𝑀𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠

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O Dia escaldava calor, brilhando tão intensamente quanto a água piscina

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O Dia escaldava calor, brilhando tão intensamente quanto a água piscina.
Após o dia anterior e as brigas, decidi me deitar sobre o sol e relaxar, para não pensar nos problemas de karatê.

Meu biquini preto contornava intensamente minhas curvas, e minha parte de cima sustentava muito bem meus seios. Com um shorts jeans que deixava as pernas bem expostas.

Enquanto relaxava, senti uma presença se aproximar junto com um leve barulhinho de Skate que eu reconheceria de qualquer lugar.

Antes que pudesse abrir o olho, ouço a pessoa bater em algo ao virar, me fazendo levantar e olhar quem era.

- Robby. - Digo sorrindo. - Oi.

- Oi. Desculpe, eu tô procurando o seu pai. Ele está me treinando no dojô. Como você tá, nós nem conseguimos conversar depois da concessionária.

- Tudo bem, Robby. Estou bem. Espero que você esteja também.

- Olha só - Daniel se pronuncia - Meus atuais alunos. Vai se juntar a nós, Hope? Ainda há tempo.

- Equilíbrio? - Pergunto, conhecendo as técnicas que Daniel passaria.

- É claro. E seria bom para você treinar também.

- Ah, tudo bem - Digo pegando minha blusa preta - Eu me junto a vocês. Sam vai ao Shopping com a Amanda e a vovó.

- Ah, vamos então. Robby, me ajude com isso. Vamos pegar o carro.

- Vamos, querida?

- Claro. Vocês não querem ajuda?

- Não precisa, Robby tem braços fortes, não é Robby?

- Ah, claro Sr. LaRusso - Ele diz, mas ficamos parados apenas olhando um para o outro.

- Vamos, vou ter que te desejar boa sorte com a árvore - Interrompo o olhar, passando a sua frente e entrando no carro.

- Árvore? Que Árvore? Aonde vamos? - Robby pergunta

- Não se preocupe, você vai ver. - Daniel lhe da uma batidinha no ombro, seguindo o caminho.

No carro, o caminho foi tranquilo, nós três conversávamos sobre tudo de karatê até chegar ao local.

- Quando eu era garoto, o Sr. Miyagi me levou a um lago no norte para treinar. Tentei levar as meninas lá uma vez, mas depois da seca, virou uma poça.
Então encontrei este lugar. Está ouvindo? - Daniel para a nossa frente - Ouviu isso? Feche os olhos e ouça.

Robby assim o fez fechou os olhos por alguns segundos para ouvir algo ao seu redor, mas seu rosto expressava apenas um bom bocado de confusão.

- O que está ouvindo? - Daniel pergunta.

Robby, mais uma vez, fecha os olhos e tenta ouvir mais alguma coisa, mas sem sucesso.

- Nada.

- Exatamente. Sem ligações, sem internet, sem brigas de família. Só você e a mãe natureza. Por isso estamos aqui. O Caratê Miyagi-do é isso.

Robby sorri para Daniel, e puxa, que sorriso. Podia jurar ter ficado presa em sua boca por alguns segundos.

- Vocês já vieram aqui antes? - Pergunta o mesmo

- Já trouxe Hope muitas vezes para treinar aqui, é o lugar favorito dela. Ela e o senhor Miyagi viviam treinando por aqui.

- Você nunca me contou sobre seus treinos. - Robby diz, mas ele não sabia o motivo de realmente eu nunca ter falado sobre os treinos.

- Não é um assunto para o momento. Vamos, temos que procurar a árvore - Digo, distraindo do assunto.

O Centro de treinamento foi uma longa época de dor e machucados. Todos os dias, acordavamos o mais cedo possivel para nos reunirmos no centro e treinarmos. Éramos mais de cem alunos, e lutavamos com todos, revendo as vezes.

No centro de treinamento, nós aprendemos todas as lutas e principalmente todos os tipos de karatê.

Caminhamos por longos minutos até a árvore, parando uma hora ou outra para descansarmos e tomarmos água. No meio do caminho, paramos a margem de um lago para treinarmos mais um pouco.

Cada movimento me trazia uma lembrança, a dor do centro, minhas mãos machucadas com sangue e a chuva que escorria em meus cabelos que na época, ruivos e longos.

Me recordava do calor de Okinawa, mas também do clima único da Coreia. Me lembrava de Kim Da Eun, de seu treinamento intensivo em cima de montanhas e mares. De cada golpe que eu não poderia defender da mesma. De sua feição desgostosa quando errava, mas também de seu respeito, de seu orgulho quando acertava.

Kim Da Eun me recordava de que era a melhor sempre, de que poderia ser melhor, de que era a melhor. E eu fui, até mesmo quando minhas aprendizagens foram carregadas pelas mãos de Chozen por curto prazo, logo após, da dança de Kumiko.

Os movimentos expressam e relembram tudo, até mesmo os delicados passos de Kumiko enquanto me ensinava a dançar, enquanto lia para mim e cuidava de minhas mãos machucadas.

De Yuki, enquanto me ensinava a cuidar da pele, do cabelo e do coração. Me ensinava sobre o amor, sobre tudo que poderia ter sido e foi durante anos.

Mas também lembrava o abraço, o carinho de Sr. Miyagi, de suas palavras calorosas e amorosas sempre que poderiam ser ditas. Me lembrava de minha mãe e de seu legado, de como ela deixou tudo para mim quando sai dela.

Mas a principal lembrança era a família, a de Daniel me recebendo em seus braços. A de Sam enquanto dançávamos uma valsa desengonçada e distraída. A de Anthony enquanto jogávamos junto, ou enquanto contava historias a ele. Também lembrava até mesmo Amanda, enquanto penteava meus fios ruivos com todo cuidado, e vovó, que acariciava meu rosto como seu bem mais precioso.

Me lembrava de Chozen, e seus conselhos enquanto foi meu sensei, e enquanto falava de Kumiko.

Mas apesar de tudo, lembrava de Robby. Lembrava de nossos abraços calorosos quando criança, de nossas vitórias juntos em jogos de futebol. E se nosso primeiro beijo com treze anos.

A lembrança de Robby me trazia a tona a de um lindo garoto que conheci na Coreia, Kim Su-Hyon. Ele era perfeito, cuidava de mim como um ouro raro, e lindo como Robby. Mas era egoísta e manipulador, quase nunca feliz, então fui embora para fugir dele.

Quando fugi, me perdi na escuridão por longos meses, mas Robby me mostrou a luz. A luz no fim do túnel, e que nem sempre a escuridão é eterna.

Os movimentos do Miyagi-do eram um misto de memórias, e eu pessoalmente sempre fui a maior fã deles, assim como era de minha família e amigos, e do amor.

Os movimentos do Miyagi-do eram um misto de memórias, e eu pessoalmente sempre fui a maior fã deles, assim como era de minha família e amigos, e do amor

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𝐿𝐸𝐺𝐴𝐶𝑌 - 𝐶𝑂𝐵𝑅𝐴 𝐾𝐴𝐼 | 𝑅𝑂𝐵𝐵𝑌 𝐾𝐸𝐸𝑁𝐸.Onde histórias criam vida. Descubra agora