Nota da autora:
Oi, bests!
Esse capítulo é curto mas não tinha como ele ser maior porque gosto de fazer suspense.
Espero que gostem!Capítulo 33: Rachel.
Está chovendo. Consigo ouvir o barulho de gotas d'água despencando, batendo contra superfícies sólidas que não sou capaz de especificar. Sempre fui boa em observar as coisas, não em identificar ruídos.
Mas não consigo abrir os olhos. É como se minhas pálpebras estivessem coladas.
Demoro mais algum tempo para identificar a dor excruciante na minha cabeça. Estou deitada sobre algo plano e frio. A chuva não me molha, e sempre que me mexo, minha cabeça dói mais. Não faço ideia de onde estou. Também não consigo abrir a boca, é como se estivesse paralisada.
Minha última lembrança é de estar correndo no labirinto, a arena da sexagésima quarta edição dos Jogos Vorazes, até tropeçar em algo e desabar no chão.
Então tudo ficou preto.
Vejo uma luz se acender ainda por trás das pálpebras, tão próxima do meu rosto que aperto ainda mais os olhos juntos.
—Você é a srta. Dare, certo? —reconheço uma voz masculina suficientemente próxima. Escuto o barulho de látex sendo esticado, então suponho que esteja vestindo luvas. Me sinto uma criança apavorada no consultório de um dentista. —Sempre quis conhecer você de perto. —a voz prossegue. Vejo sua sombra transpor a luz quando se aproxima mais de onde estou deitada. —Acho que posso dizer que sou um grande fã.
Quero dizer alguma coisa. Perguntar onde estou e como fui parar ali. Estou na arena? E se não, como me tiraram de lá com vida?
O que está acontecendo aqui?
Por que diabos não consigo me mexer?
Uma mão enluvada segura meu braço e tenho vontade de gritar. Uma agulha atravessa uma de minhas veias e algo é injetado no meu corpo. A dor de cabeça piora instantaneamente e um ruído estrangulado escapa do fundo da minha garganta. É horrível. Parece que vou morrer, que meu crânio vai explodir.
—Shhhhh... vai ficar tudo bem. —o homem volta a falar. —Mas preciso que me escute com muita atenção, ok? Estou aqui para te pedir um único favor. —ele afasta uma quantidade volumosa de cachos ruivos com as pontas dos dedos antes de se aproximar do meu rosto até que eu possa sentir sua respiração em meu ouvido: —Mantenha o garoto a salvo.
Meus olhos se abrem.
Está chovendo, uma garoa fina e fria. Estou sentada no chão, as costas apoiadas numa árvore. Não sei como vim parar aqui. Minha última lembrança é de estar correndo no labirinto, a arena da sexagésima quarta edição dos Jogos Vorazes, até tropeçar em algo e desabar no chão.
Então tudo ficou preto.
Agora não há mais labirinto à vista. Não há mais nada à vista além de árvores e vegetação. Um trovão soa a distância e arrasto minhas pernas dormentes para ficar de pé, me escorando na madeira atrás de mim. É um processo demorado, mas assim que consigo me estabilizar sobre meus próprios pés percebo que estou faminta.
Mas ao menos sei onde estou. Isso ainda faz parte dos Jogos Vorazes? Ou será que estou morta e essa é uma espécie de passagem para a pós-vida?
A chuva começa a aumentar e sei que de forma alguma estou segura aqui. Começo a andar, pisando em galhos que se quebram aos meus pés ou quase me fazem escorregar. Ando por vários minutos, pingos gelados molhando meu cabelo. Tenho sorte pela roupa ser impermeável, mas ainda assim estou começando a sentir frio.
Meus ouvidos são preenchidos por um som diferente. Um som que me parece familiar. Seguindo um instinto, viro uma curva para a direita e caminho por mais alguns metros até avistar o que eu estava procurando.
Água.
Corro até a margem do rio e desabo de joelhos, enfiando as mãos na água corrente. Água limpa. Junto as duas mãos e levo a boca, o líquido gelado limpando minha garganta. Bebo até me sentir curada da sede, passando a mão molhada no rosto e fechando os olhos para apreciar a sensação.
Outro trovão soa à distância, e com ele vem uma nova lembrança. Uma voz ecoando no fundo do meu cérebro:
"Mantenha o garoto a salvo"
Nota da autora:
Não é que a Annabeth acertou a teoria?
Beijinhos e até a próxima!
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Sacrifice Games - (percabeth)
FanfictionAnnabeth Chase é uma jovem vitoriosa escolhida para ser mentora dos Jogos Vorazes pela primeira vez. Já Percy Jackson odeia os Jogos, mas se voluntaria para ir junto com a melhor amiga. Annabeth precisa que Percy sobreviva, mas ele só quer que Rache...