Suguru

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SUGURU

🏒🏑

Satoru não estava ao meu lado quando abri os olhos na manhã seguinte.

Virei de lado e o busquei pelo quarto.

Sua cama estava vazia.

Não parecia que ele tinha dormido lá, e eu não me lembrava de ele ter saído da minha durante a noite. A minha única lembrança era de acordar às seis da manhã e encontrar o braço de Satoru em volta do meu corpo, e então ter voltado a dormir.

Ele só podia ter saído depois.

Devia ser um babaca por ficar aliviado ao me dar conta disso.

Não tinha certeza do que diria se acordasse abraçadinho com ele.

De acordo com o relógio na mesa de cabeceira, eram quase onze e meia e o café só era servido até as onze.

Acabei perdendo, mas tudo bem.

Era nosso dia de folga, então eu não precisava ir para o rinque.

Por outro lado, era nosso dia de folga.

O que queria dizer que tínhamos muito tempo livre.

Tempo que provavelmente eu passaria com Satoru, o cara que eu tinha pegado ontem à noite.

Me sentia o mesmo de sempre, porém, ter passado a noite com um homem não deveria me fazer sentir diferente? Tipo gay?

Tive vontade de rir.

O que era se sentir gay, afinal?

E, porra, fiquei surpreso ao perceber que estava com o pau duro de novo.

E não era um simples caso de ereção matinal, mas sim por causa de Satoru, porque eu tinha ficado pensando no que rolou ontem à noite.

Eu… acho que talvez quisesse fazer de novo. Quão fodido era isso?

Estava preparado para encarar a noite de ontem como uma experiência, uma prova. Não achei que fosse tirar dez com louvor na porra toda.

A porta de repente se abriu e Satoru entrou, com o rosto vermelho e ofegando.

Tinha saído para correr e estava com a frente da regata molhada de suor.

Ele a tirou e jogou de lado, revelando o peito musculoso.

— Bom dia — ele disse, com um sorriso.

— Bom dia — respondi, tentando não parecer desconcertado.

Ele se aproximou da cama e sentou-se ao meu lado.

— Dormiu bem? — perguntou.

— Sim, e você?

— Também. Só saí para correr um pouco — respondeu, ainda ofegante.

Eu não sabia o que dizer a seguir, então apenas sorri e observei enquanto ele respirava fundo, tentando recuperar o fôlego.

— Tá quente pra caralho lá fora — Satoru murmurou sem me olhar.

Cacete.

Ia ser esquisito.

Ele nem conseguia me encarar.

— Por que não me acordou? — perguntei. — Eu teria ido correr com você.

Satoru deu de ombros.

— Achei que deveria deixar você dormir.

Ele tirou o tênis e a meia, depois a bermuda, ficando pelado.

ELEOnde histórias criam vida. Descubra agora