SATORU
Abril.
🏒 🏑
A fila do café estava um pouco longa, mas eu sabia que não iria me atrasar.Faziam semanas em que as coisas simplesmente estavam dando certo.
No fim de semana, meu time de hóquei universitário venceu as duas primeiras partidas dos play-offs, e agora iríamos para as semifinais.
De alguma maneira tirei sete em um trabalho que escrevi num estado de coma induzido pelo cansaço. E meu sexto sentido me dizia que o cara na minha frente não iria pedir nada muito complicado.
Eu podia dizer por suas roupas que ele não era muito extravagante.
Estava tudo dando certo para mim.
Estava numa boa.
O gelo estava liso e as lâminas dos patins estavam bem afiadas.
A fila avançou e chegou a vez do Sem Graça de pedir.
— Um café preto. Pequeno.
Viu?
Um minuto depois foi a minha vez, mas quando abri a boca para falar, a jovem barista deu um gritinho agudo de fã.
— Ai, meu Deus! Satoru Gojo! Parabéns!
Eu não fazia ideia de quem ela era, mas a jaqueta que eu usava fazia de mim uma espécie de rockstar, pelo menos esta semana.
— Valeu, linda. Me vê um expresso duplo?
— É pra já! — a moça gritou meu pedido para a colega, acrescentando — E capricha! Temos um campeonato para ganhar!
E adivinha só: ela recusou a minha nota de cinco dólares.
Eu a coloquei no pote de gorjetas, então me arrastei para fora e me dirigi ao rinque.
Estava com um humor maravilhoso quando entrei na sala de projeção das incríveis instalações do time, no campus da Northern Mass.
Eu amava o hóquei.
Porra, como eu amava!
Iria me tornar profissional em poucos meses e mal podia esperar.
— Senhoras — cumprimentei meus colegas de time enquanto me dirigia ao meu lugar de sempre.
As cadeiras estavam dispostas em semicírculo, viradas para o enorme telão na frente da sala. Eram de couro acolchoado. Pois é, o melhor do luxo da primeira divisão.
Olhei para Reki, um dos calouros.
— Você tá meio verde, cara — dei um sorriso — Sua barriguinha ainda tá doendo?
Ele me mostrou o dedo do meio, mas sem muita vontade. Parecia mal pra caramba, o que não me surpreendeu nem um pouco, levando em conta que a última vez que o vi, ele estava bebendo uísque de um jeito que parecia querer fazer a garrafa gozar.
— Cara, você tinha que ter visto ele quando a gente estava voltando pra casa — um aluno do segundo ano chamado Yuta disse — Só de cuequinha, encoxando a estátua na frente da biblioteca.
Todo mundo em volta começou a rir, incluindo eu — porque, a menos que eu estivesse errado, a estátua em questão era um cavalo de bronze. Eu o chamava de Biscoito do Mar, mas achava que era só uma homenagem a algum ex-aluno cheio da grana que chegou à equipe olímpica de hipismo uma centena de anos atrás.
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ELE
FanfictionEles não jogam no mesmo time... Ou será que jogam? Suguru Geto nunca entendeu por que perdeu seu melhor amigo de longa data. Quatro anos atrás, Satoru Gojo, seu arrogante e impulsivo companheiro, cortou todo contato sem explicação. A última noite qu...