CAP 14 - Festa no inferno

50 3 2
                                    

Na hora de servir a mesa onde Esaú estava eu pedi à uma das garçonetes que fizesse isso no meu lugar e para o meu alívio era aquele estresse a menos pra mim, pelomenos era o que estava pensando naquele momento.

Alguns minutinhos antes do fim do expediente senti meu celular vibrar no bolso quando eu já estava no fundo da lanchonete retirando meu avental, o peguei meio sem vontade e então olhei o chat e logo notei que se tratava de um número desconhecido.

Chat on**

Número Desconhecido: espero que não esteja pensando em não vir só porque a Talita não está aqui.

Número Desconhecido: Acho bom você vir! Para o seu bem.

Chat off**

Eu não sabia como Thalles havia conseguido o meu número mais sabia que era ele antes mesmo de olhar a foto de perfil, foto essa onde ele aparecia com um sorriso largo em uma selfie, quem olhava nem pensava que ele era tão babaca quanto é ja que parecia até gente.

Quando o meu horário de sair finalmente bateu, foi então que eu guardei meu bloco no armário e então saí, segui o meu caminho de sempre, já se passava um pouquinho das 17h então o movimento de verdade nas ruas ainda não havia realmente começado mas já estava bem próximo.

Faltava umas duas quadras pra minha casa quando senti mãos pesadas me puxarem para um beco, a sensação de todo aquele medo tomou conta de mim tão instantaneamente que quando eu me dei conta, ele já estava me empurrando pra parade.

-Você não ouviu o que eu disse viado? - ele perguntou irritado.

-Achei que havia ficado óbvio que eu não quero ! - respondi irritado.

-Acha que eu ligo se você quer ? - Ele questionou apertando meus punhos com força.

-E vai fazer oque ? Me obrigar ? Aqui, no meio da rua ? - perguntei, minha voz era firme mas eu estava morrendo de medo.

-Não aqui não, mas sabemos que não irá faltar oportunidade.. - ele ri com desdém.. -E nessa oportunidade eu não vou me importar se tiver que obrigar você, vai ser até mais divertido assim! - Esaú gargalha e então me solta e vai embora enquanto eu ainda estou em choque pelo que acabou de acontecer.

Eu fiquei ali parado por alguns instantes, tentando recuperar o fôlego e processar o que acabara de acontecer. A sensação de impotência e vulnerabilidade me dominava, deixando-me com um nó na garganta e um frio na espinha.

Com passos trêmulos, continuei meu caminho até chegar em casa.

Depois que cheguei em casa eu fui direto pra cozinha preparar o jantar para o meu pai enquanto limpava o chão da cozinha, logo ele estaria aqui e eu tinha que deixar tudo pronto antes que ele chegasse como de costume antes de ir tomar banho para a tal festa de Thalles, forcei um sorriso nos lábios para tentar me tranquilizar dizendo para mim mesmo que eu estava apenas cansado do trabalho. No entanto, cada vez que eu fechava os olhos, as imagens daquele momento no beco invadiam minha mente, trazendo consigo uma sensação de medo e angústia.

Eu sabia que era óbvio que Esaú estaria na festa, em meio a bebedeira e tudo mais aquilo me deixava aflito.

Ele seria capaz de fazer algo de mal comigo com seus amigos por perto?

Durante o jantar que eu me apressei em comer antes que o meu pai chegasse, eu mal consegui tocar na comida, minha mente estava longe, revivendo cada detalhe daquele encontro assustador com Esaú. Thalles havia deixado claro que não desistiria tão facilmente da minha presença naquela maldita festa e aquilo me deixava apreensivo quanto ao que poderia me acontecer lá já que eu estaria em um ninho de cobras que me odiavam.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora