Capítulo 27

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O clima entre Cassian e Aylin estava tenso mas não a ponto de ser pesado, a criança ficava maior parte do tempo  comigo ou assistindo ou procurando pretexto para poder  se esquivar do pai, sabia que aquilo não era saudável para minha relação indefinida com Cassian. 

Estava cotidiano ficar na casa deles do que na de Feyre, sempre cedia a aos pedidos dela mesmo com o consentimento de Cassian. Apesar de existir uma atmosfera tranquila, eu sabia que teria que ir na casa que estava tanto tempo fechada que denominava minha.
-Eu gosto quando dorme aqui -Assume se aconchegando a mim.

Sorrio me sentindo feliz beijando sua testa. Seu corpo se mostrava pequeno em comparação ao meu.  -Gosta? -Pergunto interessada nos seus dedinhos que brincavam na minha pele. -Do que mais gosta?

-Quando a gente vai  pro mercado e você pega o que eu quero mesmo o papai dizendo que não é para me levar -Diz inocente levantando os olhinhos para me encarar, o ato me arranca uma risada sincera, Aylin por mais obediente que fosse tinha seus cenários em que era uma criança que fazia birras e cenas. 

-Mas você sabe o motivo de seu pai pedi isso -Toco seu narizinho enquanto vejo-a se consertar ao meu seio. -E não pode fazer esse tipo de cena  lembra? 

O bico que se formou em seu lábio me encantou, enquanto sinto que estou sendo observada direciono o olhar para Cassian que estava no batente da porta. Existia um brilho na sua face enquanto ele mantinha o pano de prato no ombro repleto de tatuagens. 

-Ela se recusa a dormir-Explico tocando os cabelinhos compridos que estava na hora de fazer um corte. 

-Me dá ela...-Ele suspira como se soubesse exatamente o que teria que fazer, por alguns momentos ele parecia ter a carta na manga, ao colocar a menor com o rosto apoiado no seu ombro os olhos ficam pequenos. -Ela gosta de dormir enquanto movimenta... se ceder aos diálogos dela, irá relutar com o sono até ficar irritada. 

Ele era o pai que toda garotinha queria ter nas noites assustadoras e por isso eu a deixei com ele

-Você é um pai incrível... -Assumo vendo sua expressão surpresa pela fala me sento no sofá para ele ter espaço para sentar enquanto o sono de Aylin era superficial. -Digo... eu sabia que você seria capaz de proporcionar segurança e amor a ela... -Pela forma que ele olhava não existia um olhar magoado.

-Você poderia ter ficado -Sua voz era baixa enquanto ele acomodava a menina adormecida que devido ao seu tamanho ainda era pequena em comparação a extensão do peitoral descoberto de Cassian. -Mas perderia sua residência...

Engulo em seco ao lembrar que se eu desistisse de tudo para ficar com eles eu perderia a residência, mas também ainda teria Tomás me infernizando. Cassian parecia inquieto ao me encarar, seus olhos analíticos diziam que ele lia algo.

-O que mais Nestha? -Sua voz saiu indiferente com seriedade e com certa preocupação. -Além da residência o que estaria em jogo? 

Sentir um calafrio vindo da espinha quando ele refaz a pergunta, olho para seu peito e Aylin estava já adormecida com a boquinha entreaberta e corpo relaxado, passo a manta para ele colocar sobre a menor. -Sempre tive medo de Tomás saber da existência de Aylin e isso se tornar um tormento para nós dois. -Confesso vendo a expressão de Cassian se tornar confusa. -Sabia dos jogos de interesse que meus pais tinham envolvendo ele... e para garantir uma segurança no futuro, suportei sozinha a gravidez e nos últimos meses, Tomás teria que ficar em outra unidade e eu em outra e nisso a minha brecha para deixá-la com você e eu suportar.

-Você poderia me dizer -Diz sério segurando Aylin com firmeza -Eu daria um jeito e você sabe..

-Você estava em missão na Primaveril -Relembro-o do fato, devido aos protocolos ele nunca poderia entrar em contato comigo até que finalizasse tudo. -Vejo sua expressão frustrada. -Eu seguir minha vida com ele até noivar, mas não fomos adiante, depois das sequências de agressões, precisei de um pouco de tempo para fazer isso. Azriel, meses depois que cortei o contato com a família e me mudado descobriu que Tomás controlava meus plantões. -Sinto sua mão na minha cintura como se fosse para me acalmar. 

-Espero que esse filho da puta esteja longe Nestha. -Diz sério enquanto estava processando a informação. -Não vou questionar sobre você não ter denunciado, normalmente é muito comum as mulheres não denunciarem -Ele parecia compreensível, mas conhecendo-o não era do tipo de deixar isso para lá. 

-Quer colocar ela na cama? -Mudo de assunto vendo a menina adormecida. Ele assente levantando com cautela marchando em direção ao quarto da nossa filha. Ao retornar consigo  visualizar a expressão franzida.

-Eu vou colocar nossa janta. Ainda temos que conversar sobre -Ele diz sério os ombros tensos mostrava  seu desconforto com a conversa. -Sinceramente....não gosto de imaginar o que você passou. -Sinto seu olhar sobre mim -Sinto raiva pelo simples fato de não ter tido ciência do que que aconteceu e não fazer algo a respeito.

Tomo seu ombro em sinal de fazê-lo relaxar, enquanto ele colocava os pratos na mesa. Apesar de não termos um rótulo, parecia que ele não se incomodava com minha presença naquele apartamento. Seu braço rodeia minha cintura depois de  colocar o segundo prato na mesa, de relance seu olhar vai em direção ao corredor dos quartos com receio de algum ser pequeno nos pegue novamente. 

Sinto arrepio ao sentir seu nariz em meu pescoço.  Propositalmente passo as unhas em seus ombros o ouvindo suspirar alto. -É... melhor jantarmos para terminarmos com o que estamos começando -Respiro fundo ao sentir seus dentes beliscar meu pescoço. -Cassian... sabe da probabilidade de Aylin aparecer aqui...-Advirto ao sentir sua mão invadindo o cós do meu pijama. Deito minha cabeça em seu ombro para facilitar o acesso. 

-mamãe....Papi -Nos afastamos rapidamente ao escutar a voz abafada da criança, desfiro um tapa no ombro de Cassian que solta um sorriso sacana, Canalha!

-Vai lá... -Cassian diz apo ntando para o short colocando macarrão no prato. -Vou mandá-la para casa da Feyre... 

Mostro o dedo para ele marchando para o quarto infantil onde a menor estava sentada na cama esperando ou a mim ou Cassian chegar.  A expressão levemente sonolenta mas os olhinhos acesos, sento na cama e a mesma engatinha para se acomodar a mim. -Que foi princesa? 

-Acordei...eu dormir no colo do papai e acordei aqui... -Diz com certo descontentamento. Fechando os olhos conforme eu faço o carinho nos cabelos pretos como a noite. -Quero dormir com vocês...

Arregalo os olhos com seu pedido, ela tinha o Timing perfeito para acabar com momentos entre eu e o pai dela. -Meu amor... seu quarto é tão bonito... -Olho as luzinhas amareladas que traziam aconchego -É tão bom para você dormir.. e na cama do outro quarto ficaria tudo escuro...

-Maisi eu não tenho medo do escuro -Boceja descendo a bochecha no meu braço. -Não com vocês...-Suspira sonolenta, me inclino procurando a chupeta que auxiliava no sono, apesar de não gostar que ela use. Coloco em sua boca vendo-a aceitar bem. 

Ao deitá-la, os olhinhos abrem e eu me obrigo a deitar em seu lado até ela se entregar ao sono, com uma mão segurando na blusa e a outra no meu cabelo. Beijo algumas vezes o rostinho adormecido e aos poucos substituo meu corpo por um travesseiro e minha blusa que ficou por ela não largar. 

Sinto meu coração aquecer ao ver a mão gordinha segurando minha blusa, ligo o ar condicionado coloco no 19 para ela não sentir calor com as cobertas confiro se ela está aquecida, ligo o umidificador com essência de camomila e me retiro com  as mãos cobrindo os meus seios expostos por artimanha de uma criança.

Ao adentrar o segundo quarto, tranco a porta sentindo minha pele arrepiar por conta da temperatura baixa do ar e ausência da blusa. -Poderia esperar chegar no quarto para se livrar da blusa. -Ele diz sacana. 

Entro em meio as cobertas rolando os olhos. -Ela queria dormir com a gente -Digo sentindo seus braços  me puxarem. -Por isso... demorei. -Ofego ao sentir suas mãos em minha bunda.







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⏰ Última atualização: 11 hours ago ⏰

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