18 | Madrugada

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01 de janeiro de 2025

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01 de janeiro de 2025.

Meu coração, que, eu jurava não bater fortemente como antigamente, balançava com um sentimento de impotência dentro do meu peito por me sentir desprotegido na minha própria casa, após o barulho que escutei seguido de um silêncio mortal.

Passei minha língua pelos lábios secos por ter notado somente agora que minha arma de proteção não estava comigo. Me amaldiçoei por ter esquecido-a no quarto de descanso, se algo acontecesse a minha família, jamais me perdoaria por tamanho descuido mesmo sabendo que meu isqueiro e canivete estavam em algum bolso da minha roupa. Ainda assim, isso não seria o bastante para conter o que estivesse me esperando no corredor.

― Fique aqui. ― me levantei, focando nos olhos de Melissa que instintivamente tentou imitar o meu gesto e eu logo parei-a no lugar.

― O quê? Por quê? Vai me deixar aqui sozinha?! Vou com você!

No quero que acorde o Diego e também no quero que se machuque se vier comigo. O barulho foi no corredor, não há como alguém passar por aqui sem que eu não o veja de lá primeiro. Vou me manter por perto.

― Mas não posso ficar sozinha com o seu filho depois desse barulho que escutamos!

― Você vai ficar aqui com o noss... Meu filho e não quero ouvir o contrário de novo, Avellar!

― Estarei desprotegida.

― Só fique aqui!

― Não me dê ordens como se eu fosse seus guardas!

― Não entende que é o melhor a se fazer? Apenas confie em mim, caralho. ― fui mais ameaçador do que gostaria, ela se encolheu no sofá com meu filho ainda inconsciente nos seus braços e assentiu me mostrando estar, pela primeira vez, com medo de mim.

― Tudo bem. ― falou contrariada, voltando a ficar confortável no estofado, porém contrariada. ― Não vá muito longe.

― Irei estar próximo, bela. Se estiver com o botãozinho que eu te dei para acionar a Naomi, não pense duas vezes antes de apertá-lo. No esquente a cabeça com nada, está segura comigo.

Cuidadoso feito uma águia prestes a abater sua presa, marchei em silêncio para onde o barulho havia nos desconcentrado. O lugar dava acesso ao corredor da minha biblioteca. Dei uma olhada furtiva e rápida para trás para ter certeza de que os dois lá no sofá estavam seguros. Assim que me aproximei do umbral sem porta para virar a direita, a primeira coisa que percebi foram cacos de vidros pequenos no chão. Respirei profundamente ao ter ciência de que uma ou mais das imensas janelas do corredor haviam sido quebradas.

Não querendo ser pego desprevenido se alguém estivesse ali, coloquei minha cabeça um pouco na curva do umbral para ter certeza de que ninguém estava no lugar. Contudo, quando vi Zahi abraçado por Dante, soube que o perigo era o de menos ali.

MINHA INSANA PERDIÇÃO - livro 3 da série: Os AvellarOnde histórias criam vida. Descubra agora