꧁Três꧂

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𝒜𝑒𝓂𝑜𝓃𝒹 𝒯𝒶𝓇𝑔𝒶𝓇𝓎𝑒𝓃

Enquanto treinava com Cole, sentia a adrenalina fluindo em minhas veias. Cada movimento era um teste de habilidade e reflexo. Meus cabelos brancos se moviam com leveza a cada golpe, como uma expressão de minha destreza e experiência.

Mantive-me ágil e astuto, antecipando os movimentos do meu oponente e respondendo com precisão. Cada passo era calculado, cada golpe desferido com força controlada. A luta era amistosa, mas intensa, uma dança de espadas entre dois guerreiros determinados.

O sangue Targaryen corria em minhas veias, e isso se refletia na minha postura e nos meus movimentos. Não havia espaço para hesitação ou fraqueza. Cada movimento era firme e confiante, enquanto eu me empenhava em superar meu oponente com habilidade e estratégia.

Num golpe rápido e calculado, consegui encostar a ponta afiada da espada próxima ao pescoço de Criston Cole, marcando o fim do nosso treinamento. Uma onda de satisfação percorreu meu corpo enquanto ouvia as palmas ressoarem ao meu redor, reconhecendo minha pequena vitória. Mantive-me firme, meu olhar firme e determinado, sabendo que cada luta, mesmo amistosa, era uma oportunidade para aprimorar minhas habilidades e afirmar minha posição como o melhor desse reino.

Durante o treino, avistei meus dois sobrinhos, Jacaerys e Lucerys, observando à distância. Ambos estavam tensos e ariscos, seus olhares fixos em cada movimento. A presença deles me irritava, lembrando-me constantemente dos bastardos que são. A vontade de demonstrar minha superioridade crescia a cada golpe.

"Jacaerys, Lucerys," disse com um tom irônico e prepotente, dirigindo-me aos dois bastardos, "Gostariam de se juntar a nós? Quem sabe vocês possam aprender algo útil." Meu sorriso era cínico, sabendo muito bem que minha provocação os atingiria onde mais doía.

Rhaenyra e seus bastardos não visitavam meu castelo há muito tempo. Jacaerys e Lucerys olhavam ao redor, seus olhares ansiosos procurando qualquer tipo de familiaridade da época em que moravam aqui. Era evidente que eles estavam desconfortáveis e fora de lugar, tentando encontrar algum vestígio do lar que um dia conheceram. Suas expressões tensas apenas reforçavam a distância que o tempo e a verdade haviam criado entre nós.

Ver os dois bastardos na minha frente com seus quatro olhos intactos me incomodava profundamente. A visão deles era uma afronta constante à minha honra. Com um sorriso arrogante, fingi que iria para cima dos meninos. Quando cheguei perto, passei raspando no Jacaerys, meu sobrinho mais velho, fazendo questão de demonstrar minha superioridade e desprezo. Sem olhar para trás, continuei meu caminho e entrei no castelo, deixando-os para trás com a clara mensagem de quem realmente dominava aquele lugar.

Caminhei pelo grande corredor extenso, meus passos ressoando com arrogância e frieza contra as pedras antigas. Cada movimento meu exalava desprezo, a postura ereta e o olhar altivo destacando minha indiferença.

Ao passar por uma das portas entreabertas, ouvi claramente uma das servas comentando que Aegon havia aliciado mais uma moça. Nenhuma surpresa, pensei com desdém. Aegon nunca conseguiu controlar os próprios impulsos e o próprio pau. Era patético ver como ele se deixava dominar por suas fraquezas, manchando ainda mais o nome da nossa casa.

Uma onda de excitação perturbadora encheu-me. Rhaenyra e seus bastardos ao meu alcance, presas fáceis de engolir. Só de pensar em afugentar aqueles pirralhos dava uma onda divertida no meu dia. O mero pensamento de ver o medo em seus olhos trazia um sorriso malicioso aos meus lábios. Este encontro inesperado era exatamente o que eu precisava para animar meu dia.

Rhaenyra não merece nenhum respeito. Ela traz ao mundo apenas bastardos e fracos, manchando a nobreza da nossa linhagem. Seus filhos são prova de sua incapacidade de manter a pureza e a força que nossa casa exige.

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