Dragões de Ouro e Sangue

꧁Quinze꧂

Poucos segundos depois, apareceu um dragão vermelho super esguio, emitindo um grito fino e rouco. Sua aparência era estranha, com um pescoço alongado que se movia de maneira quase hipnotizante. Curiosamente, ele não possuía patas dianteiras, e sua morfologia era realmente esquisita.

Montado nessa criatura estava Daemon, um homem de cabelos brancos com uma postura irritantemente arrogante. Ele controlava o dragão como se fosse algo trivial, com uma confiança exagerada que beirava a presunção. Seu olhar altivo parecia subestimar qualquer um ao seu redor, como se domar um dragão fosse uma tarefa banal para ele.

A "lagartixa de asas" pousou com uma suavidade que parecia ridiculamente fácil. A criatura e seu cavaleiro aterrissaram como se tivessem feito isso milhares de vezes, uma performance que, em sua perfeição forçada, era quase insultante de tão pretensiosa.

O dragão de Daemon respirava de forma pesada, a respiração era ruidosa e rouca, emitindo um som grave que vibrava no ar ao redor, como se estivesse anunciando sua presença a todos que estivessem por perto. Quando exalava, uma nuvem de vapor quente escapava de suas narinas, criando uma névoa momentânea que se dissipava rapidamente.

Mesmo a certa distância, era impossível ignorar o olhar de Daemon. Seus olhos tinham um brilho cortante, como lâminas afiadas prontas para ferir. A intensidade do seu olhar era desconcertante, perfurando qualquer pretensão de segurança que alguém pudesse sentir. Era como se ele pudesse ver através das almas, enxergando segredos e medos mais profundos com um simples olhar.

Então, com um tom de voz carregado de ironia, Daemon comentou, "O pôr do sol está bonito, não é?" Ele fez uma pausa, seus olhos brilhando com uma malícia evidente. "Mas a noite será muito mais interessante." A forma como ele disse isso, com uma confiança irritante e um leve sorriso de desprezo.

"Se você diz," respondi com indiferença, lançando-lhe um olhar desinteressado.

Daemon aumentou seu sorriso irônico, os cantos dos lábios se curvando ainda mais. "Você responde de forma muito atravessada para alguém que está em desvantagem," disse ele, com uma voz cheia de desprezo. Suas palavras eram afiadas, carregadas de uma ameaça velada que ele parecia achar extremamente divertida.

Daemon manteve seu sorriso irônico enquanto dizia: "Se você não mostrar ser inocente, o fim será trágico." Ele fez uma pausa, observando minha reação, e então ordenou: "Suba no dragão, atrás de mim."

Antes que eu pudesse reagir, os soldados se moveram rapidamente, empurrando-me sem cerimônia para mais perto da criatura esguia. Suas mãos firmes me forçaram a dar passos hesitantes em direção ao dragão, até que eu estava próxima o suficiente para sentir o calor emanando de sua pele escamosa.

Daemon olhava lá de cima com um olhar interessado e divertido, como se a situação fosse um espetáculo montado apenas para seu entretenimento. Seus olhos brilhavam com uma mistura de curiosidade e malícia, observando cada movimento meu com atenção.

Eu me aproximei do dragão, sentindo a pele escamosa e quente sob meus dedos enquanto procurava um ponto seguro para me segurar. As escamas eram duras e irregulares, dificultando a subida. Com um esforço considerável, consegui erguer uma perna sobre o dorso da criatura, sentindo a musculatura tensa e poderosa sob mim.

Assim que me acomodei atrás de Daemon, o dragão começou a fazer mais barulho, soltando um rugido baixo e vibrante. Era claro que não aceitava minha presença ali. A criatura agitou as asas, e seu corpo se contorceu levemente, como se estivesse tentando se livrar de mim. O som de sua respiração tornou-se ainda mais profundo e ruidoso, ecoando ao nosso redor e fazendo o ar vibrar.

Os soldados ao redor recuaram um pouco, observando a cena com cautela. Eu mantive minha postura firme, segurando-me com força nas escamas do dragão, sentindo a resistência e a rejeição da criatura em cada movimento. Era uma batalha silenciosa de vontades, e eu sabia que precisava me manter firme, independentemente do quanto o dragão se opusesse à minha presença.