Impuros - Stefan Salvatore

16. Chicago

Allana's pov

— Bem vindo de volta à Chicago, Stefan -Klaus fala abrindo a porta do motorista e saindo, eu e Stefan fazemos o mesmo movimento logo em seguida-

Estávamos em um galpão, era imenso e branco, posso afirmar, nada confortável.
A fala de Klaus me trás a lembrança de que os dois são anciãos e já viajaram o mundo a fora, mas Stefan nunca comentou nada sobre Chicago..

— Já esteve aqui antes Stefan? -pergunto curiosa, vamos dizer nosso laço melhorou muito depois da nossa conversa ao luar-

— Não.. O que estamos fazendo aqui? -ele responde e começamos a seguir Klaus que anda em direção a porta do galpão, logo a abrindo-

— Eu sei como você gostava daqui, está relembrando os dias de ouro de estripador..

— Bloqueei a maior parte. Muito sangue, muita festa -Ele coloca aos mãos na cintura- Não me lembro dos detalhes..

— Eu acho isso lamentável, o detalhe é o que faz a lenda -ele fala observando um caminhão estacionar perto da gente-

Me encolho em um canto mais escuro, eles falavam de sangue e cabeças rolando, me julguem mas isso não me atrai nada!
Olhando para eles de longe começo a me sentir estranha, uma ânsia de repente que eu nunca senti antes, tusso usando minha mão para tampar, quando tiro vejo sangue nela.

Começo a me preocupar mas antes que consiga completar o nome de Klaus caio ajoelhada no chão, vomitando sangue.

Vejo Klaus e Stefan se aproximarem de mim, com apenas um deles mostrando sua preocupação comigo. Stefan vai rapidamente atrás de mim para segurar meus cabelos enquanto Klaus fica na minha frente de braços cruzados com um rosto nada agradável.

— Começou -Klaus fala-

— O que? O que está acontecendo com ela, Klaus? -Stefan pergunta quase gritando-

— É como uma maldição de família, sua avó e mãe morreram assim também. São seus órgãos não suportando a magia que você possui, e como nunca foi treinada, está se desfazendo de dentro para fora.

— Q-que? -é a única coisa que sai da minha boca antes de vomitar mais sangue-

— Ela não pode morrer agora, está com meu sangue no organismo! -Stefan fala e eu me toco, eu vou mesmo morrer?! De verdade dessa vez?!-

— Deu sangue à ela?! -Klaus exclama alto demais e soca o rosto de Stefan quando ele concorda- Inteligência não é seu forte, Stefan. Allana, não vai morrer, não vou deixar -ele me pega no colo me apoiando no banco do carro para me deitar de lado- vamos encontrar uma velha amiga minha, ela saberá o que fazer.

____

Depois de alguns minutos de carro chegamos em o que parecia ser um bar todo acabado.
Stefan se aproximou para me pegar no colo mas Klaus fez questão de ser ele quem iria me levar. Minha cabeça girava, eu sentia algo dentro de mim querendo sair, uma magia poderosa que nunca senti antes, mas por incrível que parece só o mal estar estava presente, a ânsia tinha passado.

— Parece familiar, não é? -fala Klaus para Stefan quando entramos no bar, que era pior por dentro, completamente escuro e com um cheiro horrível-

— Não acredito que esse lugar ainda existe -responde Stefan-

— Você está brincando.. -uma mulher fala me assustando de leve, ela aparece de um lado escuro do bar-

— Então.. um híbrido chega num bar e fala -a mulher corta Klaus logo depois de algumas palavras-

— Para. Você pode ser incrível mas não tem nada de engraçado -ela olha para Stefan e eu sinto aquela ânsia começar a voltar- Eu me lembro de você.

— É, você é a Glória -ela concorda com um murmuro- não deveria estar?..

— Velha e morta -ela fala com rispidez- mas se eu morrer quem vai tomar conta daqui, uh?

Sinceramente eu acho que nem ela está dando conta pelo jeito deplorável que o bar está.

— Glória é uma bruxa muito poderosa.. -começa a falar Klaus mas Glória o interrompe de novo-

— Consigo retardar o envelhecimento, ervas e feitiços mas pode deixar, vai me pegar algum dia -a olho interessada, a magia podia ser tão legal, tão boa, mas nunca pude usá-la para o meu bem, e agora, ela estava me matando-

— Stefan, por que você não prepara um drink para a gente com alguma coisa do bar? -Klaus pergunta tentando afastar Stefan da gente e me coloca no chão com cuidado- Você está maravilhosa..

— Não. Eu sei por que você está aqui -os dois se sentam em uma mesa e eu fico em pé do lado dele- tem haver com a garota não tem?

— Em parte. São duas coisas que eu preciso de você, velha amiga -ele começa falando e passa a mão pela minha, subindo lentamente até meu cotovelo e repetindo o movimento algumas vezes- Está acontecendo de novo, a mesma coisa que aconteceu com Joline -sinto meu corpo arrepiar quando ouço o nome da minha mãe-

— Qual fase? -Glória pergunta para mim mas meu olhar confuso busca uma resposta com Klaus-

— Não muito, sua magia está descontrolada e começou a vomitar sangue. Tem algo que podemos fazer?

— Na época de Joline não tínhamos ideia do que era -Glória agradece à Stefan que lhe entrega uma bebida- mas agora, os grimórios podem ter algo. E o outro problema? Os híbridos, suponho, as notícias se espalham rapidinho.

— O que estou fazendo de errado? Quebrei a maldição -olho para Stefan com um certo medo de Klaus descobrir sobre Elena, provavelmente ele mataria Stefan, provavelmente não, ele mataria com certeza-

— Claro que fez algo de errado. Cada feitiço tem um brecha, mas para uma maldição tão antiga a gente teria que contatar a bruxa que a criou.

— Bom, seria a bruxa original, ela está muito morta.

— Eu sei, mas para falar com ela preciso de ajuda -Stefan, que estava no bar pegando a última bebida para trazer de repente para olhando e pegando uma foto que, daqui, eu não conseguia ver- me traz a Rebekah.

— Rebekah.. -meu corpo gela, aquela Rebekah? A que eu conheci e ficou comigo quando eu tinha dez anos?! Olho para o Klaus em busca de respostas mas ele continua me ignorando- Rebekah tá um pouco.. ocupada.

— Eu preciso dela, traga até mim.

— O que é isso?! -Stefan me tira dos meus pensamentos quando praticamente grita com Klaus-

— Eu te disse, Stefan -ele fala se levantando- Chicago é um lugar mágico.

— Sou eu na foto -me aproximo de Stefan para ver a foto também e perco o ar, era ele e o..-

— Klaus.. -de repente a ânsia volta a tona e minha visão embaça, olho para o espelho a minha frente e vejo o sangue escorrendo da minha boca e dos meus olhos-