Consequências.

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Nota da autora:
SURPRESA!!!!
VOCÊS NÃO SABEM O PRAZER QUE É ESTAR DE VOLTA
Aproveitem muito o capítulo de hoje!



Capítulo 39: Percy.

Ela está de costas para mim.

No primeiro momento, penso que é uma miragem. Estou no trem, o mesmo trem que me trouxe até a Capital. Mais especificamente, no bar. Annabeth está sentada em uma das banquetas, o cabelo dourado solto quase batendo na cintura e reluzindo na pouca luz.

Franzo o cenho ao me aproximar. Tinha a impressão de que não a via há anos, mas ela estava bem ali, brilhante e serena como um anjo. Sento ao seu lado, reparando na regata branca que expunha seus braços bem definidos inclinados sobre o balcão. Segura um copo com um líquido azul dentro, usando um canudo para beber.

—Nada mal, rebelde. —acaba sendo a primeira a falar. —Você chegou mais longe do que eu imaginava.

Examino o perfil dela enquanto penso em algo para dizer. Tantas coisas passam pela minha cabeça, é quase como um filme. Começando da primeira vez que nos vimos até aquele momento no elevador.

—Por que você está aqui? —pergunto quando a curiosidade vence todo o resto.

Annabeth bebe mais um pouco do líquido, ainda sem olhar na minha direção.

—Onde você acha que estamos?

Franzo o cenho, olhando em volta mais uma vez.

—No trem.

—Isso não responde sua pergunta?

Sou um amontoado de pura confusão. Nada faz sentido. Minha última lembrança era de estar na praia, com Rachel.

Rachel .

Levo as mãos à cabeça imediatamente, procurando algum sinal de sangue. Ela me atingiu com força o suficiente para me derrubar. Com força o suficiente para me apagar.

Ela me traiu. Agiu pelas minhas costas. Me pegou desprevenido num momento vulnerável, como se estivesse esperando por isso.

Olho para minhas palmas e não vejo nada. Nenhum resquício do que ela fez comigo.

—Eu não compreendo... —finalmente expresso. —O que houve com Rachel? E Thalia e Jason? O labirinto?

Annabeth suspirou, afastando uma mecha do longo cabelo e colocando-a atrás da orelha antes de finalmente virar o rosto na minha direção. A tempestade cinza que habita seus olhos parece amena como nunca vi antes, as feições do rosto esculpido completamente despreocupadas. Ela continua sendo estonteantemente linda, mas há algo que me perturba nessa versão desconhecida dela. Algo... errado. Não a conheço há muito, mas o frio na barriga que geralmente sinto quando está por perto não se faz presente agora.

—Eu estou morto? —pronuncio a última palavra com uma nota aguda de indignação quando a teoria começa a fazer sentido em minha cabeça.

Um canto da boca de Annabeth se inclina para cima, formando um sorriso torto.

—Isso vai depender de você.

—Ela me matou?! —falo mais alto agora. —Depois de todo aquele discursinho sobre não querer que eu morresse por ela, ela me matou?!

A loira agora se vira completamente para mim, apoiando as palmas nos joelhos. O sorriso em seu rosto se alarga.

—Onde nós estamos, Percy?

—Por que você está fazendo todo esse suspense? —fujo da pergunta, sentindo minha calma se esvaindo cada vez mais. —Por que simplesmente não me diz se estou morto ou não?

Sacrifice Games - (percabeth)Onde histórias criam vida. Descubra agora