21. O Demônio da Justiça

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"Sabe o que faz um homem grande e de valor, sua força, seu caráter e honestidade, sua garra e determinação em lutar por aquilo que acredita, a razão mesclada com a emoção e a esperança e fé que irá triunfar" — Cassia Guimarães.

Está consumado! Nós fracassamos! O feitiço tinha sido dito! Apokrius estava vindo! Tudo acabou! A criação iria ser destruída ! Era o fim! A fenda no céu se abria cada vez mais e ao longe era possível ver as enormes garras aparecendo.

Eu estava no chão contemplando o céu, um postal se abriu ao meu lado Linda surgiu dele.

— Linda! Onde está... — Não terminei de perguntar e já sabia a resposta, ela tinha partido.

— Meus sentimentos! — Falou ela com o olhar melancólico.

— Está tudo bem. — Falei limpando as lágrimas.

— O que aconteceu? — Perguntou Linda olhando para o céu apreensiva.

— Makana, ela conseguiu. — Respondi olhando junto.

— Ah não! — Gemeu ela.

— Como iremos vencer isso? Ele é literalmente um demónio.

— Não sei... — Respondeu Linda.

— "Livre estou... livre estou..."

— Porque estás cantando? — Linda olhou pra mim confusa.

—Nos filmes sempre que a protagonista enfrenta o vilão ela começa a cantar e sempre o consegue vencer. Pensei que fazendo o mesmo talvez iria nos dar um pouco de sorte. — Respondi dando de ombros.

— Você é maluca.

— Não custa tentar. — Falei dando de ombros. — Agora como propõe vencê-lo com o poder da amizade?

— É isso! — Respondeu ela, seu rosto se iluminou.

— Sério? Estamos num desenho animado?

— Não. Você não está entendendo.

— Então me explique.

— Chama-se khajan, a arte de fazer a fusão das nossas magias tornando-nos em uma só. — Disse ela fazendo gestos com as mãos.

— Como em Dragon Ball com Goku e Vegeta? Quando eles se aplicam a técnica da fusão?

— Não conheço esse tal de Dragon Ball mas, se lá fazem a fusão então é mesmo isso.

— Se a gente sobreviver a isso eu te garanto que irás conhecer. — Falei. — Mas, como isso é possível? — Perguntei semicerrando os olhos.

— Você vive num mundo habitado por feiticeiros Jéssica. "É possível?" deveria deixar de fazer parte do teu vocabulário. — Respondeu ela fazendo os sinais de aspas com os dedos.

— Ok. Como fazer isso? Porque estamos ficando sem tempo.

— Não sei direito... — Falou coçando a cabeça.

— Não sabes direito? Estamos literalmente a beira da morte e você me diz que não sabes a única coisa que pode salvar as nossas vidas?

— Talvez é melhor você começar a cantar. — Disse ela sorrindo e dando uma piscadela.

Linda fechou os olhos, estendeu a mão pra os lados, suspirou fundo e começou a entoar o feitiço:

Ene Hau Kazim Ghakan

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1.2 A FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora