O labirinto.

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Capítulo 32: Reyna.

O restante do dia ocorreu sem mais grandes acontecimentos. Foram computadas doze mortes no total, o que significava que ainda havia metade dos tributos vivos. Rachel Elizabeth Dare não dera as caras e Castellan estava claramente aborrecido quando fomos liberados do cinema para algumas horas de sono.

Vou até a mesa de Annabeth assim que termino de arrumar minhas coisas. Ela parece absorta no tablet onde usa uma caneta com ponta de borracha para digitar. O cabelo está preso num coque e o cenho franzido. Não parou um minuto desde que voltamos do almoço e admiro sua determinação, mas acho que deveria dar um tempo.

Ela é jovem demais para viver tão sobrecarregada.

—Ei —dou três batidas com o punho em sua mesa e Annabeth ergueu os olhos cinza para mim, parecendo agitada. Mas a tensão em seus ombros se desfaz quando acrescento, sorrindo: —Eu estou voltando para o hotel e pensando em abrir uma garrafa de vinho. Achei que você poderia gostar de vir comigo para fazer companhia.

Suas sobrancelhas se unem antes dela repousar a caneta e o tablet sobre o móvel, esticando as costas e esfregando os olhos.

—Por que você sempre está me oferecendo bebidas alcoólicas? —pergunta numa voz cansada, mas vejo um sorriso começar a surgir em seu rosto.

—Sou um pouco alcoólatra. —dou de ombros. —Ajuda a desanuviar a mente das ideias ruins.

Annabeth ri, o que é meio inesperado, mas extremamente bem-vindo. Suponho que, assim como eu, ela não deve sorrir verdadeiramente com frequência.

—Aceito sua companhia, mas dispenso o vinho. —é a resposta que dá, ficando de pé e começando a recolher suas coisas da mesa. —A última vez que bebi algo que você ofereceu acabei por tomar decisões ruins.

—Decisões ruins que te renderam dois orgasmos. —lembro a ela, rindo ao ver suas bochechas corarem. Acho que vou encher sua paciência com isso pelo resto da vida, sempre que tiver a oportunidade.

—Reyna! —exclama, olhando em volta. Mas não havia ninguém ali para nos ouvir. Me certifiquei disso antes de me aproximar. Nunca a constrangeria em público, não sou como o lunático do Castellan. Mesmo assim, Annabeth abaixa o tom quando fala: —Nunca mais conto nada assim para você, eu juro.

Ergo os braços em rendição e vejo que está contendo um novo sorriso. Fico satisfeita por minha tentativa de descontração estar funcionando.

—Tudo bem por mim, desde que você continue tomando decisões ruins.

Ela balança a cabeça negativamente enquanto solta uma risada anasalada.

—Você é impossível, Reyna Avila Ramírez-Arellano.

Saímos juntas do cinema, Annabeth agarrada ao bendito tablet como se fosse seu bem mais precioso. Estou prestes a perguntar o que poderia haver de tão importante naquele aparelho quando a loira fala primeiro:

—E quanto a Octavian?

A menção ao nome do mentor faz uma raiva crescente se instalar em meu peito. Isso sempre acontece quando estou na presença de Octavian ou quando alguém toca no nome dele. Ser obrigada a trabalhar em conjunto com aquele ser humano desprezível é uma tortura constante.

Mas o que mais me deixa furiosa é a forma como Annabeth pronuncia o nome dele. Com uma nota de... medo, talvez. Ou algo muito parecido.

Eu sabia que ele estava de olho nela e esse fora um dos motivos pelos quais me aproximei. Eu a estava protegendo, pois sabia que Octavian jamais se arriscaria a me desafiar novamente.

Sacrifice Games - (percabeth)Onde histórias criam vida. Descubra agora