CAP 13 - O que quer comer ?

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—O que vai ser? Você vai desmentir ou vai pagar o preço? — Thalles rosna com sua irritação cada vez mais evidente.

—Eu sou assexual, Thalles! — falo com dificuldade pela falta de ar, enquanto as lágrimas descem pelo meu rosto.

Meu irmão mantém sua mão em volta do meu pescoço e seus olhos demonstram uma surpresa momentânea, mas logo retornam ao seu estado de fúria contida.

— Assexual? — ele repete, sua voz soando mais baixa, mas não menos ameaçadora, enquanto ainda estou lutando para respirar, olhando diretamente nos olhos esverdeados do loiro.

— Sim, assexual, não gay! — esbravejo, minhas palavras ecoando quase inaudíveis pelo cômodo. — E você, ao menos sabe o que isso significa? — questiono, sentindo minha boca seca.

Thalles então me encara por um momento como se estivesse processando a informação e, então, solta uma risada sarcástica. Eu me sinto cada vez mais sufocada pelo aperto firme dele em meu pescoço, e seu olhar penetrante está em mim, transbordando ódio e desdém. Minhas mãos instintivamente ainda tentam afastá-lo, mas sua força é avassaladora, prendendo-me contra a parede como um animal.

— Isso significa que você não transa, certo? — Ele pergunta com sua expressão em uma mistura de curiosidade mórbida e desprezo. Minha raiva ferve dentro de mim, mas tento manter a calma, mesmo que meus pensamentos gritem em desespero e ódio!

— Não é da sua conta, Thalles! — respondo com firmeza, mesmo que minhas palavras saiam entre os dentes cerrados. Ele ri, um som áspero e desdenhoso, como se minha orientação fosse apenas um motivo a mais para sua diversão.

— Claro que é minha conta. Se você é uma aberração assexuada, pelo menos confesse que nunca fez nada disso! — ele provoca, seu olhar fixo em mim com um misto de desprezo e desdém.

— Eu não devo nenhuma explicação sobre minha vida íntima para você — retruco, tentando manter minha voz firme, apesar do medo que me consome por dentro. Pelo menos consigo respirar um pouco a mais do que antes, mas ele ainda não parece satisfeito com minha resposta. Sua expressão frustrada e seus olhos continuam brilhando com uma intensidade sinistra.

— Você não vai escapar tão facilmente, Talita. Eu sei como lidar com gente como você! — ele ameaça, suas palavras soando como uma promessa sombria. — Me diz logo se você transa ou não!? — Thalles grita, apertando ainda mais o meu pescoço enquanto exige uma resposta.

— Não, eu não transo! — respondo com dificuldade, sentindo a pressão em meu pescoço aumentar mais do que antes, enquanto meus olhos estão marejados. — Isso é ser assexual... Por favor, me solta! — imploro, enquanto me debato contra o aperto de Thalles em meu pescoço.

Ele finalmente cede à minha súplica e me solta, permitindo que eu respire aliviada após o momento de sufocamento. Ele então solta uma risada sarcástica, seus olhos faiscando com desprezo enquanto se aproxima de mim.

— Assexualidade? Sério? Você é patética até nisso — ele diz com sua voz carregada de desdém.

— Sabe o que eu acho, Thalles? Eu acho que você não tem ideia do que está falando. E, sinceramente, eu estou pouco me lixando para o que você pensa ou deixa de pensar sobre mim. Sua opinião não define quem eu sou — respondo com firmeza, minha voz tremendo ligeiramente, mas mantenho meu olhar fixo nele. — Você se acha um Deus só porque tem a porra dos olhos verdes do nosso pai e os cabelos loiros da nossa mãe. Você não passa de um escroto que vai terminar sozinho e ferrado — falo irritada e sigo para o segundo andar da casa, sem esperar sua resposta.

Assim que entro no meu quarto, tranco a porta com a chave e apresso-me em ir para frente ao espelho, o que foi algo automático.

Ao encarar meu reflexo no espelho, meu coração disparou ao ver, nos meus olhos escuros como os da minha mãe, o medo que estava estampado neles. Uma onda de tristeza e revolta tomou conta de mim ao notar os hematomas arroxeados que surgiram em meu pescoço, evidências do ataque de Thalles que levariam alguns dias para finalmente desaparecer. Aquelas marcas não eram apenas físicas; elas também representavam a violência e o ódio que Thalles era capaz de infligir contra mim, que tenho seu sangue. Não gostaria nem de imaginar como ele poderia ser com outra pessoa.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora