12. me chama do que você quiser

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Thiago Veigh
jardim paulista, sp

  Era a terceira vez que eu conferia a roupa na frente do espelho.

Fim de semana passado eu finalmente consegui me soltar com a Bia, e tinha conseguido até marcar alguma coisa com ela hoje, mas na quarta o Kay disse que ia dar uma festa pra comemorar a estreia do álbum dele. E eu fiquei meio pá, ate porque estávamos combinando até onde seria, mas agora fico mais tranquilo se penso que de qualquer forma eu vou poder estar com ela.

— Ta boneco, irmão. — Gu me elogiou do fundo do meu quarto.

  Os moleque decidiu também se arrumar aqui, já que ia todo mundo junto.

— Ta lindão também, cuzao. — Devolvi.

— E eu, ninguém fala de mim? — A voz do g.a saiu manhosa.

— É que nós ficou bonito, G. Você já É lindo. — Brinquei.

— Ah bom irmão.

  Gu aumentou o som e começou fazer um passinho, me obrigando a acompanhar ele.

  Ficamos nessa resenha até umas onze horas, quando a gente decidiu ir, pra não ficar tão tarde.

  [...]

— Lugar da hora demais. — G.a falou deslumbrado com o salão.

  E era papo mesmo, tava tudo no tema do álbum.

— Triste mesmo é saber que a gente quase não vai aproveitar. — Gu lembrou, fazendo o meu desânimo bater na boca do estômago.

  Amanhã vamos fazer show o dia inteiro, e por isso antes das três da manhã a gente vai ter que meter marcha.

  Bom, mas não era hora de pensar nisso. Procurei só com os olhos por ela, e não demorou muito pra ver a baixinha dançando animada com a mãe e irmã do Kay.

  Beatriz tava apelativa na beleza.

  Por mim eu atravessaria todas aquelas pessoas pra ir falar com ela, mas isso era um pouco impossível quando a cada passo que eu dava, precisava cumprimentar alguém.

— Olha a Bia ali. — Gu falou alto apontando pro lugar de onde eu não desgrudava os olhos desde quando chegamos.

— Onde? — Perguntei me fazendo um pouco.

  Eu ainda não tinha contado pra nenhum deles que tava trocando ideia com ela desde o show.

— Ali, irmão. — Apontou de novo.

  Continuamos cumprimentando as pessoas até conseguir ficar numa distância razoável pro Gu chamar ela.

— Bia!?

  Beatriz paralisou tentando procurar quem tinha chamado ela, e não demorou muito pra olhar pro Gu. E mesmo que ela tenha achado o dono do grito, ela continuou procurando, até olhar pra mim e lançar um sorriso. Mas sua atenção voltou totalmente pro Gu.

  Assisti meu amigo ir dar um abraço nela e fiquei esperando de canto a minha vez.

— Oi, Veigh!? — Disse me direcionando a atenção.

— Oi Beatriz, tudo bem? — Estiquei meus braços e ela andou uns centímetros pra entrar num abraço.

  O perfume dela exalou deixando o contato ainda mais gostoso.

— Não me chama de Beatriz. — Cutucou minha costela de leve, me fazendo ter espasmo.

— Então não me chama de Veigh. — Rebati apertando os braços em volta dela.

— Ta bom... tico. — Se afastou rindo.

— Para de zoar meu apelido.

— Seus fãs que te deram ele? — Bebeu um gole de alguma coisa que tava no copo dela.

  Fiquei em silêncio por uns segundos lembrando quem tinha me dado o apelido.

— Vamo fazer o seguinte... — Me aproximei dela. — Me chama do que você quiser. — Disse só pra ela ouvir.

  Beatriz riu.

— Eu prefiro muito mais sua versão sem timidez. — Me confessou no mesmo tom.

  Nos afastamos um pouco e vi o Gu me olhar desconfiado.
  Ele não era bobo.

— Bibia, cadê o Kay? — Gu desviou os olhos.

— Ele tava por aí. E o G.a?

— Assim que a gente chegou ele já falou que ia falar com não sei quem. — Gustavo respondeu.

  Agora só iríamos achar o Gabriel de novo na hora de ir embora.

— E o copo de vocês? — Beatriz julgou olhando para as nossas mãos vazias.

— Acabamos de chegar, Bibia. — Gu riu.

— Não bebo álcool. — Disse simples, esperando a careta ou algum comentário nada inédito.

— Eu também não tô bebendo. — Me estendeu o copo dela.

  Até cogitei pegar mesmo, mas segurei e dei um gole pequeno sentindo o gosto do energético de manga.

— Você não bebe tambem? — Perguntei devolvendo o copo.

— Até bebo, mas raramente. — Deu de ombros.

— Agora deem as mãozinhas e saiam saltitando. — Gu brincou.

— Olha o Kaique ali. — Bia apontou para trás da gente.

— Vamo lá, irmão. — Gustavo bateu no meu braço, me deixando um pouco frustrado.

— Já já nós volta. — Disse pra ela que sorriu pra mim.

— Avisem ele que a Esther tá chegando com a neném, por favor!?

  Confirmei e ela deu as costas, voltando pra perto da família do Kay.



Notas!

amigas, obrigada pelas comentários. não sabem o quanto me motiva a continuar atualizando aqui.

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