Satoru

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SATORU 

🏒🏑

Caralho. 

Eu sempre fui um cara forte. Durão. 

Mas não fui feito para aguentar a visão de Suguru  Geto  se acariciando bem na minha frente. 

Por causa do luar entrando pela fresta da cortina, podia ver o cara deitado de costas, com uma das pernas dobrada. Seu corpo era perfeito — forte e esguio sobre a cama. 

A mão estava fechada sobre o pau, os dedos tocando a cabeça. Ele inspirou fundo e começou a mexer devagar, as costas arquejando, os quadris se curvando um pouco. 

Morri por dentro. 

Minha boca salivou, e tive que engolir tudo. 

Ele estava bem ali. 

Em dois passos poderia enfiá-lo na minha boca. 

Era como se Suguru  Geto  tivesse olhado a minha mente suja e extraído minha maior fantasia de lá de dentro. 

Bom, pelo menos a cena de abertura. 

Ele não olhava para mim, e nem precisava. 

Nós dois sabíamos o que eu estava fazendo. 

Ele apertou o pau uma vez. Duas. 

Então abriu a mão, deixando os seus dedos descerem, segurando as próprias bolas, passando o dedão delicadamente pela pele. 

Ouvi um gemido e percebi que estava vindo de mim. 

E aí o filho da puta sorriu. 

Isso me tirou pelo menos um pouco do transe. 

— Que porra é essa?

— Preciso me aliviar aqui. Você se importa? 

Cacete! Me arrependia muito da porra do dia em que dissera essas mesmas palavras para ele. Tinha dezoito anos e achava que tinha sido muito esperto. Mas estava dando início a um processo doloroso para todo mundo. 

E que ainda não tinha acabado. 

Podia sentir minhas veias pulsando nos ouvidos agora. E em outros lugares. 

Minhas mãos foram para a cueca sem minha aprovação. 

Suguru  estava batendo uma bem na minha frente, era como se o mais suculento dos banquetes estivesse sendo oferecido a uma pessoa que não comia em dias. 

Devagar, para cima e para baixo. 

Ele parou e passou o dedão na cabeça do pau. 

Senti a minha garganta fechar. 

— Satoru — ele chamou, com a voz áspera — Preciso da sua ajuda. 

Era um milagre eu conseguir responder com a voz quase normal. 

— Parece que você tá se saindo bem sozinho. 

Então Suguru  finalmente virou a cabeça para me olhar. Ele continuou o movimento e consegui ver pelo seu pomo de adão, que engoliu em seco. 

— Tenho que saber. 

Saber o quê?, quase perguntei. 

Mas ele estava me estudando agora. Seus olhos passaram pelo meu peito e pelos braços. Vendo a minha mão dentro da bermuda. 

E então eu entendi. 

Suguru queria saber por que estava se sentindo assim, se estava mesmo interessado, se era só cerveja ou insanidade temporária. Eu falei verdade quando expliquei que não queria ser o cara que o ajudaria a se descobrir. 

ELEOnde histórias criam vida. Descubra agora