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12: Em todos os zilhões de universos

Definitivamente tem algo de muito errado comigo.

Embora eu tenha plena confiança de que estou seguindo por um bom caminho — eu acordo cedo todos os dias, tento me exercitar no meu tempo livre, jogo videogames não o suficiente para ser chamado de viciado, porém, o bastante para dizer que eu tenho alguma atividade de lazer — também não estou mais dormindo com meias sujas e eu também não estou me alimentando apenas de vento.

Ainda que nada esteja aparentemente errado, visivelmente, claramente, expressivamente errado, não é o que a realidade dentro da minha cabeça consegue espremer de todas as experiências diárias que eu me obrigo a ter para não me tornar um cadáver por osmose antes da hora.

É sábado. Eu estou no meu quarto, com nenhum ânimo, encarando uma tela de computador. Quando eu não entendo sobre um assunto, eu me sinto desconfortável com ele. Se eu não sei o que esperar de um elemento, facilmente posso ser quebrado por ele.

Na tela do notebook aberto em meu colo estava uma página do Wikipédia com o título "Mania", dispondo de informações sobre do que se trata esse distúrbio do qual nunca me preocupei em conhecer. Eu estava lendo tentando absorver o máximo de informações possíveis, porém, o meu cérebro estava funcionando com um terço da capacidade, como se houvesse sido reduzido a mera massa cinzenta apodrecida dentro do meu crânio.

"Mania (do grego μανία, «estado de loucura») é um distúrbio mental definido como um período distinto, durante o qual existe um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável.[1] É característico, embora não exclusivo, do transtorno bipolar no qual os episódios maníacos alternam com episódios depressivos. Pode também ocorrer devido a intoxicação por drogas (especialmente estimulantes como cocaína ou metanfetamina) ou como efeitos imprevisíveis de medicamentos (especialmente Inibidor seletivo de recaptação de serotonina). Estima-se que pelo menos 5% da população mundial já tenham apresentado episódios maníacos.[2]

Sinais e sintomas

Durante um episódio maníaco há dois sintomas típicos, o mais comum é uma elevação anormal e persistente do humor (euforia), outro é a irritabilidade exacerbada. Este último marcado pela necessidade de confrontação. Na euforia a exaltação do humor é acompanhada por aumento nos níveis de energia, que resulta em hiperatividade, fala pressionada, e necessidade de sono diminuída.[3] A atenção não consegue ser mantida e há uma frequente distração acentuada. A autoestima é frequentemente aumentada com idéias grandiosas e extrema autoconfiança. A perda de inibições sociais pode resultar em um comportamento que é imprudente, temerário ou inadequado às circunstâncias, e fora do caráter.

O tratamento psiquiátrico geralmente é feito com sais de lítio ou outro estabilizante de humor como valproato ou lamotrigina. Caso existam sintomas de alucinação ou delírio (geralmente de grandeza) pode ser usado também um neuroléptico, em conjunto com a terapia."

A cada vez que eu passava os olhos pelo artigo na internet, eu ficava mais assustado como se eu estivesse lidando com algum tipo de monstro desconhecido, ainda que se trate de uma condição psiquiatra que não é capaz de desumanizar uma pessoa. No entanto, eu apenas posso visualizar esse distúrbio por ter o presenciado, tomado forma em uma situação a qual eu estava presente.

Se assemelha a um colapso que empurra o indivíduo para fora da realidade.

Jung Wooyoung têm Transtorno Afetivo Bipolar.

É estranho pontuar, é estranho pensar que uma pessoa tão próxima a mim convive com uma condição tão delicada e meio insana. Quer dizer, Wooyoung age normalmente no que corresponde aos padrões sociais, às vezes ele devaneia e se perde nos próprios raciocínios megalomaníacos e, por vezes, sem sentido.

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