Next time I'll fall in love with you

A realidade de uma dor

No dia seguinte, assim que chegou na faculdade Kagami correu na direção de Nino, que estava sozinho andando por um corredor. Precisava urgentemente falar com ele, estava quase sufocando.

- Oi Ka, tudo bem?

- Tudo e com você?

- To bem. - moreno a analisou. Uma vez sempre bem arrumada e com maquiagem impecável em seu rosto, diferente daquela ocasião, Kagami parecia descompensada. - Você...realmente esta bem? Parece meio apática.

Não tinha como disfarçar. Seu rosto estava atônito, assim como os sentimentos dentro de si.

- Eu na verdade, estou me sentindo um pouco...um pouco triste sabe?

- Ah é? Você quer conversar?

- Sim...

Desse modo foram até a lanchonete da faculdade, onde sem rodeios, abriu o jogo para Nino, que a ouviu calado o tempo inteiro.

- Ele está apaixonado por ela... eu tenho certeza! - dizia as palavras com a voz embargada, o choro vindo a porta de seus olhos. - Mas como isso foi acontecer? Da onde surgiu essa mulher?

Soltando o ar pelo nariz, Lahiffe se ajeitou melhor a cadeira, olhando para os dedos das mãos entrelaçados.

- Eu também não sei de onde ele a conheceu, mas o que eu tenho certeza, assim como a Alya que está dando aulas pra ela no curso onde ela é professora, é que o Adrien...está realmente apaixonado por essa moça.

Kagami bateu com o punho fechado sobre o assento da cadeira, ainda com os olhos lacrimejando. Não podia acreditar, que o único homem que havia amado realmente em sua vida, estava apaixonado por outra! 

Antes, sabendo que ele queria ser um padre, estava tudo bem. Porque sabia, que não poderia competir com a igreja, mas...vê-lo abraçado, beijando, amando outra mulher, isso era demais, machucava muito seu coração.

- Ele te disse alguma coisa?

- Não, mas ta na cara dele né gami.

- Eu não me conformo Nino, não tenho como me conformar com isso...- suspirou, já chorando as lágrimas que precisavam cair de si.

- Eu entendo o que esta sentindo. Mas, se quer um conselho, esqueça Adrien. Não alimente mais esse sentimento, porque eu acho que agora em diante, ele e essa moça vão acabar se acertando, porque é claro que ela também gosta dele...

- Ela é uma oportunista isso sim. É obvio não é? Adrien sempre foi um homem maravilhoso, solicito, disposto a ajudar as pessoas...claro que essa mulher, deve ter se aproveitado dele. Mas também, lindo como é... não poderia ser- ah, desculpe.

Enquanto falava seu telefone tocou. Era seu primo, Luka.

- Oi prima, boa noite.

- Oi...- atendeu ela, tentando melhorar a voz. - Desculpe, eu estava conversando com um amigo.

- Desculpe eu te atrapalhar.

- Imagina, não atrapalha.

- Está na faculdade?

- Uhum.

- Ah perfeito. Sabe se o Adrien está por aí?

- Não, ele ainda não chegou, mas também não sei se vem.

- Ah certo, eu estava pra me encontrar com ele por esses dias, só que não estou conseguindo telefonar.

- Eu falo que você ligou caso eu o veja.

- Perfeito! E nós também precisamos nos ver, que tal se marcarmos todos juntos? Eu tenho um assunto a tratar com ele, que você também pode ajudar minha prima.

- É algo grave?

- Ah...está se tornando cada vez mais.

- Então pode ter certeza que irei a esse encontro, só marque com o Adrien direitinho.

- Combinado.

Desligaram o telefone, onde mais uma vez Kagami olhou para Nino que a aguardava com um pequeno sorriso amigável ao rosto.

- Desculpe...

- Não tem problema.

- Ah Nino, estou tão perdida que não sei o que farei...quando...quando tiver que ver..! Vê-lo, com ela! 

Não podendo mais aguentar sua tristeza, acabou por fim, chorando tudo o que precisava com a cabeça abaixada envolta de seus braços sobre a mesa de ferro. Nino, compadecido, fez um carinho em seus cabelos lisos.

Estava com pena de Kagami, ela era uma bela moça, não merecia sofrer daquele jeito. Mas também, no fundo, sentia-se feliz por Adrien. Até porque sempre soube que o amigo não deveria ser um padre, ele merecia uma família, uma mulher, filhos e uma casa feliz.

Era difícil se encontrar no meio daquele turbilhão de sentimentos dentre seus amigos. O que restava então, era apenas consolar a quem chorava, e sorrir, com quem estava feliz.