Não podemos ficar juntos

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A primeira sugestão de Adrien, foi para que seguissem até as margens do Rio Senna, assim Marinette poderia tomar um pouco ar fresco e eles poderiam ter uma conversa tranquilamente, mas ela acabou sendo incisiva, pedindo para que fossem para um lugar onde os dois realmente ficassem sozinhos. Dessa forma, o loiro acabou perguntando se gostaria de acompanhá-lo até sua casa.

Sem que pudesse recusar, Marinette afirmou balançando a cabeça e assim os dois seguiram para o carro dele.

Durante o percurso, um estranho e incomodo silêncio se abateu dentre o casal que permaneceu dessa forma até chegarem ao seu destino.

Por um lado, enquanto dirigia, Adrien mirava inquieto a mestiça quase que inerte, sentada ao seu lado, tendo seu pequeno rosto debruçado em uma das mãos enquanto olhava a paisagem fora da janela.

Ele conseguia imaginar no que ela estava pensando e para aquilo, só havia uma resposta: que tudo estava bem, tudo ficaria bem. Quer dizer, ela não precisava se importar com nada e com ninguém do seu passado, pois o que bastava, eram os dois.

Mas infelizmente, Marinette não conseguia pensar assim.

Seu coração se encontrava mais uma vez quebrado, aflito, entristecido por saber que aquela situação de mais cedo, seria corriqueira e inevitável de se repetir mais de uma, duas, três vezes. E não dava para fugir disso, porque era o seu passado, flores mortas colhidas de escolhas terríveis. De noites sujas, de depravação e sexo.

E apesar de saber que Adrien iria tentar de tudo para tornar aquele constrangimento em algo mais brando de se lidar, ela não conseguia contornar esse sentimento ruim, essa tristeza que tinha em seu coração que jamais limparia sua barra, a sua alma marcada de prostituta.

Por tanto, no momento que chegaram na casa dele, e que se colocaram na sala onde havia só os dois, o sol que entrava pela janela e a paz que ali sempre habitou, Marinette caminhou alguns passos diante do belo crucifixo de madeira pregado na parede, sentindo que Adrien a observava da porta, recostado sobre a mesma. 

 Ela o ouviu colocar as chaves sobre um móvel, respirar fundo, abrir sua boca e se calar. Deu um sorriso. Bem sabia que ele queria lhe dizer muitas coisas, só que nenhuma, iria conseguir abrandar seu coração.

- Marinette... - mesmo assim, e apesar de ter a mesma ciência do que ela sentia, tentou, e iria dizer algo. - Eu sei que esta...quero dizer, eu sei que você ficou chateada...digo, magoada pelo o que aconteceu ainda pouco, mas-! Não precisa ficar assim...! - tentava sorrir, animado. - Veja bem, não me entenda mal, mas eu só quero que você saiba.. que esta tudo bem, que não... que isso tudo não- ninguém vai te fazer mal, eu não vou deixar! Eu vou-

- Adrien. - dizendo seu nome, o mesmo se calou a vendo se virar para sua frente. Sua expressão era de cansaço e ele teve vontade de abraça-la, mais do que nunca, ainda que o momento não fosse oportuno. Não quando Marinette, estava "sangrando".

Ela, tomando o pouco de fôlego que lhe restava, tentou falsear um sorriso, envolvendo seu próprio corpo com as mãos. 

- ...eu quis vir aqui com você, porque acho melhor estarmos completamente sozinhos pra essa conversa.

- Essa conversa...? M-mas, mas, como assim? - ele por si só tentava continuar sorrindo, fingindo não estar entendendo. - A gente já ta conversando...eu te disse... não precisa se preocupar com nada, porque esta tudo bem...!

- Não. Não esta, e você sabe disso.

- Esta sim Marinette! Eu estou te dizendo!

- Mas não adiante você dizer que esta, se você sabe que não é tão simples assim!!

Next time I'll fall in love with youOnde histórias criam vida. Descubra agora