CAP 18 - Eu quero te ajudar!

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GABRIEL RAMSÉS NARRANDO*

Me vestir pra aula foi difícil; eu não queria ir, eu não queria... Mas o que eu poderia fazer a respeito? Nada.

Meu corpo doía demais enquanto eu tentava me convencer de que tudo ficaria bem.

A minha maldita vida judiando de mim como sempre..

Meu rosto não estava tão magoado quanto o meu corpo, mas tinha um corte visível na boca. Após vestir o uniforme, coloquei uma camisa de moletom por cima e dei um sorriso fraco e sem sentimento para o meu reflexo no espelho.

Eu me sentia idiota, me sentia fraco e humilhado.

Meu celular vibrava sobre a cama, e eu só o enfiei no bolso sem dar nenhuma importância a ele. Então, saí de casa sem vontade alguma.

No caminho em direção à escola, eu estava tão perdido nos meus pensamentos que, quando me dei por mim, já estava passando pelo portão.

- Alguém está com uma cara péssima, deve estar cansado de tanto dar! - Cátia debocha rindo ao passar por mim, e eu só reviro os olhos.

Ainda não entendo como eu não notei antes, a víbora que essa garota é. Meu humor já não estava bom, e eu não gastaria saliva com ela.

Segui pelo corredor e foi quando avistei, à distância, Eithan sinalizando para mim. Ele estava parado em frente à porta da sala de teatro. Por um momento, eu pensei em só seguir o meu caminho, mas não seria certo, já que ele não havia feito nada comigo.

- Gabe! Que bom te ver! - ele diz com um sorriso largo enquanto me aproximo dele.

- E aí, Eithan... - disse assim que passei pela porta. Meus passos ainda eram lentos, apesar de eu não estar mancando, minha respiração ainda era pesada.

Eu havia tomado analgésico e relaxante muscular, então a dor de verdade mesmo só viria após o fim do efeito da medicação.

O rosto dele estava iluminado com um sorriso largo.

As vezes eu sentia raiva por aquele garoto gostar de mim, quem era eu ? Um garoto cheio de problemas, que passaria por muita coisa ainda até finalmente poder olhar nos olhos das outras pessoas e poder dizer as minhas verdades mais internas.. ele é alguém tão carinhoso.. tão dedicado.. alguém que merece alguém descomplicado, alguém que não tenha nenhum empecilho sobre poder evidenciar o quanto gosta dele.

- Como você está hoje? - Ele perguntou, seu sorriso diminuiu, parecia preocupado com minha expressão cansada.

Forcei um sorriso leve e dei de ombros.

- Ah, você sabe como é, mais um daqueles dias... - disse baixo, escorando minha cabeça em seu ombro.

Eithan assentiu parecia ser compreensivamente. O mais jovem parou por um momento e, de repente, me abraçou de forma calorosa e reconfortante. Seu abraço era firme, mas cuidadoso, como se soubesse que eu precisava daquilo naquele momento. No entanto, ao sentir a pressão do abraço, involuntariamente me encolhi um pouco. Meu abdômen doía um pouco mais do que o habitual hoje, um resquício de tudo que aconteceu. Tentei disfarçar a dor, mas Eithan percebeu imediatamente.

- Desculpa, Gabe... - ele diz e então balancei a cabeça indicando que eu não queria falar sobre aquilo, e ele suspirou. - Estou aqui se precisar de alguma coisa, tá bom? - disse ele suavemente enquanto deslizava seus dedos pelas minhas costas, soltando-me do abraço com cuidado. Eu balancei a cabeça, agradecendo com um aceno silencioso enquanto meus olhos estavam lacrimejando.

Eu tinha a impressão que estar ali com ele me tornava ainda mais vulnerável, e essa sensação não era boa.

Senti suas mãos depositarem suavemente na minha cintura, e seus olhos estavam fixos nos meus lábios enquanto ele sorria disfarçadamente.

O babaca do Irmão da minha amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora