Capítulo 11

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Sair do hospital nunca foi algo tão desejado por Cassian, ele ficou aliviado por sair com a criança antes do esperado. -A gente vai ver a dinda?  - A criança deita no seu ombro olhando chorosa para a mão que agora possuía um curativo do acesso.

-Vamos sim -garante tocando nos cabelos negros que formavam ondulações grandes.  Na frente do centro médico esperava um Táxi ou um Uber aceitar a corrida, se ele tivesse condições não hesitaria de ir dirigindo, mas antes de ir para Velaris tivera que vender seu automóvel para arcar com seus custos e com a criança. 

Do outro lado da saída, Nestha Archeron colocava seu jaleco na bolsa e direcionava para o estacionamento preferencial de médicos e plantonistas, a mulher pôde notar em quem estava na saída aguardando um meio de sair. Devido ao incidente que ocorreu com Rhysand, a mulher evitou até ir na casa de sua irmã caçula para não entrar em conflito com o cunhado, decidida, guiou seus passos em direção a Cassian. O som dos saltos fizera o Illyrian olhar de modo periférico para seu anterior. 

-Oi. -A voz baixa de Nestha o fez unir as sobrancelhas em estranheza, não era costumeiro a Archeron usar a voz mansa, ele preferia acreditar que o uso desse tom tinha o objetivo de não atrapalhar o sono da menina que cochilava. -Como ela está? -Ele enxergou preocupação nas orbes azuis. 

-Melhor, ainda debilitada. Estou esperando um carro para poder ir para Feyre - Nesse momento, ele se sentiu estupidamente tolo por  dar satisfação para ela. 

A garganta da Archeron secava não apenas pela proximidade que estava de Aylin e sim a de Cassian gerava esse desconforto a mulher  -Bom -Coçou a garganta antes de continuar - Estou indo para lá na verdade... o carro tem vagas.

-Tudo bem, podemos ir contigo -Cassian diz imparcial. 

Seguiram em direção o carro escuro perfeitamente estacionado, Nestha poderia ter o carro que bem entendesse o seu cargo e os lucros das suas clínicas eram favoráveis. O Nissan Versa destravou e por ausência de cadeirinha, Cassian ficou com a criança no colo no banco do carona. 

Mentalmente, Nestha resmungou  mentalmente por não ter resolvido a questão da cadeirinha.
-Antes que pense, não iremos conversar agora -Cassian impede que a de cabelos claros verbalizasse algo  e instantaneamente tensionasse os ombros em sinal de nervosismo. 

O silêncio era desconfortável, os olhos azuis em momento algum desviava da pista receosa de encarar as orbes  avelãs. 

 ~NESTHA ARCHERON ~

Existia uma tensão e permaneceu até eu puxar o freio de mão na casa de Feyre.  Cassian se prontificou em dar um banho em Aylin, devido a alguns fatores ofereceu a menina uma mamadeira com uma vitamina. Permaneci em meu quarto, sentada após tomar um banho, ainda preferiria retornar ao apartamento de Azriel, mas não seria muito favorável. 

 -Quando puder me diz o valor do hospital -Cassian diz  entrando no quarto onde seria viável conversarmos sem que acordasse Aylin. -Obrigada por adiantar o atendimento dela, Nestha. Mas ela é minha responsabilidade. -Ele me fuzilava com os olhos expressando irritação, mesmo que estivesse tentando conter. 

-Cassian, se poupe disso. -Respondo mantendo  uma postura tão firme quanto a dele. -Não vai me prejudicar em nada se arcar com o mínimo.

 -O mínimo?  -Seu tom não era um dos mais receptivos   -Nestha o mínimo que tinha que fazer você não fez, o mínimo  era você ter assumido sua responsabilidade a três anos.  -O tom cansado e irritado fazia com que essa conversa fosse mais difícil. -Você apenas a colocou no mundo, chegou a ficar no máximo uma semana Nestha? Para seguir seu internato com Thomás   

-Calado - Peço estridente olhando-o com irritação sentindo as palpitações em meu peito.  Sentir a necessidade de desviar os olhos para conter a formação de lágrimas 

-Não! Eu a quero  distância da minha filha. -Ele ameaça se retirar por impulso, decidir me posicionar em relação ao assunto.

 -Cassian, caso eu seja proibida irei buscar meus direitos na justiça -Meu tom manteve firme

Ele parou de repente, a mão já na maçaneta da porta. Virou-se lentamente, os olhos fixos nos meus, cheios de uma mistura de raiva e desespero, não conseguia ler o que exatamente os seus olhos, mas eu sabia que tinha raiva.

-Você tem ideia do que está dizendo, Nestha? - Ele murmurou, a voz quase um sussurro de incredulidade. - Justiça? Você quer levar isso para um tribunal? E expor Aylin a tudo isso? Tem noção que ela não tem nem consciência do que você é para ela?

A menção do nome fez meu coração apertar. Eu sabia que ele estava certo, mas eu também sabia que precisava lutar por ela, mesmo que a situação fosse complexa.

-Eu não quero que chegue a esse ponto, Cassian - dei um passo em sua direção, tentando encontrar algum resquício de compreensão em seus olhos. - Mas você não pode simplesmente me afastar da vida dela. Eu sou a mãe dela.

-Mãe? - Ele soltou uma risada amarga. - Você realmente acredita nisso, Nestha? Uma mãe não abandona sua filha por três anos. Uma mãe não escolhe sua carreira nem paixão de quinta categoria.

As palavras dele me atingiram como um golpe, e por um momento, me senti vacilar. Mas não podia mostrar fraqueza. Não agora.

-Eu cometi erros, eu admito - minha voz tremia, mas continuei. - Mas estou aqui agora. Quero fazer parte da vida dela. Quero consertar o que quebrei.

Cassian fechou os olhos por um momento, respirando fundo, como se estivesse tentando controlar-se.

-É tarde demais para isso, Nestha - disse ele, finalmente. - Aylin não precisa de você. Ela tem a mim, e eu sou suficiente.

Repliquei meus pensamento, dando mais um passo em sua direção - Você não pode substituir o lugar de uma mãe, Cassian. E eu não vou desistir dela. Não de novo.

Ele ficou em silêncio, o olhar perdido em algum ponto atrás de mim. Por um momento, pensei ter visto um vislumbre de algo diferente em seus olhos - dor, talvez? Arrependimento? - mas logo a máscara de dureza retornou.


-Você não entende, Nestha - ele sussurrou. - Aylin está melhor sem você. E eu farei o que for necessário para protegê-la, mesmo que isso signifique te afastar de vez. Ela nunca perguntou a mim sobre a mãe e se isso acontecer farei questão de dizer que a mãe dela faleceu, pois para mim e para ela, a mulher que deu a luz  a minha filha está morta desde o dia que me entregou um bebê recém-nascido  antes de destruir tudo entre nós. 

Aquelas palavras foram como um soco no estômago, mas não deixei transparecer. Precisava manter a mesma dureza .

-Veremos, Cassian - falei com firmeza. - Veremos o que é melhor para Aylin. 


Uma terceira pessoa se fez presente, reclamando da nossa discussão. Minha irmã caçula encarou a retirada de Cassian e manteve seu olhar diante a mim, não daria o braço a torcer preferiria ficar horas no Hospital do que nisso. -Que porra de briga foi essa Nestha? - Seu tom diante a mim era repreensão -Não ouse sair dessa casa sem ter esse diálogo comigo! -Era uma ameaça. -Meu escritório, agora! -Marchou para outro andar com as bochechas vermelhar de irritação. 

Enquanto continuava a sentir o palpitar em meu peito, eu resistiria a desabar a qualquer custo. 




-Notas da autora -

Perdoem a demora, eu estava em semana de avaliação da faculdade, me deem um retorno da história. Estou buscando amadurecer mais minha escrita.

Destroços do adeusOnde histórias criam vida. Descubra agora