos, trocamos algumas piadas e comentários sobre a aula chata que tínhamos acabado de ter, aliviando um pouco o clima ruim de antes.

Depois de pegarmos nossos lanches, nos dirigimos para a mesa de sempre, onde já estavam Cátia e Talita.

Minha atenção foi desviada quando vi Thalles do outro lado da cantina sentado com seus amigos de sempre me encarando, seus olhos encontraram os meus e ele sorriu com um ar de desdém, como se estivesse zombando de mim e da situação em que eu me encontrava, engoli em seco, tentando ignorar a sensação de desconforto que sua presença sempre me causava.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora