Capítulo 14

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Conversar com Feyre não foi algo difícil, a mais nova apesar da  sua primeira impressão diante do cenário ela se permite ouvir a versão de sua irmã. Que não detalha o seu relacionamento com Thomas. -Como pretende se aproximar dela? - Feyre manteve seus olhos avaliando a irmã que suspirou -Acha que vai suficiente o que tem feito? 

-Ao menos ter um contato diário com ela me dar um norte -Nestha dar de ombros bebericando o café. -Não acho que se resume, oi eu sou sua mãe. -O tom sem jeito revela o quanto ela estava perdida nisso.

-Não vai ser um diálogo comum -Feyre coça a garganta -Mas, é preciso que exista uma aproximação de vocês, para que as coisas se ajustem, pelo que entendi Cass quer colocar Aylin na creche depois do natal, meio que temos três dias para a nossa confraternização de natal e ano novo.  Depois disso, não terá tanto tempo para ficar com Aylin. Cassian depois desse período fará visitas para ver as estruturas e valores. 

Sentindo uma secura na garganta, a primogênita se sentiu no direito de perguntar a irmã caçula sobre o assunto que ela pestanejava saber. -Feyre, seja sincera comigo- Une as mãos antes de ir direto ao ponto - Cassian e Aylin tem problemas financeiros? Por favor me diga, preciso saber se minha filha precisa de algo.

Feyre por segundos avalia a temática mesmo ciente de que era um assunto delicado, se sente dividida em ser sincera a sua irmã, consequentemente a mãe de sua afilhada ou se manter confidente ao cunhado que sempre a viu como rede de apoio. -Sinceramente Ness, Cassian nunca deixou nada faltar a Aylin, desde que eu me entendo como madrinha dela -Suspira  avaliando a delicadeza do assunto -Mas, o motivo dele solicitar transferência para Velaris, sim foi financeira, ele vendeu carro, vendeu suas férias para ter uma garantia segura para Aylin. Porém sempre arcou sozinho com as coisas e abriu mão do cargo de General no exército bem como promoções melhores na Policia. 

Ouvir aquilo fazia  Nestha remoer sua escolha, ela entregou a Cassian a responsabilidade exclusiva de Aylin em prol do seu crescimento profissional o que resulta em um comprometimento no equilíbrio.  Ele abriu mão de muito para ter garantia do bem estar daquela menininha. 

"Dinda eu quero água"  A criança sai da área de brincadeira com as bochechas avermelhadas e suada, Feyre entrega a garrafa infantil para a menina que senta ao lado tomando o líquido com auxílio do canudo de silicone. 

-Você suou -Feyre diz secando o suor da menina que desfrutava da água. -Sabia que a Nestha queria te chamar para uma noite de leitura lá em casa? 

Nestha contente com a sugestão sorrir para a criança que cora em animação -Podemos escolher um livro hoje para lermos antes do jantar, o que você acha? 

-Gosto! Mas você vai ficar até mais tarde? -Insegura a menina a encara na expectativa dela ficar 

-Posso ficar mas só um pouquinho ok? -Animada com a ideia a menina levanta, Feyre se antecipou em pagar a conta enquanto Nestha apressou os passos para  acompanhar a criança que saia do estabelecimento -Aylin não corre! 

Ignorada, a médica sentiu a necessidade caminhar mais rápido e segurar a gola da blusa da criança impedindo-a de passar atrás do carro que estava dando ré. -Eu disse que não era para  correr -Nestha adverte a menina,  devido ao susto não se atenta ao tom de voz -Meu pai amado, você poderia ter sofrido um acidente ou se machucado feio. -Diz séria advertindo a menina que passa a ficar retraída.

Percebendo a mudança de postura, ela se abaixa para trazer acolhimento a menina que involuntariamente funga. -Não precisa chorar, vem aqui... eu só estou falando isso para você não fazer esse tipo de coisa e acabar se machucando - Toca o narizinho arrebitado. 

-Desculpa... eu queria chegar logo no carro -Abaixa a cabeça enquanto Nestha se prontifica em carregá-la -Desculpa Ness

-Tudo bem... mas não faz mais isso -Beija os cabelos da menina indo para o carro. 

Feyre presenciou a cena sentindo que não era correto que sua irmã se mantivesse distante daquela menina, ela reconhecia o esforço da mais velha. 

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-Mais um, mais um -Aylin me pede deitada no meu colo pedindo mais um capitulo do livro.  Encaro o relógio em meu pulso tendo receio de Cassian me encontrar naquela situação -Ah não.... tira você fica olhando as horas para ir embora -Faz beicinho  e eu a puxo para meu colo. 

-Só mais um, ainda precisa jantar lembra? - Beijo sua têmpora recebendo um aconchego no meu peito. 

-Por que você não dorme aqui? Ainda tá irritada? 

Era estúpido em tão pouco tempo está praticamente rendida no jeitinho dela acomodar a cabeça em meu ombro como se fosse algo que sempre fizéssemos. Com cautela faço carinho em suas costas aproveitando do cheirinho de um dos sabonetes que havia comprado para ela. 

-Não queria que você fosse embora hoje -Resmungou em tom manhoso quase choroso. Suspiro tocando sua bochecha.

-Vamos jantar...

Tive que jantar e ficar mais do que esperado, ela não queria que eu saísse. Aylin sentada ao meu lado me pedia para cortar a carne em pedaços menores, o desconforto era Rhysand que não poupava-me do olhar de asco em minha direção. 

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CASSIAN

-Cassian? -A voz da minha supervisora  atrai minha atenção quando pego o capacete. -Devido as suas horas extras, você está livre a semana de Natal e ano novo, imagino que queira aproveitar com  a menininha. 

Sorrir agradecido sabendo que meus pagamentos estariam dentro dos conformes. Aylin havia pedido uma bicicleta havia alguns meses, não sei se ela ainda iria querer já que estamos com  planos em ficarmos em Velaris. - Cassian, caso um dia tenha interesse. Podemos sair e jantar como colegas de trabalho -Esperanza me olha, na maioria das vezes eu e ela erámos companhia um do outro nas noites de trabalho, mas seu interesse em mim resulta em um afastamento da minha parte.

-Claro, podemos marcar -Mantenho o profissional com um toque de gentileza. -Esperanza, não fique até tarde -Sugiro e ela assente, era uma mulher bela, sua pele escura brilhava, os olhos verdes junto com os cachos ainda dava mais ênfase em sua beleza. 

Retorno para a casa da minha cunhada e meu irmão com a expectativa de ver minha menininha acordada. Ela havia chorado um pouco quando sair mais cedo, apesar da sua compreensão não podia simplesmente bloquear seu lado sensível e infantil.

Não tive mais notícias de Nestha e me contentei  em não saber. Era melhor dessa forma, aquela mulher me tirava do sério e provavelmente acabaria com minha paz se eu tivesse próximo dela.  Estaciono a moto na garagem de Rhysan, precisaria  devolver a moto de Az e  precisaria ter minha autonomia e dinâmica. 

Adentro a imensa casa, o silêncio  dedurava  que as pessoas estavam  reclusas. As lâmpadas eram programadas para ter horário de apagarem e manter apenas as  auxiliares acesas. Deixo o capacete na prateleira seguindo em direção ao quarto onde dividia com Aylin.  Uma sensação de estranheza passa a minha espinha ao ver que minha filha não estava deitada na minha cama.  

Ouço algo em direção a biblioteca, me guiei em direção normalmente Feyre faz os gostos da sobrinha, mas não deveria ultrapassar do horário. Ao ver pela fresta do cômodo, vejo que não se tratava da minha amiga, sinto um  fervor em meu peito. 

-O que está fazendo aqui? -Soou firme atraindo um olhar assustado que logo tratou de se recompor. 

Destroços do adeusOnde histórias criam vida. Descubra agora