A bola foi lançada ao ar, levantando um grito das arquibancadas.
A tensão da disputa se transformava em uma onda de eletricidade passeando pela plateia.
— Vai, Warriors! — Dayse levantou, gritando estridentemente com as mãos em concha em torno da boca. — Acabem com esse bando de bundões!
Smith e eu soltamos uma gargalhada.
Os times se enfrentavam, driblando agilmente e trocando passes rápidos, como em uma dança coordenada. Os Poseidon eram tão habilidosos quanto nossa equipe, fazendo a bola quicar de uma ponta da quadra para a outra, ferozmente.
A cada cesta dos Warriors, soltávamos um grito ensurdecedor, jogando os braços para cima e agitando o corpo. Já não era possível ficar sentado naquele enxame de torcedores enlouquecidos.
Há muito tempo, eu não me sentia tão envolvida em uma emoção.
Terminei minha primeira lata de cerveja, enquanto Dayse e Smith já estavam no que julguei ser a terceira ou quarta. Dayse estava tão elétrica quanto de costume, com as palavras atropelando-se umas nas outras.
— Eu não sei o que é melhor: o jogo ou quem está jogando — ela gritou para mim, gargalhando em seguida.
O apito soava estridente a cada três minutos pelas faltas de Richard Williams, que sempre empurrava ou agarrava algum adversário propositalmente para ganharem tempo.
Uma onda de vaias tomava o ginásio, mas elas logo eram engolidas pelas gargalhadas e o brado vindos da nossa torcida. O árbitro já estava enfurecido.
— Isso, porra! — Smith cuspiu um palavrão. — Derruba eles!
Agora com alguns pontos à frente, faltavam apenas cinco minutos para que pudéssemos vencer. Aquela última corrida do relógio era a mais arrastada.
Richard fez sua última jogada, agarrando as pernas de um garoto que driblava a bola e, causando assim, sua expulsão.
— Não! — Dayse esbravejou. — Ele não pode sair, vamos perder!
— Seu merda! — Smith acompanhou, assim como outras dezenas de alunos que xingavam palavrões.
E lá estavam os últimos vinte segundos: Jefferson Taylor tomou a posse da bola, driblou e foi cercado por três.
Ele lançou a bola, que caiu nas mãos de Walker.
Nos dez segundos restantes, a plateia prendeu o fôlego enquanto ele procurava caminho até a cesta. Naqueles três últimos segundos, ele enterrou a bola com força na cesta em um belo salto.
O som da celebração estremeceu todo o ginásio.
As garotas e eu pulávamos, gritando junto da multidão. Os rapazes do time se abraçaram coletivamente no centro da quadra, enquanto o time adversário recusava a derrota.
— Aqui é Warriors! — Dayse gritou.
Naquele momento, percebi o quanto seus sentidos estavam tomados pelo álcool ao vê-la cambalear. Sustentei seu corpo, agarrando-a, o que me cobrou um desequilíbrio também.
— Lohan, me ajude! — exclamei, sentindo o peso de Dayse contra mim.
A garota rapidamente a segurou, evitando nossa queda dupla.
— Dayse, você precisa parar por aqui, cara — ela disse, se referindo à cerveja.
— Eu preciso é ir ao vestiário! Preciso saber como Richard Willians fica sem camisa! — Dayse respondeu.
— O quê?! Ficou louca? — perguntei, observando o suor escorrer de sua testa. A raiz de seus cabelos também estava úmida, delatando o resultado de sua agitação.
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Walker
Romance"Naquele instante, memorizei cada traço dele... a curva da boca, os olhos castanho-escuro, os cílios tocando a maçã do rosto e até a rebeldia atraente dos fios platinados. Seu calor invadia meu corpo, alastrando-se e dançando com meu âmago, e ainda...