01. Piloto

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Allana's pov

Abro os olhos pesadamente sentindo meu corpo todo fraco, foram mais de dez horas no carro com Klaus tomando meu sangue lentamente me fazendo sentir essa tortura a viagem toda.

Depois de algumas horas eu acabei desmaiando pela fraqueza, essa deve ter sido uma das piores punições que ele já me fez passar. Tirando o fato que ele roubou minha vó da minha bisavó quando era criança e escravizou minha família por três gerações.

Que bom que acordou, acabamos de chegar, deixei um pano na sua porta, limpe seu sangue, quando chegar na casa você enfaixa tudo isso -diz se referindo as suas mordidas que iam do meu pescoço até meu pulso como uma trilha- Mystic Falls, anos que eu não venho aqui.

Olho pela janela com o resto de força que eu ainda tinha, a cidade era calma, parecia pelo menos. Tinha casas simples, porém muito bonitas, árvores naturais e muitas crianças.

Pessoas.. era incrível como cada uma tinha sua vida, algo tão simples mas tão.. surreal.

Na minha vida inteira as únicas pessoas que eu conheci foram Klaus e Rebekah, que não durou muito por que quando eu fiz dez anos Rebekah sumiu misteriosamente, até hoje não tenho coragem de perguntar para Klaus o que aconteceu com ela.

Acredita que nem minha própria mãe eu cheguei a conhecer? No momento que eu nasci Klaus fez questão de cortar o pescoço dela, não tenho fotos, nada.

Por que está me tratando bem? -"bem" não é a palavra que eu usaria mas ele está sendo gentil.. me deixando ver pessoas, passear de carro- nunca tinha me deixado sair de casa antes e agora estamos em outra cidade, estou vendo pessoas, natureza, andando de carro, por que?

Por que não? Você usou sua vida inteira para me satisfazer com seus poderes, estou te recompensando.

Você é Klaus, o híbrido original, você não recompensa.

Então leve isso como uma certificação que você não vai se virar contra mim, posso fazer coisas ruins mas eu sou sua âncora, lembre-se das vezes que eu te ajudei controlando sua magia, das vezes que deixei você e Rebekah brincarem juntas. Eu sou tudo que você tem.

Era verdade, ele pode ser um monstro, mas eu vivi com esse monstro à 16 anos, eu me acostumei com esse monstro e se eu me controlar, posso aprender a gostar desse monstro.

Eu não tenho nada, familiares, dinheiro, amigos, seria burrice fugir dele.

Eu sei Klaus, não vou fugir.

Ótimo, chegamos, por enquanto vamos ficar aqui, o apartamento de um tal professor de história da nossa duplicata -ele estaciona o carro na frente do prédio e sai esperando eu fazer o mesmo-

Não é birra, eu realmente não conseguia levantar. Segurar minha cabeça em pé já estava sendo difícil, se eu levantasse eu iria cair com certeza!

Está esperando o que? Não era seu sonho? Conhecer a vida humana fora do seu porão -ele fala com um sorriso sínico no rosto- venha -Klaus estende a mão para eu me levantar apoiando nele, estranho a ação, não que seja ruim mas ele nunca se importou em demonstrar um tico se quer de afeto ou gentileza-

Pego na mão dele que me puxa para cima fazendo minha visão escurecer. Me apoio no carro para não cair já que não queria tanto contato físico com Klaus, não mais do que já tive.

Entramos no prédio e Klaus vai até a portaria hipnotizando a mulher que estava lá para levar nossas coisas para o apartamento do professor.
Assim que entramos vimos a zona que estava, roupas para todo lado, louça suja na pia e até umas garrafas de bebidas vazias espalhadas no chão.

Da pra ver que ele é mesmo professor -Klaus fala rindo me tirando uma risadinha também- bom, que pena que o professor não dormiu em casa hoje, você espera ele chegar aqui, eu tenho assuntos mais importantes para cuidar.

Tipo o que? -pergunto curiosa, ele parecia de bom humor então não deveria ter nenhum problema perguntar isso-

Katerina Petrova, soube que ela está aqui, se tudo der certo volto daqui a pouco, se o professor chegar só faça ele desmaiar ou algo do tipo.

Ele vai embora e logo a porteira chega com nossas malas e coisas. Eram umas quatro da manhã, eu estava sozinha e pela primeira vez na vida tinha livre árbitro para fazer o que eu quisesse no apartamento. Uau.

Vou para a cozinha procurando um saco para poder dar um jeito naquele apartamento, estava nojento.
Pego o saco colocando as garrafas vazias lá, aproveito para varrer a casa, arrumar as roupas do professor, minhas e as de Klaus e lavo a louça. Eu estava exausta mas pelo menos conseguia respirar lá dentro agora.

Olho para o relógio da cozinha vendo que já tinha se passado três horas. Sete da manhã e nenhum dos dois estavam de volta, deveria me preocupar?

Eu poderia dormir um pouco mas se Alaric chegasse iria estragar todo o plano do Klaus, e deus me livre interferir um dedinho se quer no plano do Klaus.
Sento no sofá esperando o tempo passar, vejo que tem uma televisão ali, Klaus nunca tinha me deixado assistir essas coisas, segundo ele emburresse o cérebro..

Mas ele não está aqui.. e nem vai reparar se eu ligar só por alguns minutinhos..

Ligo a televisão com o botão vermelho escrito "ligar", posso nunca ter mexido com isso antes mas não sou burra.
Começa a aparecer um casal, eles estavam brigando? Era uma novela, parecia interessante..

Encontrei nosso professor nas escadas, te poupa serviço -Klaus fala me assustando entrando pela porta com Alaric desmaiado nos ombros e a porteira vem logo atrás com quem eu presumo ser Katerina também desmaiada- vendo televisão, interessante, agora trabalhe bruxa.

Ele não ficou bravo? Ele sempre fica bravo por qualquer mínima regra que eu desobedeço..

Ok.. -desligo a televisão e ajeito minha roupa no corpo- o que vamos mesmo fazer com o professor?

Vai me colocar no corpo dele, assim posso ver nossa duplicata de perto sem "temer" com os guarda-costas dela.

Guarda-costas?

O namorado e o irmão do namorado. Sabe naquele livro que você leu uma vez que a protagonista era cobiçada por dois homens? Só que são os irmãos Salvatore, um vampiro estripador e o outro -Klaus fala enquanto posiciona Alaric na cadeira de frente para um caixão de pé que Klaus trouxe- meu corpo vai ficar ali, não deixe ninguém chegar perto.

E Katerina?

Katerina vai acordar logo, mas não pode fugir, por que você, enquanto eu arrumo Alaric pro feitiço, vai fazer um feitiço para ela não sair daqui, e não esquece de usar verbena, ela é uma louca psicótica.

Concordo com a cabeça enquanto me aproximo da porta, selo ela só para Katerina e me aproximo do corpo de Ric, Klaus já tinha entrado no caixão então eu comecei a recitar:

Somno Retium Per Dax Ritum. Somno Retium Per Dax Ritum. Somno Retium Per Dax Ritum -vejo Katerina acordando e me olhando, posso ver o medo e a confusão em seu olhar- Somno Retium Per Dax Ritum!

Alaric acorda, fico esperando algum sinal de que meu feitiço deu certo até "Alaric" levantar olhando para Katerina.

Olá Katerina.

Impuros - Stefan Salvatore Onde histórias criam vida. Descubra agora