2. A Viagem para Animândia

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"A verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos"

Eu estava naquela que eu considerava como casa, agora não restando nada a que chamar de lar, estava totalmente imóvel vendo o estrago que o fogo fizera, não restava nada que me fazia lembrar aquela agradável casa.

As paredes estavam negras, como carvão, o ar estava expresso carregado de um clima sombrio e uma fumaça de matar a respiração, mas, mesmo assim eu não queria sair, queria ficar mais um pouco tentando desesperadamente obter qualquer pista que me levassem ate o responsável do ataque.

Andei de um lado para o outro, revirando dali e pra aqui a procura de uma pista plausível para a desgraça que acontecera, e das coisas que eu revirara umas estavam tão queimadas que era impossível saber o que era antes do incêndio. Enquanto andava pela casa, uma coisa chamou a minha atenção:

O quadro de fotografias que a minha avó guardava em sua gaveta especial, de todas as coisas daquela casa que certamente teriam resistido ao fogo, aquela foi à única que resistiu realmente, era como se por magia o álbum não tiver ardido, pois era um material inflamável que certamente arderia em segundos.

Sentei-me no chão e comecei a folhear o álbum, relembrando as velhas memórias contidas nele, abri à primeira pagina e nela estava escrito:

"Para a minha neta Jéssica, a minha jóia mais preciosa, sempre serás o meu eterno coração, ti amo!"

Ao ler aquilo um misto de sentimentos passou por mim, e eu me vi envolvida no amor que minha avó tanto demonstrará a mim e na tristeza que a sua morte recaía sobre mim, eu estava triste por saber que nunca mais a veria outra vez.

Virei a pagina e dei de cara com a primeira foto do álbum: minha avó me segurando quando eu era bebê, pela expressão no rosto dela eu conseguia notar o quanto ela estava feliz, e logo um sorriso se abriu em meu rosto.

Continuei folheando o álbum de fotografias vendo cada foto, cada uma com a sua reação: tristeza, alegria e eternas saudades. Quando terminei, levantei carregando o álbum comigo e desci ate a sala de estar.

Continuei examinando tudo estando completamente imóvel, o rosto ainda cansado e com sono, tudo o que queria agora era dormir. Fiquei pensando nas últimas palavras que minha avó me dissera sobre ser feiticeira e percebi que por mais que eu tentasse não acreditar sabia que fazia sentido.

Pelas coisas que aconteciam em casa, os inúmeros segredos que a envolviam e o secretismo que era o assunto de meus pais, sabia que algo a mais se passava mas, meu cérebro me fazia acreditar que não que eram simplesmente bobagens.

Estava completamente imóvel olhando para frente quando subitamente, a minha atrás ouvi passos se aproximando de mim. E uma figura encapuzada surgiu das sombras parando a poucos metros de distancia de mim.

— Quem é você? — Perguntei depois de um inicial silencio carregado de suspense. — O que fazes aqui? Foi você quem a matou?

— Meu nome é Makira... E não. eu não a matei... — Respondeu que para a minha surpresa era uma mulher.

— E então quem a matou?

— Foi um Dran. — Respondeu de imediato.

— E o que é isso?

— É um demônio elementar dominador do fogo, geralmente enviado por feiticeiros das trevas.

— Como posso saber que não foste tu quem enviou? — Houve um minuto de silencio como se ela estivesse pensando na resposta.

— Sua avó... — Hesitou querendo ver a minha reação. — Antes dela... ela me pediu para vir te buscar e te levasse para um local seguro.

— Me buscar?

1.2 A FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora