Parte 2 - Nós - Capítulo 46

329 26 111
                                    

Desculpem tanta demora, pessoal.
Leiam as notas finais, pois têm coisas importantes lá ☝🏻

Mais de 17 mil palavras para compensar a demora 🤧

Boa leitura ❤️

____________________________________

Satoru 

🏑🏒

Não estávamos nem na metade do treino da manhã quando Takaba saiu do gelo mancando e foi conduzido pela rampa pelo médico do time. A preocupação me atingiu com força ao notar que ele estava protegendo o joelho esquerdo. Ele tinha uma bolsa de gelo sobre o local no vestiário depois do jogo da noite anterior, mas me garantiu hoje de manhã que estava ótimo. Disse que era apenas reflexo de uma lesão antiga e que os raios X e ultrassons de precaução que haviam sido feitos não acusaram nada.

Eu me forcei a focar no restante do treino, mas fiquei torcendo para que Takaba estivesse bem. Ele não parecia estar com muita dor quando saiu, mas nunca se sabe. Jogadores de hóquei são durões pra caralho. Podem ter uma fratura exposta na perna e ainda insistir que estão bem. Acho que o mesmo se aplicava a técnicos de hóquei, porque Suguru também tinha tentado disfarçar quão mal estava na noite anterior. Quando cheguei em casa, ele estava na cama, com um travesseiro sobre a cabeça, reclamando que nunca havia tido uma enxaqueca como aquela. 

Suguru ficou se debatendo e virando a noite toda, mas já havia ido trabalhar quando acordei, então imaginei que tivesse passado. Esperava mesmo que tivesse. Não consegui passar a noite anterior com meu namorado e estava determinado a fazer isso hoje.

O treinador Sukuna apitou para indicar o fim do treino. Fui para o vestiário tomar banho e me trocar, depois procurei por Takaba. Eu o encontrei na sala de fisioterapia. Ele estava deitado sobre uma mesa comprida de metal, com a perna esquerda apoiada e uma bolsa de gelo sobre o joelho.

— O que disseram? — perguntei, preocupado.

Uma expressão infeliz surgiu em seu rosto.

— Vão fazer uma ressonância.

Merda.

— Ligamento colateral medial ou cruzado anterior?

Torci para que a resposta fosse "nenhum", mas a cara de Takaba ficou ainda mais sem vida.

— Cruzado. Não acham que seja um rompimento. No pior dos casos, entorse, mas ainda assim vai me manter fora do gelo por um tempo. Duas semanas, com sorte. Mas pode chegar a seis.

Merda mesmo. 

Perder Takaba, mesmo que só por algumas semanas, seria um golpe forte para o time. 

Ele é um dos nossos melhores atacantes.

— Sinto muito, cara — lamentei baixo.

Takaba rapidamente abriu um de seus sorrisos despreocupados, ainda que ambos soubéssemos que ele estava chateado com a perspectiva de perder um jogo que seja.

— Ah, não fica assim pra baixo, Gojo. Nada pode me segurar por muito tempo. Vou estar de volta antes que você note.

Levantei a sobrancelha.

— É melhor que esteja mesmo. Vamos precisar de você se formos para os playoffs.

Pela primeira vez em anos, Toronto tinha chances reais de se classificar. Gostava de pensar que isso se devia parcialmente a mim — marquei pelo menos um gol em cada um dos últimos seis jogos —, mas estava tentando não ficar convencido demais. Hóquei é um esporte coletivo. Não há espaço para a individualidade.

ELEOnde histórias criam vida. Descubra agora